Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Stalin visto por George Kennan, por André Araújo

Stalin visto por George Kennan

por André Araújo

George Kennan foi o maior diplomata americano no Século XX. Ingressou no serviço diplomático na década de 20, optou desde o inicio por especializar-se em Rússia.

O Departamento de Estado tem uma escola para formação de diplomatas, o Foreing Service Institute. Em 1925 os EUA não tinham relações diplomáticas com a União Soviética e para um diplomata estudar a Rússia era preciso fazer cursos no exterior, nos EUA não havia escolas para essa especialização. Kennan começou a carreira como vice-cônsul em Genebra e estudou língua e cultura russa na Universidade de Berlim e depois em Riga, nos países bálticos.

Terminados os estudos de língua e cultura russa, Kennan se tornou o principal especialista em União Soviética no Departamento de Estado. Preparou-se assim para ser o encarregado de abrir a Embaixada americana em Moscou em 1929, quando foram restabelecidas relações diplomáticas. Kennan alugou o prédio para sede da Embaixada, providenciou a instalação, os móveis, a contratação de pessoal, aguardando a chegada do Embaixador indicado, William Bullit, não podia ser ele por causa da pouca idade e nível diplomático. Depois com várias escalas Kennan foi galgando postos no serviço diplomático passando por Berlim e Belgrado, finalmente foi nomeado por Truman Embaixador dos EUA em Moscou. Enquanto era encarregado de montar a Embaixada em Moscou, Kennan aproveitou suas férias e viajou por 36 dias pelo interior da União Soviética, seu conhecimento de russo era tão perfeito que nunca foi abordado como estrangeiro nessa jornada, era tratado como russo, numa época de extrema vigilância de estrangeiros no regime stalinista.

Seu profundo conhecimento da União Soviética desagradava Stalin que aproveitou suas férias em 1952 e impediu Kennan de reentrar na Rússia, declarando-o “persona non grata”.

Numa de suas estadas em Moscou, em 1946 e já como o Chargé d´Áffaires (segundo da Embaixada) Kennan mandou um telegrama de 49 páginas ao Presidente Truman, conhecido como o “Longo Telegrama” (enviado em 22 de fevereiro de 1946).

Nesse documento Kennan compõe um histórico das relações americano-soviéticas e traça a lógica da estratégia soviética para expansão de seu poder e influência e propõe qual deveria ser a politica americana para conter o expansionismo  russo no mundo, recomendação então conhecida como a “ Doutrina de Contenção”, que Kennan julgava ser a melhor politica em relação a URSS, ao contrario dos falcões de Washington  que propunham uma Doutrina de Confrontação. Nesse telegrama Kennan prevê a erosão do sistema soviético e sua desintegração em torno de 1990,  previsão escrita em 1946 e que se realizou.

Quando chefiava a Divisão de Planejamento Estratégico do Departamento de Estado, criada por ele, Kennan sob o então Secretário de Estado George Marshall  refinou a “Doutrina de Contenção”, desde então a base da politica americana frente a URSS até 1990. Kennan também teve grande participação na formulação do Plano Marshall como instrumento de contenção dos Partidos Comunistas na Europa Ocidental, no imediato pós-guerra havia fundados receios em Washington da prevalência dos partidos comunistas sob orientação soviética na França e na Itália, o Plano Marshall foi um instrumento para contrabalançar esse risco com um grande auxilio as economias devastadas da Europa.

Kennan era extremamente critico em relação à sabedoria diplomática americana, especialmente no Congresso, que ele considerava um poço de estupidez e ignorância em relação  às relações externas dos EUA. Nas suas memorias (1925-1950) , que foram editadas em português pela Top Books, tive um pequeno papel em estimular  a editora a praticar essa aventura , Kennan conta dois episódios em que confrontou-se com Senadores americanos em visita a  Moscou que não tinham a mais remota noção do Pais que visitavam.

Numa delas o Senador da Florida Claude Pepper, a caminho do Kremlin para uma audiência com Stalin dizia na sua voz roufenha “”vou dar um susto nesse ditadorzinho, vou dar um soco na barriga dele”, Kennan perdeu a paciência e fez o Senador descer do carro “ se o senhor fizer isso todos nós estaremos mortos, no gabinete de Stalin há atiradores ocultos prontos para metralhar quem ameaçar Stalin”.

