Taxa de juros para o crédito volta a avançar em fevereiro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Juros do cheque especial voltaram ao patamar de 1994

Jornal GGN – A taxa média de juros do crédito do sistema financeiro, incluindo operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 31,8% ao ano no mês de fevereiro, mantendo sua trajetória de crescimento, com elevações de 0,4 ponto percentual (p.p.) no mês e de 6,1 pontos em doze meses, segundo levantamento elaborado pelo Banco Central. O custo médio atingiu 50,6% ao ano (a.a.) no crédito livre (+1 ponto no mês e +10 pontos em doze meses) e 10,7% ao ano no crédito direcionado (-0,3 ponto e + 2,4 pontos).

A taxa média de juros alcançou 39,9% ao ano no segmento de pessoas físicas, com elevações de 0,7 ponto no mês e de 7 pontos em doze meses. No mês, registrou-se alta de 1,6 ponto percentual nas contratações com recursos livres, taxa média de 68% ao ano. .A taxa do cheque especial chegou a 293,9% ao ano, alta de 1,6 ponto percentual a relação a janeiro. Os juros do cheque especial voltaram ao patamar recorde do início da série histórica, iniciada em julho de 1994 (293,9%).

A taxa do rotativo do cartão de crédito também subiu em fevereiro. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC. Em fevereiro, a taxa chegou a 447,5% ao ano, com alta de 8 pontos percentuais em relação a janeiro. Essa taxa do rotativo do cartão de crédito é a mais alta da série histórica, iniciada em 2011. Já a taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 1,1 ponto percentual para 145,6% ao ano.

A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,2 ponto percentual para 29,5% ao ano. A taxa do crédito pessoal (sem operações consignadas) aumentou 4,3 pontos percentuais para 122,8% ao ano.

No segmento de pessoas jurídicas, a taxa média de juros atingiu 22,7% ao ano, declínio de 0,1 ponto no mês e expansão de 4,6 pontos em doze meses. No mês, a taxa aumentou 0,2 ponto nas contratações com recursos livres, para 31,9% ao ano (cheque especial, +4,7 pontos; desconto de duplicatas, +2 pontos) e declinou 0,5 ponto no crédito direcionado, para 11,8% ao ano (financiamentos para investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com queda de -0,6 ponto).

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas recuou 0,2 ponto percentual para 9,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,5 ponto percentual para 11,8% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 2,2%, alta de 0,1 ponto percentual, e das empresas subiu 0,1 ponto percentual para 1%.

O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 20,8 pontos percentuais em fevereiro, com aumentos de 0,7 ponto no mês e 4,1 pontos em doze meses. O avanço mensal repercutiu a elevação de 1,5 ponto percentual, para 35,8 pontos, nas operações com recursos livres. No crédito direcionado, o spread contraiu 0,2 ponto, para 4 pontos percentuais. O indicador situou-se em 28,8 pontos no segmento de famílias e em 11,8 pontos no de empresas, com aumentos respectivos de 1 p.p. e 0,2 p.p. no mês.

A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, que corresponde à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, atingiu 3,5% em fevereiro, registrando estabilidade no mês e expansão de 0,7 ponto percentual em doze meses. A inadimplência no segmento de pessoas físicas manteve-se em 4,3 pontos percentuais, enquanto, no de pessoas jurídicas, elevou-se 0,1 ponto percentual, para 2,8 pontos percentuais. No total das operações com recursos livres, o indicador permaneceu em 5,5 pontos, enquanto, no crédito direcionado, houve um aumento de 0,1 p.p., situando-se em 1,5 p.p.

 

(com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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