IPCA-15 em 12 meses chega a 9,25%, maior resultado desde 2003

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) encerrou o mês de julho em alta de 0,59%, resultado 0,40 ponto percentual abaixo da taxa registrada em junho (0,99%), segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da desaceleração na base mensal, o índice atingiu seu resultado mais elevado desde julho de 2008, quando foi registrado 0,63%.

Com isto, o acumulado do IPCA-15 ao longo de 2015 situa-se em 6,90%, acima do resultado dos 4,17% do mesmo período do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi para 9,25%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (8,80%) e o mais elevado resultado em 12 meses desde dezembro de 2003 (9,86%). Em julho de 2014, o IPCA-15 havia sido 0,17%.

A maior variação de grupo foi registrada por Habitação, que avançou de 1,03% em junho para 1,15% em julho. Mais uma vez, a energia elétrica (com alta de 1,91%) se projetou como o mais elevado impacto individual no índice, com 0,07 ponto percentual (p.p.).

A taxa foi influenciada pela região metropolitana de Curitiba, onde a variação de 8,44% refletiu a maior parte do reajuste de 14,39%, em vigência desde 24 de junho, e pela região metropolitana de São Paulo, onde os 3,84% na energia se devem ao reajuste de 17% aplicados nas tarifas de uma das empresas de abastecimento a partir do dia 04 de julho. Neste ano, a energia elétrica teve aumento médio de 44,75%, sendo que, em Curitiba (62,46%), Porto Alegre (57,50%) e São Paulo (55,46%), as contas foram ainda mais elevadas. Logo após a energia elétrica, a variação do grupo Habitação foi afetada pela taxa de água e esgoto, cujo aumento de 4,10% e impacto de 0,06 ponto percentual (p.p) e pelos artigos de limpeza, que ficaram 1,46% mais caros.

Nas despesas pessoais, embora a alta de 0,83% tenha sido influenciada pelos jogos de azar (7,06%), a pressão foi bem mais amena, se comparada com o mês anterior (37,77%), reflexo de reajustes vigentes desde 18 de maio nos valores das apostas. No grupo, além dos jogos, outros itens exerceram influência sobre o resultado, principalmente empregado doméstico, com alta de 0,62%.

Nos alimentos, a variação foi de 0,64%, ficando abaixo do total de 1,21% apurado em junho. As regiões metropolitanas de Porto Alegre (1,37%), e de Salvador (1,31%) apresentaram os resultados mais elevados, enquanto Belém (-0,47), Fortaleza (-0,12%) e Goiânia (-0,09%) registraram queda no grupo.

Apesar dos aumentos de preços verificados em vários produtos importantes no consumo das famílias, como leite (3,71%), pão (1,26%), ovos (1,59%) e frango (1,10%), outros ficaram mais baratos de junho para julho. Os principais foram tomate (-20,37%), cenoura (-12,75%), feijão fradinho (-6,27%), hortaliças (-6,08%), farinha de mandioca (-2,44%), feijão-preto (-2,17%), pescados (-1,93%) e óleo de soja (-1,09%).

Os serviços de telefonia fixa e móvel aumentaram 1,28% e 0,83%, respectivamente, pressionando o grupo comunicação (de 0,08% para 0,59%), enquanto as mensalidades de plano de saúde (1,59%) e os artigos de higiene pessoal (0,86%) exerceram pressão sobre saúde e cuidados pessoais (de 0,87% para 0,80%).

No grupo dos artigos de residência (de 0,69% para 0,47%), as pressões foram exercidas pelas roupas de cama, mesa e banho (1,26%), além do item utensílios e enfeites (1,13%) e dos serviços de conserto de móveis e aparelhos domésticos (1,10%).

Os mais baixos resultados de grupo ficaram com transportes (de 0,85% para 0,14%), educação (de 0,18% para 0,10%) e vestuário (de 0,68% para -0,06%). A respeito dos transportes, destacam-se as passagens aéreas, que subiram 0,91%, ao passo que, em junho, haviam atingido 29,54%. Quanto à gasolina, responsável por parcela significativa da despesa das famílias, ficou 0,47% mais barata de um mês para o outro. A queda foi ainda mais forte no litro do etanol, cujos preços caíram 2,03%.

Dentre os índices regionais, o maior foi o de Recife (0,87%), afetado pela alta dos alimentos (0,89%) e da gasolina, cujo preço do litro ficou 1,84% mais caro. A taxa de água e esgoto (2,58%), que refletiu o reajuste de 3,51% em vigor desde o dia 20 de junho, também pressionou o resultado. O menor índice foi registrado em Belém (0,26%), onde os alimentos apresentaram queda de 0,47%.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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