Outro Senador, conta Kennan nas suas memorias, a caminho da mesma audiência disse “vou aproveitar o encontro para vender uma entrevista com Stalin, tem um jornal que me paga 1.000 dólares por essa entrevista”. Kennan respondeu “Stalin é uma das maiores personalidades do século, levei dois meses de tratativas para conseguir essa audiência que Stalin raramente concede,  é dada em deferência especial  ao Congresso dos EUA, o senhor vai sujar nossa reputação para conseguir alguns trocados ? “

Kennan gasta boa parte do seu livro de memorias para se lamentar da boçalidade e ignorância do Congresso em relação às relações internacionais dos EUA e foi por causa disso que se aposentou precocemente, sua ultima decepção foi a rejeição pelo Senado de um Tratado com a Iuguslasvia de Tito, onde Kennan era Embaixador, conseguido após três anos de duras negociações, Tito era comunista mas fora do controle soviético e pelo tratado compraria trigo dos EUA para não depender da URSS, o tratado para choque de Kennan foi rejeitado pelo Senado porque dois senadores de terceira categoria dependiam do voto de eleitores de origem iugoslava no meio-oeste e para não desagradar esses eleitores votaram contra o tratado. Para Kennan foi demais, pediu aposentadoria e se recolheu para a vida acadêmica. Seu primeiro livro foi A RUSSIA E O OCIDENTE, escrito logo após a Revolução de 1917 publicado no Brasil pela Forense e o ultimo foi SKETCHES OF A LIFE, um balanço de sua longa vida, que gentilmente me autografou quando o visitei no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, já quase centenário, Kennan morreu em 2005, com 101 anos.

Sua curta descrição do perfil de Stalin, visto de perto, é uma obra prima. Esse pequeno relato está em “GOTHA DEI CENTI PERSONAGGI”, publicado  em 1977, em Milão, pela Editoriale Nuova, tenho essa edição original. A tradução do italiano é minha, desculpem falhas.

JOSEF STALIN

“Era atarracado e pequeno de estatura. Sua veste parecia ser maior do que o corpo, a impressão era  que a veste larga tinha o proposito de esconder a boa composição da figura. Por trás da roupa se via uma pessoa intensa,  de uma força concentrada, os dentes amarelados, a face amaciada  e insipida. Todo o conjunto, incluindo a pele devastada pela varíola e os olhos amarelos dava a impressão de um velho tigre belicoso.

A sua postura nos deixava a vontade, era simples, pacato e discreto. Não queria ser notado, falava pouco e na maior parte das vezes suas palavras pareciam razoáveis, de compreensão das razões do interlocutor. Um visitante longínquo que ignorasse quem era jamais poderia captar que abismos de calculo, de ambição, de vontade de poder,  de crueldade,  se escondiam sob tal personalidade modesta.

O transformismo de Stalin se constituía em fator essencial de sua grandeza como estadista, assim como sua facilidade em se exprimir de modo simples, claro e aparentemente inócuo.

Sabidamente privado de qualquer pensamento criativo, era sempre um aluno que aprendia rápido e muito facilmente. Possuía incríveis dotes de observador e até de imitador.

Quando eliminava seus mestres e isso fazia frequentemente significava para ele uma demonstração de respeito à sabedoria dos professores.

O que mais ressaltava nele era sua diabólica habilidade.  Na era moderna não se conheceu um estadista com  capacidade tática maior que ele. O seu aspecto tranquilo, sereno, inocente, que desarmava os adversários, fazia parte de sua inquietante superioridade tática.

Outros observadores que o encontravam com maior frequência do que eu, disseram que seus acessos de fúria eram terríveis quando se dirigiam a um infeliz subordinado e nos grandes banquetes diplomáticos da Guerra humilhava seus subordinados com brindes infindáveis apenas para demonstrar seu poder sobre eles.

Eu pessoalmente não o vi nessas situações. “Mas durante minhas muitas visitas a ele, nunca duvidei de que estava frente a um dos homens mais poderosos da Terra, grande, sobretudo na sua malignidade, cruel, astuto, perigoso, enfim um dos grandes personagem de nossos tempos”.

Esse pequena narrativa pessoal é valiosa  foi escrita por um observador que conhecia Stalin de perto e interagia com ele no apogeu da Guerra Fria quando as relações URSS-EUA eram as mais tensas do Século.

 Ao mesmo tempo que via Stalin como o inimigo, Kennan admirava o personagem na sua dimensão histórica e isso é o que se depreende de seu perfil de Stalin.

Kennan figurou como um dos WISE MEN (Seis Homens Sábios e o Mundo que Eles Criaram)  livro de Evan Thomas  que  versa sobre os seis grandes amigos que criaram o poder imperial dos EUA no Século XX, Kennan é um deles, os demais foram  Robert Lovett, Charles Bohlen, Averrel Harriman, Dean Acheson e  John McCloy, todos pesos pesados da diplomacia e do poder americano nos governos Truman e Eisenhower, no pico da guerra fria.

Infelizmente e há muito tempo os Estados Unidos não tem mais diplomatas do calibre de Kennan, a diplomacia americana caiu na mediocridade  que é parte do ciclo de decadência dos EUA, embora jamais, mesmo nos mais negros pesadelos, se  poderia  imaginar um desastre das proporções  de Donald Trump, um verdadeiro  cataclima histórico cujas raízes estão nos excessos do neoliberalismo e da globalização financeira que destruíram a classe media americana e produziram os 60 milhões de eleitores de Trump revoltados com seu País.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

38 Comentários

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  1. PEQUENO REPARO

     “(…)já quase centenário, Kennan morreu em 2005, com 101 anos.”

    Se houve mesmo um equívoco, corrige e exclua meu comentário em seguida. Se não houve, obviamente, exclua também.

    1. Já quase centenario quando o

      Já quase centenario quando o visitei, é uma constatação. Morreu em 2005 com 101 anos, é outra constatação.

      Kennan nasceu em 1904 e morreu em 2005.

      1. Em um primeiro momento…

        Em um primeiro momento tive essa mesma impressão, talvez pela proximidade de “quase centenário” e “morreu com 101 anos”.

        Porém a pontuação não deixa dúvidas e a frase está corretíssima, fica claro que você o visitou quando ele tinha quase 100 anos e ele morreu com 101, ou seja, pouco após sua visita.

        O trecho está muito bem escrito assim como todo o texto. Mais uma excelente postagem, com um assunto extremamente interessante, valeu.

         

        1. Meu caro Ruy, vindo de vc

          Meu caro Ruy, vindo de vc fico muito honrado, é preciso uma certa sofisticação perceptiva para entender a visão de Kennan sobre Stalin. Ele não o elogia e nem poderia, Stalin era o adversario natural do Pais que Kennan representava naquele instante.

          Kennan apenas registra quem era Stalin, como se fosse um ficha de arquivo, não emite juizo de valor, faz um relatorio.

          Stalin o expulsou da URSS e o fez perder  a posição de Embaixador em Moscou exatamente porque respeitava e admirava sua atuaçã  como Embaixador. Se Kennan fosse um mediocre, Stalin não iria perder tempo com ele.

  2. Como sempre te digo:

    Como sempre te digo: tecnicamente teus artigos são muito bons. Esse é mais um exemplo deles.

    Concordo quanto a Kennan, sua importância e com a descrição que ele fez de Stalin. Stalin era uma mistura de ferocidade, astúcia, pragmatismo e crueldade como poucas vezes se viu.

    1. Agradeço o elogio, o que é

      Agradeço o elogio, o que é umpressionante em Stali é como um homem sozinho, sem um forte grupo de apoio, ele nao tinha uma “guarda pretoriana” porque mandava liquidar os seus auxiliares mais proximos, como os chefes da policia secreta e no entanto morreu de morte natural em 1953, governava pelo terror, quando morreu de enfarto só arrombaram a porta de seus aposentos depois de dois dias, todos o temiam até na morte.

      1. Procuro elogiar/criticar

        Procuro elogiar/criticar quando vejo méritos/deméritos. Meu critério é procurar ser honesto e justo.

        Como sempre te disse: tecnicamente teus artigos são sempre muito bons. São bem escritos e embasados com bibliografia restrita e dados difíceis de serem encontrados. Revelam leitura e pesquisa. É a parte realmente de excelência dos teus artigos. 

        Discordo de você das analises que faz a partir dos dados. As vezes, não sempre é claro, você se equivoca na analise que extrai desses dados. Aí está minha única discordância com você.

        Falando de Stalin. Certa vez vi um documentário em que tentava-se explicar essa contradição entre seu isolamento e a fidelidade dos seus asseclas. Não me convenceu muito, mas a explicação era a de que seus auxiliares mais próximos, como Molotov, eram fiéis e o mantinham no poder porque viam na servidão a ele a única garantia de permanecer nos postos que ocupavam e se algo saísse (muito) errado eles teriam a quem culpar: Stalin.

        Explicação frouxa. Porque ninguém estava seguro perto de Stalin.

         

        1. De fato ninguem estava

          De fato ninguem estava seguro, nem seus companheiros de jantar nas longas noites que iam até as 4 da madrugada.

          Milovan Djilas, vice-presidente da Iugugoslavia, fala sobre esses janatares em suas memorias, ninguem sabia se saia vivo.

          As vezes Stalin dizia ” Voce está com um olhar estranho hoje, porque será? Era sinal de morte.

          Vyecheslav Molotov foi chanceler de Stalin por toda a Guerra enquanto sua esposa Paulina Molotov estava na cadeia, Molotov nunca disse a Stalin uma palavra sobre sua esposa presa, o que para Stalin era uma prova de fidelidade.

          Nesses jantares todos bebiam muito, Stalin fazia paiadas e imitava seus convivas ou outros que não estavam lá, Stalin era excelente imitador embora no ambiente nada deveria ser engraçado.

          Stalin tambem gostava muito de cinema, especialmente de musicais da Metro, que chegavam toda semana através da Embaixada russa wm Washington. Era fascinado pela atriz-cantora Jeanette MacDonald.

