Brasil é penúltimo do ranking de patentes válidas

Jornal GGN – Muito ainda é preciso ser feito para que o Brasil avance na questão da inovação, um exemplo isso é a posição do País com relação ao número de patentes válidas. Segundo último relatório anual da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), o Brasil está muito atrás de países considerados referência. A patente é requerida e concedida para tecnologia, seja de produto inédito ou para aprimorar alguma invenção. O número de patentes é um dos fatores que refletem o grau de inovação de um país.

O levantamento, feito entre os 20 maiores escritórios de concessão de patentes no mundo, traz dados de 2012 e aponta os Estados Unidos em primeiro lugar, com 2,2 milhões de patentes, seguido do Japão, que tem 1,6 milhão de patentes. Depois vem China (875 mil), Coreia do Sul (738 mil), Alemanha (549 mil), França (490 mil), Reino Unido (459 mil) e até o principado de Mônaco (42.838). O Brasil está na 19ª posição, com 41.453 patentes válidas e também é o último se considerarmos só os países do Brics.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é responsável por receber os pedidos, examinar e conceder, ou não, o direito de patente no Brasil. Entre 2003 e 2013, foram concedidas 34.189 patentes. Em média, 3.108 por ano. Além de o volume ser baixo em relação a outros países, o tempo médio de espera por uma resposta do INPI quase dobrou no mesmo período. Em 2003, no caso de invenção, a demora era de pouco mais de seis anos. Em 2008, subiu para nove anos. Em 2013, alcançou 11 anos.

No ano passado, os registros que mais esperaram pela concessão foram os de telecomunicações (14,2 anos). Em seguida, vieram alimentos e plantas (13,6 anos); biologia molecular (13,4 anos); física e eletricidade (13 anos); bioquímica (12,9 anos); computação e eletrônica (12,6 anos); farmácia (12,3 anos); agroquímicos (12,2 anos).

De acordo com a Confederação Nacional das Indústrias, a principal causa para tanta demora é a falta de examinadores no INPI. Em 2012, havia 225 profissionais para avaliar 166.181 pedidos de patentes. Eram 738 pedidos por examinador. No ano passado, o número de examinadores caiu para 192 e o total de pedidos aumentou para 184.224. A relação passou para 980 pedidos de patente por examinador. Nos Estados Unidos, em 2012, eram 603.898 pedidos para 7.831 examinadores, ou 77 pedidos por examinador.

Com informações da CNI

Redação

7 Comentários

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  1. Pois é…

    Pois é, mas aí se faz concurso para avaliador e aparecem as críticas sobre “empreguismo”… Enquanto isso, os EUA tem 18% de sua força de trabalho no emprego público, e o Brasil, 12% incluídos os trabalhadores das estatais que estão no regime da CLT, ou seja, nem funcionários públicos são… E nem vamos falar do índice médio na OCDE, que é de 22%…

    Porém há que se fazer uma ressalva, pois a crítica é puramente de ordem institucional e sócio econômica, pois é inegável que permanece um ranço cartorialista, de desapego à “missão” e uma sensação idiota de “superioridade” em boa parte do funcionalismo… Mas vem melhorando, já foi muito pior!

    Um abraço.

    1. Centroesquerda não conhece autocrítica

      É verdade, Sérgio, mas sobre críticas a empreguismo cabe a cada ministério encarregado defender as coisas.

      Um argumento como ‘nos EUA há um avaliador para cada 77 pedidos de patentes e no Brasil um a cada 980 pedidos’ é perfeitamente capaz de agradar as classes médias e mídias brasileiras.

      O governo cansa um tanto nisso de sempre justificar sua inação porque os outros criticam…

      Virou um tal de ‘não faço isto porque serei criticado. A culpa é de vocês por criticarem!’

      Não existe a palavra “autocrítica” no governo brasileiro.

      E os EUA tem esses 18% de mão-de-obra nos níveis de governo basicamente em segurança, educação e transporte (os dois últimos lá são menos privatizados que aqui), mas sem sistema público de saúde!

      Ultimamente temos visto a centroesquerda brasileira só nessa de culpar a sociedade. A classe média virou a vilã de tudo. E depois reclamam que quem é insultado diariamente em redes sociais não vota a favor… Até parece que todo mundo teria a obrigação de ser masoquista.

      Uma coisa que se diz muito é que a classe média é contra o Bolsa-Família. Mas minha vivência real é ter muitos amigos da supostamente conservadora classe média paulista, eleitora majoritariamente de PSDB, e nunca vejo ninguém falar mal de programs sociais ou cotas. E também não vejo ninguém elogiar o ruralismo e conservadorismo moral do governo, ao contrário, Mujica é ícone.

      Criticar classe média virou muleta. Enquanto não houver pesquisas qualitativas para mostrar isso tal muleta continuará sendo usada acriticamente e afastando mais e mais o governo da opinião pública.

      Vai ver as taxas de aprovação junto a quem tem ensino superior. Não é esse segmento que é preconceituoso (ao contrário, é o mais “descolado”.) É o governo que não sabe lidar com críticas. 

