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Pra um fim de sábado de Aleluia, Adélia Prado
A SERENATA
Adélia Prado
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?
Adélia Prado
Um, bem curtinho , mas que gosto muito :
Em Maio
As tardes não ardem.
Em Maio,
As tardes não duram.
Em Maio,
As tardes fulguram.
Também amo esse!
E espero ansiosa as tardes de maio. Tardes de outono e começo do inverno, com sua luz dourada, são as mais lindas, não há nada que se compare.
Mas o poema que conheço está no singular:
Em maio a tarde não arde
Em maio a tarde não dura
Em maio a tarde fulgura
Abs!
Oi Tina .
Acho que desta vez vc errou, pois já ouvi da própria Adélia o poema. E tb acho mais lógico no plural pois o mês de Maio tem 31 tardes, não é? De qualquer modo, temos gostos parecidos e isso é bom. Boa páscoa p/ vc e todos de sua família.
Doidas e Santas, sempre!
Lenita, Odonir e Tina, poetisas! Boa Páscoa para todas nós e poesia na veia para os tempos que se aproximam! Abraços!
Anna
O céu das Minas Gerais está de lua cheia, redonda, sorrindo da noite revelada no domingo pascal.
Abraços rimados.
Poetisa, Anna? Quem dera…
Me limito a ler, apenas. E gosto por demais!!
O olhar da Adélia Prado sobre a natureza me encanta. Olha só:
Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante
Por muito tempo moramos numa casa,
onde ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
Artefato nipônico
A borboleta pousada
ou é Deus
ou é nada
Bom final de domingo de Páscoa para você!