    1. Era a opinião de Kennan,

      Era a opinião de Kennan, lembrando que Stalin liquidou com toda a velha guarda bolchevique, com 85% da cupula do Exercito Vermelho e com todos aqueles que pela sua alta capacidade eram uma ameaça a seu poder, o que Kennan quis dizer é que

      Stalin respeitava as lições de mestres inteligentes e usava essa sabedoria para seus objetivos mas ao mesmo tempo via

      nesses mestres uma ameça por causa de sua inteligencia e mandava elimina-los depois de receber suas lições.

    2. Era a opinião de Kennan,

      Era a opinião de Kennan, lembrando que Stalin liquidou com toda a velha guarda bolchevique, com 85% da cupula do Exercito Vermelho e com todos aqueles que pela sua alta capacidade eram uma ameaça a seu poder, o que Kennan quis dizer é que

      Stalin respeitava as lições de mestres inteligentes e usava essa sabedoria para seus objetivos mas ao mesmo tempo via

      nesses mestres uma ameça por causa de sua inteligencia e mandava elimina-los depois de receber suas lições.

  3. Kennan previu o colapso da URSS por volta dos anos 90?

    Eu efetuei uma busca nos engenhos respectivos mas não vi nada a respeito de que Kennan previu que a URSS cairia por volta de 90. Na minha busca achei o seguinte, sem referência à provável data do colapso:

    “George Kennan

    American diplomat George F. Kennan proposed his famous containment theory in 1946–47, arguing that, if the Soviet Union were not allowed to expand, it would soon collapse. In the X Article he wrote:

    [T]he main element of any United States policy toward the Soviet Union must be a long-term, patient but firm and vigilant containment of Russian expansive tendencies… Soviet pressure against the free institutions of the Western world is something that can be constrained by the adroit and vigilant application of counter-force at a series of constantly shifting geographical and political points, corresponding to the shifts and manoeuvres of Soviet policy.[17]

    The United States would have to undertake this containment alone and unilaterally, but if it could do so without undermining its own economic health and political stability, the Soviet party structure would undergo a period of immense strain eventually resulting in “either the break-up or the gradual mellowing of Soviet power.”[17]

    Kennan later regretted the manner in which his theory was received and implemented, but it nevertheless became a core element of American strategy, which consisted of building a series of military alliances around the USSR.[18]”

    https://en.wikipedia.org/wiki/Predictions_of_the_dissolution_of_the_Soviet_Union#George_Kennan

    Lenin foi mais preciso do que o Kennan:

    “Enquanto o capitalismo e o socialismo existirem, não poderemos viver em paz. No fim, um ou outro terá de triunfar – um réquiem será cantado sobre a República Soviética ou sobre o mundo capitalista.”

  4. Geopolitica

    Um bom artigo para se entender melhor a geopolitica do século XX e suas consequências, as quais vivemos neste século XXI pobre em ideias e ideiais. Não conhecia a historia de George Kennan e sua rica vida diplomatica. Vale também pela bibliografia citada. 

    Stalin é um caso à parte na historia do século XX. Apesar de não faltar ditador nessa época e ainda tivemos Hitler, mas Stalin e a revolução Bolchevique mudaram a Historia do século XX. Certa feita li uma biografia sobre Stalin, de uma historiadora francesa, em que ela se detém na analise da relação de Stalin com sua mãe, o pai era alcoolotra e acaba morrendo ainda cedo e nessa biografia, ela deixa a ideia de que Stalin foi um jovem mediocre, apesar de ter podido fazer bons estudos, e quando chegou ao poder, ele elimiou a todos que tinham capacidade intelectual bem acima da sua. Viriam dai, também, os problemas com Lenin e Trotsky. Os dois não tinham uma opinião muito boa da capacidade intelectual de Stalin, que de tão ruim na argumentação logica, no inicio fora um simples secretario do partido comunista russo.

    1. Esse clichê de que Stalin era

      Esse clichê de que Stalin era mediocre foi espalhado pelos trotskistas. Se assim fosse Stalin jamais poderia por 29

      anos diigir sozinho o maior Pais do planeta, 22 milhões de quilometros quadrados com 39 nacionalidades e 11 fusos horarios.

      De fato Trotsky era mais sofisticado, falava francês, alemão e inglês, Stalin mal falava russo, sua lingua natal era o georgiano,

      mas Stalin era perspicaz e de grande inteligencia. Depois de sua morte encontrou-se no seu apartamento no Kremli e na dacha de Kutsevo centenas de livros cuidadosamente anotados com observações e comentarios, Stalin lia todo dia e absorvia conhecimentos sem ostenta-los.

      A maior diferença de Stalin com Trotsky era de natureza tática, Stalin dava importancia ao Estado russo e não à ideologia, Trotsky era o contrario. Stalin sacrifou comunistas na Espanha e na Grecia para manter acordos com paises ocidentais

      capitalistas que para ele eram mais importantes do que espalhar o comunismo.

