CNI debate competitividade da indústria

Jornal GGN – Ontem (23), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reuniu especialistas para discutir uma reforma na estrutura de governança brasileira. O foco do debate foi a competitividade e a eficiência da indústria nacional.

De acordo com o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, “o país demanda por um Estado mais eficiente”. “Hoje há desperdício de recursos, redução do potencial de crescimento e aumento de custos”, afirmou.

Para a CNI a agenda da competitividade deve ser liderada pelo presidente da República, mas precisa envolver diferentes setores em um modelo de governança sólido, com caráter decisório, capacidade de ação, objetivos bem definidos e monitoramento de resultados.

Dessa forma, o setor privado precisaria estar envolvido em todo o processo. “Temos convicção de que o êxito da governança para a competitividade depende da mobilização dos empresários”, afirmou Carlos Alberto Pires, diretor da CNI em São Paulo.

Os especialistas também defenderam uma redução nos gastos públicos. “É preciso levar em conta a altíssima carga tributária. Não vejo como ter mais competitividade se não resolvermos a questão básica de fazer muito mais com menos dinheiro”, afirmou Pedro Parente, sócio-executivo da Prada Administradora de Recursos.

Para Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper, a carga tributária inibe a competitividade. “Só a Argentina tem tanta carga elevada quanto a brasileira quando se compara os países da América do Sul. A nossa é de 36% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a média dos nossos vizinhos é de 20% e eles têm melhores indicadores de saúde, educação e segurança. Temos um Estado grande e que provê pouco”, detalhou.

A coordenadora do mestrado profissional em gestão e políticas públicas da Fundação Getúlio Vargas, Regina Pacheco, entende que não basta reduzir a carga tributária, é preciso aprimorar a forma como o dinheiro é gasto. “A capacidade estatal não vai melhorar apenas com contratação de mais pessoas para trabalhar no serviço público. Precisamos fazer avaliações de mérito dos profissionais, com flexibilidade, avaliação de desempenho e quebra da estabilidade rígida”, defendeu.

Para Gustavo Morelli, diretor da Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão, o tema precisará receber a atenção do próximo presidente da República, independentemente de quem seja eleito. “A forma de gerir políticas vai variar de acordo com quem ganhar a eleição, mas nenhum governo será capaz de fazer avançar a competitividade se não atuar, necessariamente, na governança”, disse.

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, se demonstrou a favor de um marco regulatório  que incentive a inovação e abra caminhos para a integração técnica internacional. “O Brasil está muito longe dos demais países. Precisamos estar mais ligados a centros de conhecimento globais e universidades. Competitividade envolve integração constante com o que há de melhor no mundo. Nosso marco regulatório é nacionalista, vê com desconfiança e não nos aproxima”, concluiu.

Com informações do Portal da Indústria

Redação

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