Custos industriais subiram 8,1% no ano passado

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Variação dos custos tem maior taxa trimestral do ano, segundo CNI

Jornal GGN – O Indicador de Custos Industriais (ICI) apresentou crescimento dessazonalizado de 3,3% no quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro, de acordo com levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esta foi a maior taxa trimestral do ano, que se encerrou com tendência de crescimento dos custos industriais.

Na média de 2015 em relação a 2014, o ICI apresentou crescimento de 8,1%, segundo maior crescimento anual da série histórica iniciada em 2006, pouco abaixo do crescimento registrado em 2008.

Com exceção do custo tributário, que apresentou retração em 2015, todos os componentes contribuíram para o crescimento dos custos industriais. Os aumentos mais expressivos se verificaram nos custos com energia (38,9%), com bens intermediários importados (34,2%) e com capital de giro (16,3%).

A indústria brasileira não foi capaz de repassar para os preços dos produtos a totalidade do aumento de custos em 2015: os preços dos produtos manufaturados cresceram 7% frente ao aumento de 8,1% dos custos industriais.

A desvalorização do real ao longo de 2015 resulta em ganho de competitividade para a indústria brasileira tanto no mercado doméstico quanto no mercado externo. No mercado doméstico, o índice de preço dos produtos manufaturados importados, em reais, cresceu 30,5%. Já o índice de preços de produtos manufaturados nos Estados Unidos, em reais, apresentou expansão de 34,4%. Ambos os índices apresentaram aumentos significativamente superiores ao verificado nos custos industriais nacionais.

Segundo a pesquisa, em 2015, houve mudança na tendência de estabilidade no aumento dos custos que, desde 2011, variavam anualmente, em média, entre 4,5% e 5,5%. Além disso, houve mais influência dos custos com bens intermediários importados e com energia na alta do indicador.

A elevação do custo com bens intermediários importados deve-se à desvalorização do real em 2015 – a moeda caiu 42% frente aos valores de 2014. Já o aumento do custo com energia foi puxado pela alta de 51,1% no valor da energia elétrica devido ao acionamento das termoelétricas, mais caras do que as fontes hidrelétricas.

O crescimento de 16,3% do custo com capital ocorreu pela alta na taxa de juros, que passou de uma média de 11%, em 2014, para 13,5% em 2015.

Devido à crise econômica, a indústria não repassou para os preços dos produtos todo o aumento de custos, o que reduziu a lucratividade do setor. O crescimento do preço dos bens industriais ficou em 7% no ano passado.

Segundo a CNI, a desvalorização do real frente ao dólar contribui para a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, já que, em média, os bens importados tiveram alta de 30,5%. Especialmente para os produtos norte-americanos o aumento dos preços foi ainda maior, de 34,4%.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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