  5. Podridão dos gigantes da Humanidade

    “… um dos homens mais poderosos da Terra, grande, sobretudo na sua malignidade, cruel, astuto, perigoso, enfim um dos grandes personagem de nossos tempos”.

    Só mais um caso de alguém tido por gigante na história da Humanidade, por ter sido cruel, beligerante, ganancioso em proporções titânicas. 

    Mais um Gigante da Humanidade como Alexandre, Júlio César, Napoleão, Hitler. Ok, a Humanidade anda melhorando, pois Hitler e napotlão já não tem uma imagem lá tão boa, enquanto Alexandrre e César passaram para a história como heróis (apesar das milhars de pessoas assassiandas e povos dominados. Na verdade, pensemos que Hitler, napoleão e Stalin só tem a má fama parcial atual por no fim, terem ficado do lado perdedor, sendo que outros abutres da guerra como Obama e os Presidentes estadunidenses são tidos como mocinhos apesar de sua interminável lista de povos chacinados e explorados. A História oficial ainda não é mais que a versão do lado vencedor.

    Bom será no dia em que a Humandiade só tratar como gigante e heróic gente como Gandhi, Da Vinci ou Jesus, e declarar todo aquele movido a ganância e a guerra como vergonhoso e reprovável. Talvez um dia.

  6. Neoliberalismo, globalização e a proletarização da classe média

    A proletarização da classe média americana não foi consequencia dos excessos do neoliberalismo nem da globalização financeira. Os excessos do neoliberalismo, a globalização financeira e a destruição da classe média são efeitos conjuntos do avanço do capitalismo.

    “Os pequenos estados médios até aqui, os pequenos industriais, comerciantes e rentiers, os artesãos e camponeses, todas estas classes caem no proletariado, em parte porque o seu pequeno capital não chega para o empreendimento da grande indústria e sucumbe à concorrência dos capitalistas maiores, em parte porque a sua habilidade é desvalorizada por novos modos de produção. Assim, o proletariado recruta-se de todas as classes da população”. – Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista

    “Under the freedom of trade the whole severity of the laws of political economy will be applied to the working classes. Is that to say that we are against Free Trade? No, we are for Free Trade, because by Free Trade all economical laws, with their most astounding contradictions, will act upon a larger scale, upon a greater extent of territory, UPON THE TERRITORY OF THE WHOLE EARTH; and because from the uniting of all these contradictions into a single group, where they stand face to face, will result the struggle which will itself eventuate in the emancipation of the proletarians”. – Engels, To Free Trade Congress at Brussels (1847)

  7. Stalin e Churchill, os dois
    Stalin e Churchill, os dois maiores estadistas do breve século XX.
    O livro de cabeceira de Stalin com certeza não era O Capital mas O Príncipe de Maquiavel, o handbook de política indispensável a qualquer estadista.

    1. De fato foram os dois maiores

      De fato foram os dois maiores estadistas em termos de Segunda Guerra mas não é possivel não considerar Roosevelt pelo conjunto da obra, não só pela sua ação na Guerra mas pela iniciativa anterior do NEW DEAL que salvou o capitalismo americano, atuação em que Roosevelt foi unico e pioneiro, os economistas conservadores daquela época, avôs dos nossos economistas tucanos neoliberais, achavam que a crise era depuradora e deveria se deixa-la intocada porque em cem anos os EUA sairiam do crise sem a interferencia do Estado, o mesmo pensamento de Miriam Leitão, Elena Landau, Persio Arida, Arminio Fraga, de hoje, pelo qual o Estado não deve ser instrumento de combate à recessão.

      1. Quem salvou o capitalismo foi a destruição promovida pela guerra

        Quando as forças produtivas avançam, elas se tornam cada vez mais incompatíveis com as relações de produção, fazendo a taxa média de lucro despencar. Numa tal situação, há duas alternativas: Ou a classe trabalhadora faz avançar as relações de produção ou a classe parasita faz recuar as forças produtivas, através da guerra, da conquista de novos mercados e da intensificação da exploração dos antigos mercados.

        Os capitalistas compatibilizaram as dinâmicas forças produtivas com as arcaicas relações de produção capitalista não com o New Deal, mas com a destruição promovida pela II Guerra Mundial.

        1. Se fosse assim tão simples

          Se fosse assim tão simples bastaria promover uma guerra a cada dez anos e o mundo cresceria ao infinito.

          Sem o New Deal os EUA não teriam força economica para enfrentar a Segunda Guerra, esta ao criar dmanda nova de material belico empurrou o crescimento da economia MAS com o New Deal o emprego já estava em grande parte recuperado em 1939,

          a Reconstruction Finance Corp. salvou 8.000 bancos e 12.000 empresas com emprestimos a juros quase negativos, o governo federal empregou 6 milhões de jovens para limpar parques, estradas e pintar predio publicos, então a explicação pura e simples da Guerra como redenção é ilusoria, foi o New Deal antecedente sem o qual a Guerra não teria os recursos.

