Indústria paulista corta 4.500 empregos em junho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A indústria de São Paulo fechou o mês de junho com 4.500 vagas de trabalho a menos em relação ao verificado em maio (uma redução de 0,23%), segundo levantamento divulgado pela Fiesp e pelo Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). 
 
Com o resultado, a indústria paulista fechou 59.500 mil empregos entre janeiro e junho, com uma variação positiva de 2,31%. Em 12 meses, foram fechados 28 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 1,05% em relação ao apurado em junho de 2012.
 
O segmento deve fechar o ano de 2013 com a criação de 20 mil empregos, abaixo da expectativa anterior da Fiesp e da Ciesp, que estimavam a abertura de 30 mil postos de trabalho. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, o mês não foi favorável para o setor, mas vai ao encontro do desempenho da economia no ano. “Estamos fazendo uma revisão das nossas projeções, e a atividade da indústria de transformação vai para um valor mais próximo de 1%”, acrescentou, ressaltando que a indústria de transformação não terá como recuperar a perda registrada em 2012, quando foram demitidos pouco mais de 50 mil funcionários.
 
Do total de demissões no mês, a indústria de açúcar e álcool foi responsável pelo fechamento de 2.670 vagas, enquanto os outros setores da indústria de transformação demitiram 1.830 trabalhadores em junho. No ano, a indústria sucroalcooleira criou 28.077 vagas, número que deve zerar ao final do ano com o término da colheita da safra 2013/2014. Já os outros segmentos do setor manufatureiro criaram 31.423 novos empregos de janeiro até o mês passado.
 
Das atividades analisadas no levantamento, 12 computaram queda, oito fecharam o mês em alta e duas ficaram estáveis. O emprego no setor de Fabricação de Coque de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis registrou a maior queda do mês com 1,6%, o que representa a demissão de 790 empregados. Outro desempenho negativo foi o da indústria de Impressão e Reprodução de Gravações, que encerrou o mês com perdas de 1,5% ao fechar 676 vagas em junho.
 
O emprego nos setores de Produtos Diversos e de Outros Equipamentos de Transporte apurou ganhos no mês de 2,3% e 1,3% respectivamente. O segmento de Produtos Diversos contratou 1.490 empregados, enquanto a indústria de Outros Equipamentos de Transporte abriu 390 postos de trabalho. A pesquisa mostrou ainda que das 36 regiões analisadas, 19 apresentaram quadro negativo, 13 ficaram positivas e quatro regiões encerraram o mês estáveis.
 
No geral, a indústria ainda não mostra uma retomada vigorosa, apesar dos estímulos dados pelo governo desde o ano passado – nem mesmo a correção do câmbio conseguiu dar fôlego para a produção. Para Francini, a correção cambial é positiva para o desempenho da indústria, mas no médio prazo. “A taxa de câmbio possui dois componentes: um que direciona para a geração de inflação e outro que melhora a atividade da indústria; porém, não ocorrem ao mesmo tempo”, afirmou, enfatizando que o efeito adverso da desvalorização cambial sobre a inflação acontece antes do efeito benéfico. “Como estamos em uma situação delicada de inflação, com uma taxa quase superior à meta, há um pouco de preocupação”, completou.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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