O histórico Shepheard’s Hotel, no Cairo

Por Motta Araujo

SHEPHEARD´S HOTEL – CAIRO – Histórico hotel no Egito, testemunha de duas Guerras Mundiais. Na Primeira foi Q.G. do Comando inglês no Oriente Médio, na Segunda lá viviam os famosos Generais Wavell, Auchinlek Montgomery e Alexander, Churchill se hospedava lá assim como incontáveis espiões dos paiíes aliados do Eixo  que podiam entrar e sair do Egito, território de uma teatro de guerra mas teoricamente neutro.
 
O Shepheard foi fundado em 1860 pelo inglês Samuel Shepheard e durou até 1953, quando foi incendidado pelos manifestantes anti-britânicos que queimaram todo o centro do Cairo, pedindo a saída dos ingeses que deixaram o Egito no ano seguinte.
 
Antes da Primeira Guerra, o Egito era uma província turca, com um soberano (o Khediva) que governava um País cuja língua culta era o francês, idioma das notas de dinheiro, das placas de rua, da imprensa, do diário official, das festas da elite, herança da cultura francesa imposta por Napoleão Bonaparte quando ocupou o Egito, mas quem mandava era a Inglaterra, que tinha bases militares na Zona do Canal e tinha Alexandria como base da Esquadra inglesa do Mediterrâneo.
 
A vida no Cairo era muito sofisticada com várias camadas, a elite da terra e da agricultura era a aristocracia turca que vivia em 300 palácios na ilha de Gezira no meio do Nilo, era de regra as casas teriam cozinheiro francês ou belga e mordomo inglês. Os ingleses eram o Chefe de Polícia, o escalão executivo dos Ministérios, os donos do comércio de algodão, principal produto do País. A imprensa era de libaneses, o comércio era de judeus e gregos, o Cairo era refúgio de parte da elite londrina escapando do escuro inverno, o Cairo era uma cidade então refinada e sofisticada, mescla de cultura e de raças onde muito dinheiro circulava mesmo nas guerras.
 
O Shepheard era o “point” da sociedade, especialmente o chá das cinco. O hotel foi cenário de muitos filmes nele ambientados, o último foi  “O Paciente Inglês” com Ralph Fiennes.
Redação

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