          1. Mas a grande guerra teve um
            Mas a grande guerra teve um papel fundamental na reativação da economia, nada consegue mobilizar tanto as forças de um pais. Mobiliza corações e mentes. A estratégia de rearmamento foi fundamental também no reerguimento da economia alemã. Antes de entrar na guerra as forças armadas americanas bem pequenas se comparadas aos alemães por exemplo. Imagine o impulso gerado na economia quando o exército se expande de uma divisão para 200 divisões. Multiplica a demanda de tudo desde algodão para os uniformes até papel higiênico e indústria de alimentos enlatados. Com o alistamento em massa a mão de obra passa a escassear e os salários tendem a subir. A carência de mão de obra faz com que mulheres abandonem as tarefas domésticas para ocupar posições antes exclusivas dos homens. A economia de guerra traz uma outra dinâmica e acelera todas as atividades econômicas.

          2. É verdade mas sem um LASTRO

            É verdade mas sem um LASTRO solido anterior a demanda de guerra provocaria inflação e não foi o que ocorreu.

            A Inglaterra tembem participou da guerra e não teve nenhuma prosperidade por causa disso.

          3. É verdade, mas..
            Tem que ser dito que a Inglaterra foi alvo de pesados bombardeios e bloqueios. Já os EUA não tiveram nenhuma fábrica ou cidade danificada em seu território

          4. Não haveria inflação porque a

            Não haveria inflação porque a grande depressão deixou uma montanha de mão de obra e de infraestrutura industrial ociosa. O esforço de guerra botou tudo isso em uso. Além disso a economia de guerra impedia uma explosão de consumo das famílias. Na Aemanha mesmo com o plano Schacht emitindo titulos a torto e a direito a inflação não explodiu. O caso da inglaterra foi diferente porque ela sofreu muito com os bombardeios e o bloqueio maritimo nazista. 

          5. Os bombardeios alemães tinham

            Os bombardeios alemães tinham objetivos psicologicos e se deram especialmente em zonas residenciais. Os bombardeios em zonas industriais não danificaram muito a industria britanica, um unico grande bombardeio à area industrial foi o de Coventry

            A escolha de ZONAS RESIDENCIAIS por Goering em vez de bombas  sobre industrias foi matéria de grande debate no Alto Comando Alemão, com um grupo contestando a decisão de Goering, grupo esse chefiado por Hugo Sperrle. Os melhores

            historiadores militares consideraram um grave erro da Luftwaffe priorizar areas residenciais e não a base industrial inglesa.

            Em artigos sobre economia eu tenho usado extensivamente o exemplo dos EUA na guerra e do rearmamento alemão como

            explicação para a NÃO INFLAÇÃO com expansão monetaria para objetivos definidos, se o Brasil colocasse R$2 trilhões em infra estrutura em 50 meses, R$40 milhões por mês, não haveria inflação e a economia cresceria no minimo 20%

            Esses DOIS acontecimentos (EUA e Alemanha) de expansão monetaria sem inflação s são a base de meio livro MOEDA E PROSPERIDADE.

          6. A causa da crise de 29 foi o subconsumo ou a superprodução?

            André Araújo, se você responder corretamente a essa questão, você mudará seu modo de ver a realidade econômica.

            De acordo com Keynes, a crise de 29 foi consequencia do subconsumo. Desse ponto de vista, o incentivo da demanda por parte do setor público não provocaria inflação. Consoante a Teoria Marxista, as crises capitalistas são derivadas da superprodução. Desse ponto de vista, a demanda também não provocaria inflação.

          7. A crise de 1929 deveu-se aos

            A crise de 1929 deveu-se aos execessos de ESPECULAÇÃO financeira, as ações não paravam de subir e com base nesse riqueza falsa o consumo era estimulado. A crise de 1929 nasceu na BOLSA, tanto que a crise tem o nome de Black Friday ou Crash de 1929, assim como a crise de 2008 foi a crise dos bonds subprime.

          8. A especulalção é efeito da crise, não sua causa

            André Araújo, você tá tomando o efeito pela causa. A especulação é efeito da crise, não sua causa.

