Relembrando Millôr Fernandes, por Roberto Regensteiner

Relembrando Millôr Fernandes, por Roberto Regensteiner

O livre pensar é só pensar! assim escrevia Millor Fernandes, um contemporaneo apenas parcialmente, pois ele partiu faz tempo, enquanto eu continuo fazendo graça entre os vivos. Tenho me inspirado nele ultimamente.

Conheci-o como leitor através de sua produção n´O Pasquim e nas Vejas e que estão bem representadas na Exposição no IMS (v. Serviço ao final).

“Millôr, um escritor sem estilo”, era uma linguiça que ele enchia toda semana desenhando sua assinatura de um jeito distinto e colorido que, na época me causava enjoo, pois não via nada demais naquilo. Eis que passadas algumas décadas vemos o Google fazendo seus doodles e brincando com sua logomarca de forma nunca vista no sisudo mundo corporativo. Mas isto é outra História. De volta ao Millôr que quanto mais passa o tempo melhor fica..

Houve um Roda-Viva em que ele defendia a Liberdade. “Queria ser livre como um táxi”, assim sintetizava numa fala, que ele achava engraçada, o assunto.

Escreveu “Liberdade, Liberdade” a peça de teatro que fez com Flavio Rangel, Paulo Autran e outros estandartes do glorioso teatro brasileiro e que, junto com outros artistas, no anoitecer da ditadura de 1964, foram às trincheiras da cultura defender a liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

Na Exposição do IMS dá para ver parte de seu trabalho desde os anos 1930. Muito interessante o artigo “A verdadeira história do Paraíso” em que faz críticas bem-humoradas e pertinentes ao projeto de paraíso então dominante e que deixam os conservadores de pior-humor. Eles então conseguem com que Millôr saia da revista. E ele então funda a Revista PIF-PAF que vale a pena dar uma olhada.

Millôr foi de uma geração em que também estiveram Boal, Guarnieri e tantos outros do teatro, Ziraldo, Jaguar, Jô Soares, entre outros muitos vivos e outros tantos já falecidos, que mutatis mutandis, na música, nos textos, nos filmes, nas artes, e diga aí onde não floresceram talentos nos campos brasileiros daqueles tempos, do futebol tricampeão aos quadros de Portinari na ONU.

SERVIÇO:
https://ims.com.br/exposicao/millor-obra-grafica-ims-paulista/ ÓTIMO SITE
 

Exposição

Entrada gratuita
18 de setembro de 2018 a 24 de fevereiro de 2019

IMS Paulista

Galeria 1
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP

Horário

Terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 10h às 20h. Quinta, exceto feriados, das 10h às 22h

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador