Quitéria lutou pelo Exército, mas só 120 anos depois mulheres foram admitidas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Do Ministério da Defesa

A História da Mulher no Exército

A primeira participação de uma mulher em combate ocorreu em 1823. Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da independência do Brasil, sendo considerada a primeira mulher a assentar praça em uma Unidade Militar.

Entretanto, somente em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres oficialmente ingressaram no Exército Brasileiro.

Foram enviadas 73 enfermeiras, 67 delas enfermeiras hospitalares e 6 especialistas em transporte aéreo. Elas serviram em quatro diferentes hospitais do exército norte-americano, todas se voluntariaram para a missão e foram as primeiras mulheres a ingressar no serviço ativo das forças armadas brasileiras.

Após a Guerra, assim como o restante da FEB, as enfermeiras, em sua maioria foram condecoradas, ganharam a patente de oficial e licenciadas do serviço ativo militar.

Em 1992, a Escola de Administração do Exército (Salvador – BA) matriculou a primeira turma de 49 mulheres, mediante a realização de concurso público. E, em 1996, Maria Quitéria de Jesus, a Paladina de Independência, foi reconhecida, na fileiras do Exército, como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

O Exército instituiu o Serviço Militar Feminino Voluntário para Médicas, Dentistas, Farmacêuticas, Veterinárias e Enfermeiras de nível superior (MFDV) em 1996. Naquela oportunidade, incorporou a primeira turma de 290 mulheres voluntárias para prestarem o serviço militar na área de saúde. Essa incorporação ocorreu em todas as doze Regiões Militares do País.

O Instituto Militar de Engenharia – IME (Rio de Janeiro – RJ) em 1997, matriculou a primeira turma de 10 mulheres alunas, a serem incluídas no Quadro de Engenheiros Militares (QEM). A Escola de Saúde do Exército – EsSEx (Rio de Janeiro -RJ) matriculou e formou, no mesmo ano, a primeira turma de oficiais médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias e enfermeiras de nível superior, no Quadro de Saúde do Exército.

No ano de 1998, o Exército instituiu o Estágio de Serviço Técnico, para profissionais de nível superior que não sejam da área de saúde. Naquela oportunidade, incorporou a primeira turma de 519 mulheres advogadas, administradoras de empresas, contadoras, professoras, analistas de sistemas, engenheiras, arquitetas, jornalistas, entre outras áreas de ciências humanas e exatas, atendendo às necessidades de Oficial Técnico Temporário (OTT) da Instituição.

A Escola de Saúde do Exército em 2001, permitiu a inscrição de mulheres para participar do concurso público para o preenchimento de vagas no Curso de Sargento de Saúde que passou a funcionar em 2002.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. é bom lembrar que, para

    é bom lembrar que, para entrar, ela teve de se vestir dehomem, com nome de homem, para ser aceita.

    era tão valente que um oficial exigiu que ficasse.

  2. Maria Quitéria, Elza, Virginia e outras

      1. Ainda lembro da época que o 2o Btl de Caçadores do EB ( atual 2o BI Leve ), sediado em São Vicente (SP) era conhecido como “Batalhão Maria Quitéria” – acho que até na entrada da unidade tinha uma estatua dela.

      2. A foto da enfermeira ao lado de Maria Quitéria, me parece que pode ser de duas das ” brazilian nurses” do 16o Hospital de Evacuação de Pistóia ( 16th MEH 5Ft Army ): Elza Cansansão Medeiros ou Virginia Niemayer Portocarrero

      3. http://www.portalfeb.com.br/relacao-nominal-das-enfermeiras-da-forca-expedicionaria-brasileira

      P.S.: Porque tantas mulheres hj. prestam concursos, concorridérrimos, visando a carreira militar ?

           Uma amiga engenheira, e uma parente médica, me disseram algo interessante, sobre a não defasagem de salarios ( patente não tem para macho ou femea, capitão é capitão ), oportunidade de cursos no exterior e no País colégio gratis para filhos, pessoal de saude pode manter consultório nas horas vagas, que são muitas, alem do “básico” : o PODER de mandar, ordenar, um monte de homens.

    1. É verdade…

      O básico, que é o poder de mandar em um monte de homens e não somente no que têm em casa!! rsrsrs

      Afora isso, as mulheres estudam e avançam mais rapidamente na carreira militar que os homens. Conseguem melhores patentes e, consequentemente, melhores salários.

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