Aposentado recria experiência europeia de minicarro elétrico

Por Amigo do Povo

Só usei a cabeça, disse o inventor

 

Uma visita à Itália em 2009 levou um aposentado do Rio Grande do Sul a iniciar neste ano uma batalha para emplacar no país um modelo artesanal de minicarro elétrico. Criador do JAD, João Alfredo Dresch, 68 anos, peregrina desde janeiro em busca de empresas interessadas no projeto. Ele garante que o modelo tem 5 CV de potência, roda a até 70 km/h, não polui, é silencioso, tem menos de 2 metros de largura e dispensa o uso de combustível. Além disso, o gasto por quilômetro rodado é estimando em cerca de R$ 0,10
 
Sem formação de ensino superior, mas com um vasto currículo obtido em uma fábrica de fermento na Região do Vale do Taquari, o inventor diz ser movido pela curiosidade.
 
“Só usei a cabeça. Acho que isso falta neste ramo. Fui à Itália e vi esses carros pela rua. Voltei decidido a fazer algo parecido”, detalha.

 

No passado, ele se arriscou em uma invenção sobre a qual prefere não entrar em detalhes. Só diz que não deu certo. “Sou um curioso. Desta vez, arranjei R$ 10 mil emprestados e começamos com um primeiro protótipo do carro de papelão, outro de madeira, e um último de fibra, até chegar ao modelo de aço”.
 
 
Protótipos de papelão, fibra e madeira antecederam versão final  (Foto: Marcus Büneker/Arquivo Pessoal)
 
Para engrenar o marketing da iniciativa, Dresch enfrentou percalços. Entre 2011 e 2014, o veículo foi apreendido duas vezes, em Lajeado, município de menos de 75 mil habitantes, onde o JAD nasceu.
 
“Tive que aguardar muito tempo até sair a documentação. Só saiu agora em janeiro. Queria botar o carro na rua”, conta.
 
Nesta semana, ele voltou a ser alvo de fiscais de trânsito. Ao tentar estacionar no sentido inverso para mostrar a eficiência das dimensões do carro, foi multado em R$ 85,13. “O fiscal não gostou da brincadeira, mas tentei justamente mostrar que a função do carro é essa. Daria pra colocar três carros dos meus”.
 
Ao comentar o mercado automobilístico, Dresch afirma acreditar na viabilidade da tecnologia. “A gasolina está com os dias contados, não vai durar muito tempo. Quero mostrar ao mundo que há chance de amenizar e ajustar o trânsito”, aposta.
 
Concebido em 2010, o projeto levou menos de um ano para ficar pronto. “Quando olho pra ele, penso ‘será que fui eu que fiz?'”. Um sistema de 14 baterias mantém uma corrente contínua que aciona o motor de 5 CV do minicarro, com capacidade para duas pessoas e espaço para bagagens. Tudo pode ser recarregado na luz com um plugue convencional em menos de uma hora. “É para andar na cidade e concorrer com as motos”, enfatiza.
 
Para o inventor, há viabilidade para uma produção em larga escala e no varejo. Ele garante que o consumidor poderia adquirir um JAD por menos de R$ 20 mil. “Estou conversando com umas quatro empresas. Nesta semana, estou mantendo contato com uma companhia de Caxias do Sul”.
 
De acordo com Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a eficiência de veículos elétricos a bateria é de aproximadamente 70%, percentual igual a quase cinco vezes a eficiência de veículos convencionais (14% a 18%). A entidade destaca que, no mês passado, uma parceria para fomentar o modelo no Brasil foi firmada entre a Itaipu Binacional e o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria do Automóvel (CEIIA), de Portugal.
 
A primeira fase prevê a implantação de sistemas de controle e monitoramento nos veículos elétricos em Brasília e Curitiba, que devem receber modelos elétricos durante a Copa do Mundo.
 

 

 

Redação

5 Comentários

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  1. Carro Inteligente

    Amigo do Povo,

    De acordo com a matéria, parece que este inventor poderá ser muito bem sucedido.

    Consifdro a idéia ótima – custo/km bem mais barato que o da gasolina e álccol, veículo bem leve ( logo, pouco desperdício de materiais)e preço baixo, esta trio terá que constar da fórmula a ser utilizada no futuro. O design deve ser aprimorado, mas isto é detalhe de rápida solução. 

    O parceiro $$$ do inventor fará uma versão para 4 passageiros.

     

  2. Parabéns

    Parabéns ao inventor.

    Como protópito parece que ficou muito bom. As melhorias necessárias virão com a produção em escala.

    O inventor terá que buscar apoio com a industria nacional, as multinacionais não devem se interessar pois preferem importar soluções das matrizes a custa de royalties altissimos, transferência de lucros, etc…

    Por fim, o modelo não deveria ser multado, as motos estacionam exatamente assim sem problemas. Fiscais de transitos são treinados para aumentar a arrecadação, deveriam ser lotados na secretaria da fazenda.

     

  3. Documentário sobre o tiro no pé e a cara de pau das montadoras

    link : http://docverdade.blogspot.com.br/2009/03/quem-matou-o-carro-eletrico-who-killed.html

    link para download :http://torrents.thepiratebay.org/3554109/Who.Killed.The.Electric.Car.LiMiTED.DVDRip.XviD-LMG.3554109.TPB.torrent

    Documentário sobre o tiro no pé e a cara de pau das montadoras na decada de 90.

    Quem matou o carro elétrico? – Who killed the electric car? (2006)

       

    (EUA, 2006 – Direção: Chris Paine, 92 min.)
    Em 1996, pensando em reduzir a poluição atmosférica, o Estado da Califórnia exigiu que as montadoras fabricassem uma pequena porcentagem de carros que não emitissem poluentes, isso quer dizer na prática, carros elétricos.

    As montadoras, então, se focaram em duas linhas de frente: 1-fazer o carro para cumprir a lei, 2-derrubar a exigência legal através de lobistas.
    Conseguiram fabricar o carro, a exemplo dos EV1 da GM, que eram muito mais eficientes, duráveis, ágeis, silenciosos e sustentáveis que o velho carro de motor a combustão. Foi uma grande evolução para o meio-ambiente.

    Mas conseguiram também derrubar a lei e, então, obrigaram os usuários (inclusive Tom Hanks e Mel Gibson) a devolver seus veículos elétricos que estavam em leasing e… os destruíram!
    Você tem idéia da razão de interesses estariam por trás de destruir os melhores carros até então construídos? O filme mostra esclarece, derrubando todos os mitos gerados pela mídia e pelos interesses corporativos.

    Depois de assistir a esse documentário, você perceberá o quanto seu carro é ultrapassado…
    (Sinopse original do docverdade)

     

  4. Bom carro

    Pelo menos visuamente e pelos dados fornecidos é um bom carro. Os carros elétricos não vão muito além porque há a imensa indústria do petróleo que impede e desestimula estas pesquisas e investimentos, já passou da hora de realmente o Brasil que é apaixonado por carros ter uma empresa realmente nacional de veículos.

  5. Vai ser aniquilado pela legislação

    Quero ver colocar airbag e freios abs na pequena viatura (obrigatórios no Brasil, mas não no Reino Unido, por exemplo). E passar no crash test..

    A legislação brasileira sob a desculpa de “proteger o consumidor” inviabiliza os carros simples. Por que não é falcutado aos que compram os veículos a descisão se querem ou não as “benesses” da moderna tecnologia?

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