Os fatores externos que frearam o desenvolvimentismo

Comentário ao post “O desenvolvimentismo do regime militar

Há uma frase muito comum no futebol: “Craque se faz em casa”.

Essa frase também tem haver com a economia, Barbosa Lima Sobrinho já dizia: “Capital também se faz em casa”.

Isso tem relação com a maneira como o Brasil conduziu seu crescimento, com Getúlio o desenvolvimento foi financiado com recursos próprios.

Porém, na maior parte do desenvolvimento brasileiro no séc. XX houve financiamento externo: começou com Dutra, Juscelino deixou para Jango a maior inflação da história até então que motivou o golpe de 64 atropelando as reformas de base, a mesma política foi adotada por Médici, Geisel até tentou seguir Getúlio e Jango mas já era tarde. O desenvolvimentismo a todo custo e o endividamento externo “acabou” com a CEPAL em 1982.

Mas não podemos esquecer os fatores externos que freiaram o desenvolvimentismo dos “Anos Dourados” keynesianos (1945-1982):

– Nixon rompe Bretton Woods em 1971, lastro do ouro é substituido pelo Dólar hegemônico, o papel-moeda é altamente inflacionário e permite uma valorização excessiva das matérias-primas;

– Crise do Petróleo em 1973, países donos das grandes reservas da matéria-prima aumentam o preço no mercado internacional pois sem o padrão ouro petróleo é vendido a preço de banana e o consumo não para de aumentar, a maior consequência na economia mundial é a inflação (antes o barril custava menos de U$10);

– A inflação incentiva os países centrais a subirem as taxas de juros a partir de 1980, os países do 3° mundo como o Brasil que fizeram empréstimos internacionais são as maiores vítimas com o crescimento da dívida externa;

– O estado é o bode expiratório, Reagan inicia em 1982 a redução do intervencionismo governamental e a desregulação da economia iniciada nos anos 30, defendida para promover o crescimento da produtividade a financeirização ganha força na economia junto com seus problemas (especulação, paraísos fiscais, crescimento do crime organizado, lavagem de dinheiro, etc).

Luis Nassif

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