Tuiuti faz desfile historicamente perfeito, por Fábio St Rios

Sempre pelo ponto de vista dos dominados, desfile retratou diversos momentos da história com destaque para última ala representando os paneleiros feitos de fantoches e, no topo do carro alegórico, Michel Temer como “O Vampiro Neoliberalista”
 
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A Postagem
 
TUIUTI FAZ DESFILE HISTORICAMENTE PERFEITO: Ao criticar os “patos” causou constrangimento à Globo.
 
Por Fábio St Rios
 
O desfile da Paraíso do Tuiuti foi muitíssimo bem elaborado, o enredo retratou a escravidão e pôs todos os trabalhadores assalariados, como médicos, engenheiros, faxineiras e qualquer outro, como escravos modernos. Ao contar a história da exploração do homem pelo homem, abriu o desfile com uma comissão de frente comovente, retratando os escravos, os pretos velhos e a redenção do feitor que é transformado pela espiritualidade e liberta dos escravos.
 
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Com um desfile sem erro de história, bem concebido e construído, segundo a historiografia. Retratou diversos momentos da história das civilizações humanas, sempre pelo ponto de vista dos dominados. Lembrou que aleijadinho, no penúltimo carro, é negro.
 
O melhor ficou para a última ala e o último carro, que retrata os manifestantes paneleiros, acima deles, diversas grandes mãos, formando um a imagem de diversos fantoches, cujo o topo está representado por Michel Temer, cuja fantasia é de um vampiro presidente. O nome do destaque foi dado de “O Vampiro Neoliberalista”.
 
Atrás de cada um dos manipulados, estão os trabalhadores segurando um CLT toda suja. O carro tem em seu verso, olhando para trás, uma enorme CLT. A transmissão da Globo fez mais de dois minutos de silêncio durante as últimas alas e o último carro. O destaque, que representou Temer, foi um professor de história, Leo Morais. O último carro chamava “Navio neo-tumbeiro”, que presenta a atualização do tombadilho que transportava escravos no período escravocrata.
 
Outro grande destaque, foi o carro representando a Lei Áurea, em uma réplica gigante perfeita. Logo atrás do carro, as formas de escravidão moderna, cujas críticas começaram em uma ala representando as favelas. Um desfile perfeito e comovente, que levou a Sapucaí a cantar e aplaudir de pé, como poucas vezes se viu.
 
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Por Fábio St Rios
Estudou Ciência da Computação, Engenharia Metalúrgica na UFF, Engenheiro de Software, Desenvolvedor, Programador, Hacketivista e Estudante de História na UniRio.
Redação

11 Comentários

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  1. Os vampiros do Brasil

    Opa! Sera que os patinhos pararam um pouco e pensaram que aquilo era com eles? Ou eles ainda estão nessa de que são “elite”. E até o fim o vampirão do Temer vai ser execrado publicamente.

  2. Muito bom…festa do povo e,

    Muito bom…festa do povo e, na parte que cabe ao povo, a Globo sempre esconde…por isso somos, por ordem e graça dessa emissorra demoníaca, segundo pesquisa recente, o segundo posto no ranking dos paises que menos conhece sua própria realidade. 

  3. O dia em que o morro descer e não for carnaval
    Wilson das Neves – O Dia Em Que O Morro Descer E Não For Carnaval O dia em que o morro descer e não for carnaval ninguém vai ficar pra assistir o desfile final na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil (é a guerra civil) No dia em que o morro descer e não for carnaval não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral e cada uma ala da escola será uma quadrilha a evolução já vai ser de guerrilha e a alegoria um tremendo arsenal o tema do enredo vai ser a cidade partida no dia em que o couro comer na avenida se o morro descer e não for carnaval O povo virá de cortiço, alagado e favela mostrando a miséria sobre a passarela sem a fantasia que sai no jornal vai ser uma única escola, uma só bateria quem vai ser jurado? Ninguém gostaria que desfile assim não vai ter nada igual Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga nem autoridade que compre essa briga ninguém sabe a força desse pessoal melhor é o Poder devolver à esse povo a alegria senão todo mundo vai sambar no dia em que o morro descer e não for carnaval. https://youtu.be/mr0ZUETRnJk

  4. Paulo Francis

    Se vivo fosse Paulo Francis diria ´´Nos estados unidos nao se falaemoutracoisa , so quem ficou calada e quando se manifestava durante o desfile da Tuiuti era em monossilabos foi a rede globo´´

  5. Por essas coisas aí é que eu

    Por essas coisas aí é que eu sempre pensei que “ESSA PORRA”, depois que mudaram a capital pra Basília, está sendo governada de fora pra dentro: O Rio é que tem que ser a capital. Lá, fica muito mais fácil pegar essa mundiça que tomou o poder e meter a sola neles no meio da rua. Em Brasília, além de ser longe, não se vive a realidade do povo. Tem de mudar!!! Tem de voltar ao que era antes de 60. Viva o Rio, capital de direito do Brasil!!! Ah, e se os do Sul quiserem criar o “O Sul É O Meu País”, vão em frente. Um Paraguai a mais no mundo não vai fazer diferença.

  6. “Que grito foi esse?! Pegada de africano!”

    O samba fala por si. Lindo. Um hino. Arrepiante como toda boa música-oração. Assim seja. 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=CyB35KAdURo%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=CyB35KAdURo

     

    A letra.

