Concentração de renda diminuiu entre 2011 e 2012

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A concentração de renda no Brasil diminuiu entre 2011 e 2012. O índice de Gini do rendimento do trabalho, que apura o grau de concentração de renda, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) a um (a desigualdade máxima), manteve a tendência de queda observada em anos anteriores e passou de 0,501 em 2011, para 0,498 em 2012, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
 
A pesquisa também revela um ganho de 5,8% no rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas de 15 anos ou mais de idade ocupadas e com rendimento, na comparação entre 2011 (R$ 1.425,00) e 2012 (R$ 1.507,00), o que ocorreu em todas as regiões. Entretanto, aumentou a desigualdade entre homens e mulheres nesse período: em 2012, as trabalhadoras recebiam o equivalente a 72,9% (R$ 1.238,00) do rendimento dos homens (R$ 1.698,00); em 2011 esta proporção era de 73,7%.
 
O relatório também aponta estabilidade no Gini do rendimento médio mensal real de todas as fontes, que continuou em 0,507, de 2011 para 2012, ao passo que o índice de Gini do rendimento domiciliar não apresentou mudanças significativas (de 0,501 para 0,500).
 
A taxa de desocupação das pessoas com 15 anos ou mais de idade foi de 6,1% em 2012, abaixo dos índices de 2011 (6,7%) e de 2004 (8,9%). Já o percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (74,6%) manteve-se estável de 2011 para 2012, embora o número absoluto tenha crescido 3,2%. Na análise regional, o Sul mostrou a menor taxa (4,1%) e o Nordeste, a maior (7,6%). Em relação a 2011, a única região que apresentou variação estatisticamente significativa foi a Sudeste, onde a taxa passou de 7,0% para 6,1% em 2012.
 
O número de desocupados (pessoas que não trabalhavam, mas tomaram providência efetiva para conseguir trabalho), de 6,2 milhões de pessoas, caiu 7,2% em relação ao ano anterior, uma diminuição de 478 mil desocupados. Em relação a 2004, houve uma retração de 22,5%, menos 1,8 milhão de pessoas. No Sudeste (-11,1%) ocorreu a única variação estatisticamente significativa. Já a população ocupada chegou a 93,9 milhões de trabalhadores em 2012, um crescimento de 1,6% em relação a 2011, atingindo 2,7% na região Norte.
 
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (74,6%) manteve-se estável de 2011 para 2012, embora o número absoluto destes trabalhadores tenha crescido 3,2%, chegando a 35 milhões de pessoas nessa condição, 1,1 milhão a mais de empregos nessa modalidade. No Sudeste e no Sul a proporção ultrapassou 80%.
 
Houve avanço também nos indicadores nacionais relacionados ao trabalho infantil. Em 2012, havia 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos de idade trabalhando, 156 mil a menos que em 2011. O nível da ocupação (proporção de ocupados nessa faixa etária) das pessoas de 5 a 17 anos foi de 8,3% em 2012, frente a 8,6% em 2011.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. CUIDADO COM OS NÚMEROS

    Se aumentou a base do número de mulheres trabalhando, não se pode dizer que a diferença de rendimentos tenha aumentado.

    Fácil: os homens, tradicionalmente, já tinham suas vidas direcionadas para o mercado de trabalho. As mulhes estão saindo de casa em levas, épocas e classes diferentes e progressivas.

    Está entrando no mercado, proporcionalmente, maior percentual de novas trabalhadoras do que novos trabalhadores. Sendo certo que quem entra no mercado entra com renda menor (independentemente do sexo), então não se pode dizer, cientificamente, que a questão possa ser tratada em termos de “aumento da diferença de padrões de rendimento”, mas sim de aumento da participação das mulheres na base da mão-de-obra.

    Deveras, em termos de grandes contingentes populacionais, o que se viu é que primeiro elas saíram para o comércio, depois outros setores do serviço público não-tradicionais, depois para a indústria, e agora numa diáspora geral, inclusive para a construção civil e outros setores de trabalhos mais pesados e com menor renda.

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