PIB per capita perde força e recua 4,6% em 2015

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Valor divulgado pelo IBGE foi de R$ R$ 28.876; recuo em 2014 foi de 0,8%

Jornal GGN – O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro sofreu contração de 3,8% em 2015 no comparativo com o ano anterior, a maior da série histórica iniciada em 1996, de acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2014, o PIB havia ficado praticamente estável (+0,1%). Em decorrência desta queda, o PIB per capita alcançou R$ 28.876 (em valores correntes) em 2015, recuando (em termos reais) 4,6% em relação ao ano anterior. Em 2014, o PIB per capita recuou 0,8%.

Os dados do PIB de 2015 foram afetados pelo recuo de 3,3% do valor adicionado a preços básicos e da contração de 7,3% nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. De acordo com o IBGE, o resultado do valor adicionado neste tipo de comparação foi decorrente do desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (1,8%), Indústria (-6,2%) e Serviços (-2,7%). O recuo dos impostos reflete, principalmente, a redução, em volume, de 17,1% do Imposto de Importação e de 13,9% do IPI – decorrente, em grande parte, do desempenho negativo da indústria de transformação e das importações de bens e serviços no ano.

A variação em volume do valor adicionado da Agropecuária (1,8%) decorreu do desempenho da agricultura. Alguns produtos da lavoura ampliaram sua produção, como as culturas de soja (11,9%) e milho (7,3%). Por outro lado, algumas lavouras registraram variação negativa, como, por exemplo, trigo (-13,4%), café (-5,7%) e laranja (-3,9%).

Na Indústria, o destaque positivo foi o desempenho da extrativa mineral, que subiu 4,9% no ano, por conta do aumento da extração de petróleo e gás natural quanto pelo crescimento da extração de minérios ferrosos. As demais atividades industriais registraram queda em volume do valor adicionado. A construção sofreu contração de 7,6%, enquanto que a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana caiu 1,4%.

A indústria de transformação caiu (-9,7%), influenciada pela redução, em volume, do valor adicionado da indústria automotiva (incluindo peças e acessórios) e da fabricação de máquinas e equipamentos, aparelhos eletroeletrônicos e equipamentos de informática, alimentos e bebidas, artigos têxteis e do vestuário e produtos de metal.

Dentre as atividades que compõem os Serviços, o comércio registrou uma perda de 8,9%, seguido por transporte, armazenagem e correio, que recuou 6,5%, outros serviços (-2,8%) e serviços de informação (-0,3%). A atividade de administração, saúde e educação pública ficou estável (0,0%), enquanto que intermediação financeira e seguros e atividades imobiliárias apresentaram variações positivas de, respectivamente, 0,2% e 0,3%.

Na análise da despesa, o IBGE destaca a contração de 14,1% da formação bruta de capital fixo, devido à queda da produção interna e da importação de bens de capital, sendo influenciado ainda pelo desempenho negativo da construção neste período. Em 2014, a formação bruta de capital fixo já havia registrado queda de 4,5%.

A despesa de consumo das famílias caiu 4,0% em relação ao ano anterior (quando havia crescido 1,3%), o que pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2015. A despesa de consumo do governo caiu 1% – também desacelerando em relação a 2014, quando cresceu 1,2%.

No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 6,1%, enquanto as importações de bens e serviços tiveram queda de 14,3%. Entre os produtos e serviços da pauta de exportações, os maiores aumentos foram observados em petróleo, soja, produtos siderúrgicos e minério de ferro. Já entre as importações, as maiores quedas foram observadas em máquinas e equipamentos, automóveis, petróleo e derivados, bem como os serviços de transportes e viagens.

A taxa de investimento no ano de 2015 foi de 18,2% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (20,2%). A taxa de poupança foi de 14,4% em 2015 (ante 16,2% no ano anterior).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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