            De acordo com Marx:

            “Depois de extinta a última centelha de vida, as várias partes constitutivas deste caput mortuum entraram em decomposição, estabeleceram novas combinações e formaram novas substâncias. Os industriais da filosofia, que até aí tinham vivido da exploração do espírito absoluto, lançaram-se agora sobre as novas combinações. Cada um procedeu, com o maior zelo possível, à venda ao desbarato do quinhão que lhe coubera. Isto não podia sair bem sem concorrência. Esta foi inicialmente conduzida de um modo bastante burguês e respeitável. Mais tarde, quando o mercado alemão estava saturado e a mercadoria, a despeito de todos os esforços, não encontrava acolhimento no mercado mundial, o negócio foi estragado à maneira habitual na Alemanha – pela produção em grande escala e fictícia, pela deterioração da qualidade, pela adulteração da matéria-prima, pela falsificação dos rótulos, por compras fictícias, por vigarices no saque de letras e por um SISTEMA DE CRÉDITO DESTITUÍDO DE QUALQUER BASE REAL. A concorrência acabou numa luta encarniçada que agora nos é exaltada e apresentada como uma mudança de importância histórica, como geradora dos resultados e conquistas mais prodigiosos.”

            Como visto, a especulação é fruto da saturação do mercado, não a sua causa.

          9. Porque, em vez de produzir, o capitalista decide especular?

            Porque, em vez de produzir, o capitalista decide especular?

            Há duas explicações para as crises capitalistas: O subconsumo e a superprodução.

            Para Keynes, as crises capitalistas derivam do subconsumo, o qual, por sua vez, é provocado pelas altas taxas de juro, o que faz com que os produtores passem a especular em vez de produzir e faz os consumidores reduzir o nível de consumo e aumentar a poupança.

            Para, Marx, as crises capitalistas derivam da baixa taxa de lucro e da superprodução. Entretanto, enquanto a queda da taxa de lucro é compensada pela elevação do grau de exploração do trabalhador, essa queda não é suficiente para desencadear a crise. A baixa taxa de lucro só desencadeia a crise quando a oferta supera a demanda. Nesse sentido, Marx escreveu:

            “Por outro lado, à medida que a taxa de valorização do capital global, a taxa de lucro, é o aguilhão da produção capitalista (assim como a valorização do capital é sua única finalidade), sua queda retarda a formação de novos capitais autônomos, e assim aparece como ameaça para o desenvolvimento do processo de produção capitalista; ela promove superprodução, especulação, crises, capital supérfluo, ao lado de população supérflua”.

            Interessante notar que Keynes defende que a causa da crise é o subconsumo, e não a superprodução, mas para superação da crise ele defende que as pessoas sejam empregadas não na produção de riqueza, mas em cavar e tapar buracos, e, ao receberem seus salários por esse trabalho inútil e absurdo, aqueçam o comércio, já que a crise não é na produção da riqueza, mas na sua distribuição.

            O André Araújo, entretanto, não se filia nem à corrente subconsumista nem à corrente da superprodução. De acordo com o André Araújo, as causas da crise é a especulação.

            Resta perguntar: Porque, ao invés de produzir, o capitalista decide especular?

            All nations with a capitalist mode of production are therefore seized periodically by a feverish attempt to make money without the intervention of the process of production.

            Certamente, é porque a taxa de lucro do processo produtivo está muito baixa. Por outro lado, enquanto a taxa de lucro cai mas a massa de lucro se eleva, através do aumento da extração de mais-valia sobre o trabalhador, mais se eleva a produção, já que o capitalista que vende mais barato tem que produzir e vender em maior quantidade que seus concorrentes, levando-os à ruína. Assim, a produção aumenta na mesma proporção em que o número de trabalhadores se reduz, reduzindo o número de consumidores, levando o comércio à saturação. Nesse ponto é que os capitalistas deixam de produzir e passam a especular.

            De acordo com Marx:

            “Trata-se, por certo, de um acontecimento interessante: do processo de putrescência do espírito absoluto. Depois de extinta a última centelha de vida, as várias partes constitutivas deste caput mortuum entraram em decomposição, estabeleceram novas combinações e formaram novas substâncias. Os industriais da filosofia, que até aí tinham vivido da exploração do espírito absoluto, lançaram-se agora sobre as novas combinações. Cada um procedeu, com o maior zelo possível, à venda ao desbarato do quinhão que lhe coubera. Isto não podia sair bem sem concorrência. Esta foi inicialmente conduzida de um modo bastante burguês e respeitável. Mais tarde, quando o mercado alemão estava saturado e a mercadoria, a despeito de todos os esforços, não encontrava acolhimento no mercado mundial, o negócio foi estragado à maneira habitual na Alemanha – pela produção em grande escala e fictícia, pela deterioração da qualidade, pela adulteração da matéria-prima, pela falsificação dos rótulos, por compras fictícias, por vigarices no saque de letras e por um sistema de crédito destituído de qualquer base real. A concorrência acabou numa luta encarniçada que agora nos é exaltada e apresentada como uma mudança de importância histórica, como geradora dos resultados e conquistas mais prodigiosos.”

            Portanto, a especulação não é a causa da crise. A especulação e a crise são efeito conjunto da superprodução, a qual, por seu turno, é conseqüencia do sobretrabalho.

