Sala de Visitas recebe ex-diretor do BID

Brasileiro que comandou o Banco Interamericano de Desenvolvimento aborda o papel da instituição na América Latina 
 
 
Jornal GGN – Uma das bases de desenvolvimento local é a infraestrutura – estradas, portos, aeroportos, grandes vias – para escoar e promover o aumento de fluxo entre pessoas e produção. O grau de desenvolvimento dos países latino-americanos nunca foi propicio para cada um se tornar capaz na construção de sua infraestrutura, tanto assim que as principais obras da região, a exemplo do Canal do Panamá, só foram possíveis graças ao capital externo. 
 
Nos anos 1950, pensando nessa dificuldade, o presidente Juscelino Kubitschek se reuniu com outras lideranças políticas, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Robert Kennedy, no âmbito da Operação Panamericana para criar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 
 
“A criação do banco foi uma resposta positiva à revolução cubana, a ideia é que ela tinha acontecido por falta de desenvolvimento na região”, contou Ricardo Carneiro, professor do Instituto de Economia da Unicamp, e que acabou de deixar a diretoria do BID. Ele deu entrevista para o Luis Nassif, no programa Na Sala de Visitas, que você acompanhará na íntegra hoje, a partir das 18h, aqui no GGN
 
Carneiro destacou que a participação da carteira brasileira de projetos, também chamada de pipeline, no BID mais que dobrou do início até o final do governo Lula, passando de 1 bilhão de dólares para 2,5 bilhão em dez anos.
 
Infelizmente, no segundo mandato da presidente afastada Dilma Rousseff, o pacote fiscal imposto pelo então ministro da fazenda, Joaquim Levy, fez o portfólio cair para 400 milhões de dólares, atingindo diretamente a promoção de infraestrutura de estados e municípios.
 
Atualmente 60% dos recursos do BID são alocados em infraestrutura e, segundo Carneiro, 2/3 dos funcionários são latino americanos, e 1/3 norte-americanos. “Todos contratados. Na sede em Washington trabalha mil funcionários e nas demais agências, espalhadas em 20 países da América Latina, outros 600”, explicou.
 
Para garantir o retorno dos recursos investidos, o BID não faz acordos que se apoiam no orçamento público, para evitar que o dinheiro necessário para o início, meio e final da obra suma em caso de crise fiscal. “A lógica é separar os projetos de investimento da contabilidade do orçamento”, isso porque desenvolver infraestrutura não é uma tarefa fácil, por ser uma atividade de longo prazo.
 
“[São obras que] durante 5 anos, em média, não tem fluxo de caixa e a média entre o início do projeto, até começar [efetivamente a obra] é de três anos”, pontuou Carneiro. 
 
Redação

3 Comentários

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  1. Erro absudo

    UNIC – Universidade de Curitiba ?

    O Ricardo vai ficar muito feliz em ter voltado de Washington DC para Curitiba… (rs)

  2. Ricardo Carneiro é um grande

    Ricardo Carneiro é um grande economista mas nunca foi presidente do BID e nem nenhum brasileiro foi. João Sayad foi candidato durante o primeiro mandato de Lula, foi bem votado e ficou em segundo lugar, ganhou Luis Alberto Moreno,

    da Colombia.

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