SP e Rio veem melhora da atividade industrial em outubro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Embora os dois maiores centros industriais do país (Rio de Janeiro e são Paulo) tenham ampliado sua atividade industrial em outubro, a produção em geral não dá sinais de recuperação nas diferentes localidades do País e o emprego industrial continua em queda, segundo análise divulgada pelo IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

A produção industrial avançou 1,1% em São Paulo e 1,9% no Rio de Janeiro no mês de outubro, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esses resultados positivos são considerados positivos, uma vez que a indústria nestas localidades é mais diversificada, mas o IEDI ressalta que “são muitas as localidades onde houve retrocesso, contrabalançando os números dos maiores centros produtivos”. Foi o caso especialmente de Minas Gerais, cuja produção industrial recuou 3,3% em igual mês. A evolução da produção nesses estados explica, em grande medida, o desempenho geral da indústria brasileira em outubro, que, como se sabe, na média, ficou estagnada (0,0%) – todas as taxas de variação referentes a setembro, considerados os ajustes sazonais.

Portanto, o primeiro mês do último trimestre deste ano não começou bem e não permite identificar alguma melhora no comportamento da produção industrial nas diferentes localidades do País. Além de São Paulo e Rio, a produção avançou, no mês de outubro com relação a setembro, na Bahia (3,6%), no Amazonas (1,7%), em Santa Catarina (0,8%), no Pará (0,6%) e no Espírito Santo (0,6%). Por outro lado, junto com Minas, a produção industrial recuou no Ceará (-4,9%), em Pernambuco (–4,6%), no Rio Grande do Sul (–2,2%), na região Nordeste (–2,0%), em Goiás (–0,6%) e no Paraná (–0,4%).

A análise da produção regional ao longo dos dez primeiros meses deste ano dá o perfil negativo que vai se confirmado para a indústria nacional em 2014. Na comparação do acumulado do período janeiro–outubro deste ano frente igual período de 2013, a produção recuou em dez dos quinze locais pesquisados pelo IBGE. Os recuos mais significativos foram registrados nas indústrias do Paraná (–6,1%), de São Paulo (–5,7%), da Bahia (–4,8%), do Rio Grande do Sul (–4,5%) e do Rio de Janeiro (–3,9%). Em outras localidades, a queda da produção industrial também foi elevada, como no Amazonas (–2,3%), em Minas Gerais (–2,2%), no Ceará (–2,0%) e em Santa Catarina (–1,9%).

Como assinala o IBGE, nesses locais, os segmentos industriais que mais influenciaram os resultados negativos da indústria foram, em geral: bens de capital (bens de capital para transportes – caminhão–trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas) e bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da linha branca, motocicletas e móveis).

Na visão do IEDI, os prováveis cinco estados em que a produção fechará 2014 com crescimento são: Pará (cuja produção aumentou 9,0% no acumulado janeiro-outubro), Espírito Santo (4,3% na mesma comparação), Mato Grosso (1,9%), Goiás (1,8%) e Pernambuco (1,4%). “Vale lembrar que, no ano passado, quando a produção da indústria geral cresceu 2,1%, em alguns desses estados a produção havia caído, como no Pará (–2,0%), Espírito Santo (–4,2%) e Pernambuco (–0,7%). Portanto, 2014 será um dos piores anos para a indústria nacional também de um ponto de vista regional”, pontua a entidade.

Com relação ao emprego industrial, o número de ocupados na indústria brasileira caiu 0,4% na passagem de setembro para outubro, apresentando sua sétima taxa de variação negativa consecutiva na série que compara mês com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Como resultado, o emprego industrial acumula queda de 3% no período janeiro-outubro.

A evolução do emprego neste ano vai se configurando, portanto, como uma das mais negativas da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002 – somente a taxa registrada em 2009, quando da crise internacional, é mais negativa, igual a –5,0%. Vale lembrar que o número de ocupados na indústria também caiu em 2012 (–1,4%) e em 2013 (–1,1%).

O IEDI ressalta que a crise do emprego industrial tem caráter geral. No período janeiro-outubro deste ano, a retração (–3,0%) do número de ocupados na indústria nacional decorreu do fechamento de postos de trabalho em treze dos catorze locais e em dezesseis dos dezoito setores investigados pelo IBGE. Entre os locais, destaca-se São Paulo (–4,1%) com a queda dos ocupados na indústria com maior impacto no emprego industrial em geral. Em seguida vêm Rio Grande do Sul (–4,3%), Paraná (–4,2%), Minas Gerais (–2,5%), Região Nordeste (–1,7%), Rio de Janeiro (–2,5%) e Região Norte e Centro-Oeste (–1,1%).

Em termos setoriais, ainda considerando o acumulado janeiro-outubro, as taxas de variação negativas do emprego industrial mais significativas foram registradas nos ramos de produtos de metal (–7,1%), máquinas e equipamentos (–5,5%), meios de transporte (–5,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,9%), calçados e couro (–8,0%), vestuário (–3,3%), produtos têxteis (–4,5%), outros produtos da indústria de transformação (–4,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,7%).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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