    G.R.E.S Paraíso do Tuiuti

    Compositor: Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal

    “Meu Deus! Meu Deus!
    Se eu chorar não leve a mal
    Pela luz do candeeiro
    Liberte o cativeiro social (Meu Deus) “

    Meu Deus! Meu Deus!
    Se eu chorar não leve a mal
    Pela luz do candeeiro
    Liberte o cativeiro social

    Não sou escravo de nenhum senhor
    Meu Paraíso é meu bastião
    Meu Tuiuti o quilombo da favela
    É sentinela da libertação

    Não sou escravo de nenhum senhor
    Meu Paraíso é meu bastião
    Meu Tuiuti o quilombo da favela
    É sentinela da libertação

    Irmão de olho claro ou da Guiné
    Qual será o valor? Pobre artigo de mercado
    Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor
    Tenho sangue avermelhado
    O mesmo que escorre da ferida
    Mostra que a vida se lamenta por nós dois
    Mas falta em seu peito um coração
    Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz

    Eu fui mandinga, cambinda, haussá
    Fui um rei egbá preso na corrente
    Sofri nos braços de um capataz
    Morri nos canaviais onde se plantava gente

    Ê calunga! Ê ê calunga!
    Preto Velho me contou, Preto Velho me contou
    Onde mora a senhora liberdade
    Não tem ferro, nem feitor

    Amparo do rosário ao negro Benedito
    Um grito feito pele do tambor
    Deu no noticiário, com lágrimas escrito
    Um rito, uma luta, um homem de cor

    E assim, quando a lei foi assinada
    Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
    Áurea feito o ouro da bandeira
    Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

    Meu Deus! Meu Deus!
    Se eu chorar não leve a mal
    Pela luz do candeeiro
    Liberte o cativeiro social

    Não sou escravo de nenhum senhor
    Meu Paraíso é meu bastião
    Meu Tuiuti o quilombo da favela
    É sentinela da libertação” 

    (fonte: https://www.vagalume.com.br/g-r-e-s-paraiso-do-tuiuti/samba-enredo-2018.html [com alterações para correção])

     

    A celebração da consciência. 

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=BcAeAW4sjiw%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=BcAeAW4sjiw

     

    Obrigada a todos da escola e da comunidade de São Cristóvão na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que fizeram da maior apresentação teatral a céu aberto do mundo mais um lindo momento de acerto de contas discursivo (o cívico e social-político, nas urnas, os “manifestoches” [que termo foi esse?! ar-ra-sou] institucionais, tendo a Globélica como o puxador do drama-enterro da democracia, estão tentando a todo custo impedir), pacífico, alegre, altivo e combativo do povo (representando todos os povos cativos da história conhecida do mundo) com o pensamento-ação elitista, por natureza escravocrata, violento e autoritário. É desse povo que os oligarcas  (no mundo e não apenas no Brasil, desde sempre e não apenas agora) tanto têm medo, de que assuma seu lugar de direito na governança compartilhada da terra, do suor e do pão. “Pegada de africano! A luta continua, meu povo.” 

     

    Sampa/SP, 12/02/2018 – 16:07

  7. Como disse o poeta:

    “O Rio de Janeiro continua lindo”. É por essas e outras que essa cidade está sempre um passo a frente. E, lógico, algumas comunidades dois passos. Parabéns à Escola de Samba Paraíso doTuiuti, parabéns à sua comunidade. 

    No futuro, quando forem escrever sobre a história dos carnavais cariocas, um capítulo será dedicado ao enredo de 2018 do GRES Paraíso do Tuiuti. Disso eu tenho certeza.

  8. Satisfeit@?
    Eu posso me

    Satisfeit@?

    Eu posso me orgulhar de não ter tomado parte nisso e ter alertado sobre a manipulação.

    Aí está a justa desonra para quem de alguma forma tomou parte no golpe contra a democracia, pensando que estava golpeando a corrupção.

    Na verdade estavam era sendo manipulados pelas pessoas mais corruptas.

    É o preço que pagaram por não estudarem nem entenderem a história.

    E na verdade era tão fácil entender; era só seguir o conselho do velho Brizola; “Vejam para onde a globo vai e vá em sentido contrário”.

    O apoio da globo ao golpe foi explícito, não negue que não viu.

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    Não me surpreenderia se a tuiuti vier a ser rebaixada por ordem da globo.

  9. Polvorosa na LIESA e Globosta…

    Provavelmente a direção de porcalismo da Globosta se reuniu com a LIESA para que no desfile de hoje a noite ocorra coisas espetaculares para tirar o foco do grandioso desfile da Tuiuti .

    Que tal colocar uma ala com 50 modelos nuas sambando dentro de grandes piscinas ?

    Ou um casal de passistas com mais de 80 anos sambando num carro a 20 metros de altura ?

    Ou uma rainha de bateria NUA levitando na avenida ?

    Algo muito espetacular terá que acontecer hoje a noite…Nem que o rei momo seja flagrado transando com uma modelo/atriz famosa .

     

  10. A Elite do Atraso

    O roteiro da Paraíso do Tuiuti poderia se chamar “A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato”. A escravidão retratada na comissão de frente, e o golpe que levou Temer à presidência na última ala.

    Parecia ter sido feito pelo professor Jessé de Souza. 

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