            Se a crise é de superprodução, a sua superação só pode ocorrer através da destruição de parte dos produtos bem como de parte das forças produtivas, de modo a compatibilizá-las com as arcaicas relações de propriedade capitalistas. A esse respeito, Marx e Engels escreveram no Manifesto Comunista:

            Assim, o André Araújo se equivoca quando defende que a crise capitalista desencadeada em 1929 foi superada em razão do New Deal, e não em razão da destruição promovida durante a II Guerra Mundial. Fica claro também que a crise capitalista não será superada com a injeção de dinheiro na economia, como defende o André Araújo.

          10. Ociosidade

            André Araújo, havia infraestrutura industrial ociosa e muita mão-dobra desempregada em razão do superinvestimento em tecnologia poupadora de mão-de-obra, a fim de aumentar a produtividade dos trabalhadores, o que faria minimizar custos na concorrência com outros capitalistas e consequentemente maximar os lucros, e esse superinvestimento fez a oferta superar em muito a demanda.

          11. A crise de 29 foi conseqüência da superprodução

            A demanda só provoca inflação se ela superar a oferta. A crise desencadeada em 29 foi uma crise de superprodução.

            Quanto à Inglaterra, ela não teve prosperidade imediata com a guerra mas a guerra fez estancar a generalização da pobreza no mencionado país.

          12. E um New Deal a cada dez anos?

            Um New Deal a cada 10 anos não faria igualmente a economia crescer infinitamente?

            A teoria Keynesiana, segundo a qual quando a iniciativa privada está em retração, o estado tem que promover a atividade econômica é uma farsa. De acordo com Adam Booth, ‘a idéia keynesiana de criar demanda através de estímulos governamentais é basicamente idealista e anti-dialética. Uma só questão deve ser respondida: onde os governos obtêm o dinheiro para estes estímulos? Se o dinheiro vem dos impostos, então isto quer dizer: ou tributar a classe capitalista, o que significa uma mordida em seus lucros, criando uma greve de capital e, dessa forma, reduzindo investimentos; ou tributar a classe trabalhadora, o que reduzirá o seu poder de consumo e, dessa forma, reduzindo a demanda – o oposto do que os estímulos governamentais pretendiam fazer!’.

            A única explicação razoável para a sobrevivência do capitalismo é a destruição promovida pela guerra. Aliás, uma das iniciativas do New Deal foi justamente destrutiva: Foram destruídos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda de seus preços.

          13. O dinheiro vem da expansão

            O dinheiro vem da expansão monetaria, o Estado pode imprimir dinheiro, só ele. O financiamento do rearmamento alemão veio dos MEFO bonds inventados por Schacht, uma quasi-moeda. Os estimulos às economias do Japão, da União Europeia e dos EUA após a crise de 2008 veio do Quantitative Easing, programas de expansão monetaria liberada mes a mes, 50 nilhões de Turos mes na Europa e 80 bilhões de dolares mês nos EUA.

            O poder emissor dos Estados serve para isso, expandir a base monetaria quando é preciso levantar a economia.

          14. Estímulos monetários vãos

            Apesar dos tsunamis monetários nas economias do Japão, da União Européia e dos EUA, as economias de tais países continuam patinando.

  8. A campanha contra  Stalin,

    A campanha contra  Stalin, comparando-o  a Hitler e suas atrocidades ao longo de seu mandato,faz parte   da estratégia  internacional  da extrema direita ,buscando  atenuar os crimes cometidos  pelos nazistas tornando factível e aceitável,politica e socialmente, neo-nazistas,fascistas e a “nova-direita”. Somente Stalin,com sua liderança,poderia  paralisar e neutralizar a máquina de  guerra que  lhe causou 20 milhões de  baixas,manteve  ocupado seu território por três anos e repelindo-a, a  fez retroceder até a capital,Berlim,tomando-a e ocupando-a por meio século.

    1. A propaganda diversionista
      Campanhas contra Stalin serviram para dissimular outras atrocidades cometidas não apenas pelos nazistas. Arthur Harris passou ileso de responder por crime de guerra, menos ainda Churchill que aprovou o ousado e carniceiro projeto do comandante da RAF. Como o bombardeio de áreas industriais alemãs vinha tendo pouco resultado, Harris apresentou o plano de bombardear não mais as máquinas, as fábricas, mas os operários. Basicamente chacinar mulheres, crianças e idosos, os homens estavam no leste, invadindo a URSS. As carnificinas foram feitas com perversa precisão técnica. As primeiras bombas deslocavam o ar, quebrando janelas. As segundas eram as incendiárias, aproveitavam-se do casario ser de madeira. Ao final, as com temporizador explodiam quando tentavam resgatar sobreviventes. Várias cidades foram destruídas. Uma delas, Dresden, sem valor estratégico, desapareceu. Este genocídio rendeu um clássico da literatura americana, “Matadouro 5”, escrito por um ex-piloto que lá esteve.

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