Os cem anos do Fordismo

Por Motta Araujo

http://web.bryant.edu/~ehu/h364proj/summ_99/armoush/page3.html

CEM ANOS DE FORDISMO – Hoje fazem 100 anos do anúncio em que Henry Ford revolucionou as relações industriais nos EUA, oferecendo aos seus operários um plano de participação nos lucros, 5 doláres por dia de salário, muito superior aos que se pagava na época e 8 horas de trabalho, na época os operários trabalhavam até 12 giras por dia, não havia hora extra.

O plano foi considerado “socialista” pela direita e “mercenário” pela esquerda porque considerava que seu real objetivo era evitar a sindicalização dos empregados da empresa, Henry Ford não aceita a intromissão de sindicatos nas fábricas.

O plano era bem mais complexo, envolvia métodos de produção, exigência de vida regrada aos empregados que aderissem ao plano, os benefícios eram inéditos na época, incluiam também possibilidade do operário comprar seu carro da própria Ford descontando do salário, na época trabalhadores não tinham dinheiro para ter carro próprio.

Henry Ford sempre foi um industrial atípico, revolucionário. Detestava bancos, se auto financiava, tinha ideias puritanas na vida pessoal e inovadoras sempre nos negcios. Seu horror aos bancos o levou ao anti-semitismo, publicou um célebre livro depois banido O JUDEU INTERNACIONAL e editou um jornal DEARBORN INDEPENDENT, foi condecorado por Hitler, que lhe enviou uma foto com elogiosa dedicatória,  suas ideias avançadas se projetaram na Ford Foundation, propagadora de ideias liberais fora do espectro político do “establishment” industrial dominante nos EUA.

Seu império industrial é dos mais antigos dos EUA e ainda é dirigido pela família, embora de capital aberto.

No Brasil é uma das mais antigas empresas americanas, está no país há mais de cem anos, Ford também investou bom dinheiro nas plantações de borracha na Amazônia, que fracassaram.

Um dos maiores empreendedores de todos os tempos, polêmico e contraditório, revolucionou a indústria do Século XX.

Redação

2 Comentários

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  1. Fordismo

    O mais importante legado de Henry Ford foi estabelecer as linhas de produção, os carros que eram construídos um por um, passaram a ser construídos em linhas de montagens em processos contínuos, o que se chama de Sistemas Lineares, um legado da Revolução Industrial que trouxe grande desenvolvimento econômico jamais visto.  

  2. Ford, fordismo e a produção enxuta

    Caros,

    Tudo que foi dito sobre Ford e o fordismo é uma pequena parte do espírito revolucionário deste senhor. Interessante, por exemplo, a leitura do livro “Fordlândia: ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva”, de Greeg Grandin, publicado no Brasil pela editora Rocco, em 2010. Esta leitura permite percebemos uma outra dimensão do que foi o fordismo no início do século XX com a construção de uma cidade com casas, ruas, calçadas, praças, encanamento, hospitais, cinemas e outras facilidades, no coração da selva amazônica. Infelizmente para nós brasileiros, neste empreendimento para produzir borracha em grande escala Ford não conseguiu o mesmo sucesso que tinha obtido com a produção de automóveis.

    Mas, grande parte dos conceitos da produção em massa, que de fato revolucionaram a forma de produzir a sua época, estão completamente ultrapassados em mais de 60 anos, desde os anos cinquenta do século passado quando a Toyota trouxe o modelo de produção enxuta. Vejam o livro “A máquina que mudou o mundo”, de Womack et al, publicado pela editora Campus, para entender a forma de produzir que prevalece no mundo de hoje.

    saudações

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