Empresários mostram insatisfação recorde com negócios

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Pesquisa diz que insatisfação com lucro e crédito no trimestre são "sem precedentes"

J​ornal GGN – As finanças de empresas industriais já começaram a ser afetadas pelo quadro de dificuldades econômicas, segundo afirma a CNI (Confederação Nacional da Indústria) em sua última Sondagem Industrial. O levantamento mostra que, no primeiro trimestre, o nível de insatisfação dos empresários com a situação financeira e com as margens de lucro foram recordes. Enquanto o índice de satisfação financeira foi de 37,9 pontos, o de satisfação com a margem de lucro registrou 32,7 pontos nos primeiros três meses do ano. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem, sendo que valores abaixo dos 50 pontos sinalizam insatisfação com a situação financeira e com a margem de lucro.

De acordo com a CNI, o acesso ao crédito também está mais difícil: o indicador assinalou 29,1 pontos no primeiro trimestre, o menor desde o início da série histórica, iniciada em 2007. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, maior é a dificuldade de as empresas acessarem o crédito.

As preocupações com questões financeiras também avançaram no ranking de preocupações. Embora a carga tributária, com 45,1% das assinalações, e a demanda interna insuficiente, assinalada por 42,4% dos empresários, continuem no topo da lista, as taxas de juros elevadas e a inadimplência dos clientes cresceram de importância entre os obstáculos encarados pelas indústrias.

As taxas de juros, que subiram da terceira para a quarta colocação entre os principais problemas, cresceu de 23,5% de assinalações no último trimestre de 2015 para 26,9% no primeiro trimestre. Já a inadimplência  dos clientes foi de 21,2% para 24,9% das respostas no período. Na quinta posição entre os obstáculos, está a falta ou alto custo da matéria-prima, assinalada por 23,6% dos industriais. A falta de capital de giro, que estava na oitava colocação no último trimestre de 2015, subiu para a sexta nos primeiros três meses de 2016, com 21% das assinalações.

Embora seja comum o aumento da atividade industrial em março na comparação com fevereiro, neste ano a produção caiu no período. O indicador de evolução da produção ficou em 47,2 pontos no mês passado. Valores abaixo dos 50 pontos sinalizam queda na atividade.

A utilização da capacidade instalada (UCI) voltou a crescer após três meses no piso da série histórica. O aumento em março foi de 2 pontos percentuais e alcançou 64%. No entanto, o índice de UCI usual para o mês, que aumentou 1,4 ponto frente a fevereiro e registrou 35,1 pontos em março, continua abaixo dos 50 pontos, sinalizando UCI abaixo do usual.

A redução dos estoques continua pelo quinto mês consecutivo e, com isso, a indústria permaneceu com estoques baixos, dentro do planejado pelas empresas. O índice de evolução dos estoques foi de 48,9 pontos em março e o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,3 pontos, próximos da linha dos 50 pontos.

Com exceção das expectativas sobre as exportações, que estão positivas, com indicador em 52,1 pontos, o pessimismo dos empresários se mantém em abril para os demais indicadores: demanda, compras de matérias-primas e número de empregados. Embora esteja abaixo dos 50 pontos, o índice de compras para os próximos seis meses aumentou 1,5 ponto ante março e atingiu 46,7 pontos em abril. Já as expectativas sobre a demanda, cujo indicador foi de 47,7 pontos, e do número de empregados, em 43,4 pontos em abril, oscilaram dentro da margem de erro.

A pesquisa da CNI ressalta que “a fraca atividade aliada a expectativas negativas para o futuro” afetou a intenção de investimentos, que se encontra no piso da série histórica, iniciada em novembro de 2013.  O índice de intenção de investimentos em abril assinalou 39 pontos. Está 7,5 pontos inferior do indicador de abril de 2015 e 22,5 pontos abaixo do maior valor da série, registrado em janeiro de 2014.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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