      Reclamam do PNE ser atacado por conservadores. Mas cadê o Min. da Educação pra elogiá-lo?

      Reclamam do Brasil já estar com 500 mil presos. E com razão se fala que isso prejudica os jovens de periferia. Beleza, mas, ora bolas, em 2003 eram 300 mil presos… Quem aumentou o Estado Penal?

      Pra que falar contra a inconstitucional redução de maioridade penal se o governo quer o tempo de TV de PP, PMDB, PR e PSC, todos estes com redução de maioridade penal no programa de TV?

      Falam que o Estado de SP abandonou o Instituto Butantã. Crítica muito justa. Que tal falar do IBGE?

      Falam que a PM de SP é truculenta. Total verdade. Por que não se fazem comparações com outros estados? Pra não se descobrir que é a menos pior? Vai ver como é em BA ou RJ.

      Deixaram de falar do Rodoanel e da demora do metrô paulista pra não ter que falar de Transnordestina ou Transposição do são Francisco.

      Qualquer projeto-lei para modernizar legislações é barrado em comissões, não adianta tentar jogar a culpa do suposto conservadorismo brasileiro no Congresso se os presidentes de comissões (vários do PT) não levam projetos a votação. Se não há eleições abertas sobre nada, como esperar que a população tenha parâmetros para acompanhar desempenhos e votar melhor?

      Não cola isso da ‘governabilidade’. No governo FHC vimos a arrecadação tributária ir de 25 para 33%/PIB, dando as condições para o Estado brasileiro atuar. Vimos a Reforma da Previdência e a Lei de Responsabilidade Fiscal, estas sim garantindo a governabilidade e as contas públicas. Vimos o surgimento do PNDH e dos primeiros programas sociais.

      De que reforma de vulto o governo atual pode se gabar? De triplicar o investimento em programas sociais, basicamente isso.

      E no período 1994-2002 o Brasil cresceu mais que os demais na América Latina. De lá para cá foi o contrário, fato que foi obnubilizado pela valorização de commodities, mas os outros países aproveitaram melhor o momento. Nas projeções do FMI para os próximos anos, dentre os maiores países em desenvolvimento o Brasil só deve crescer menos devagar que Rússia, Argentina e Venezuela. Que trunfo. É o “vamos dividir o bolo que não cresce” como novo paradigma.

      Não é o seu caso, Sérgio T., pois bem sei como você é crítico e não acomodado.

      Mas eu cansei total do discurso de autovitimização da centroesquerda brasileira.

      O governo brasileiro é conservador e paralisado porque assim quer ser.  Porque é cômodo e ainda consegue se reeleger mantendo o desemprego baixo mas sem aumento de taxas de investimento ou de produtividade.

      E o Ministério não cumpre sua função de liderar por mudanças, vai a reboque da mídia e pronto.

       

       

       

  2. Houve crescimento

    Não entendi pq de 2003 a 2013 foram concedidas 34.189 patentes se somente em 2012 o número de concessões ultrapassou os 41 mil….

    E houve expansão,..

    “(….) De acordo com a WIPO, o número de pedidos de patentes no conjunto de 20 países analisados cresceu 9,2% em 2012 – um recorde nos últimos 18 anos. Nos 16 em que houve crescimento, os maiores destaques foram China (24%), Nova Zelândia (14,3%), México (9%), EUA (7,8%) e Rússia (6,8%). No Brasil, o aumento foi de 5,1%.

    (…)

    http://blog.vilage.com.br/propriedade_intelectual/brasil-ocupa-penultima-posicao-em-ranking-de-patentes-validas/

  3. Achei capcioso o título.


    O título é meio capcioso. Penúltimo entre os 20 mariores, por óbvio 19º. Daí vem minha dúvida, 19º entre 100, entre 200?. Ao ler o título, fica parecendo que o Brasil é o último entre as tantas dezenas de países que compõem o globo terrestre. Mas não deixa de ser relevante a informação. Apenas o título “a la pig” é que me desgosta um pouco.

    1. Concordo

      Estou completamente de acordo Roberto… Se não gostamos do jeito que a grande imprensa age, não podemos agir igual.

      Nassif (ou a equipe), troca aí essa “manchete”!

      Um abraço.

  4.  
    Olha, muito legal ter

     

    Olha, muito legal ter criação/inovação. Aliás, para questão de desenvolvimento, é isso que interessa. Só que ao contrário do que cantarolam as Disneys e Apples do mundo (e seus papagaios de plantão), patentes e copyright não são necessariamente iguais à criação e inovação e, portanto, motores de desenvolvimento. Nas últimas duas décadas, por sinal, houve uma explosão em todos os países no número desses registros. Em grande parte esse aumento se deu porque os escritórios de registro passaram a aceitar qualquer porcaria, com análise superficial. Muitas dessas novas patentes não são produto de trabalho de engenheiro/cientistas, mas de advogados/analistas de finanças e são instrumentos de barganha em disputas judiciais por direitos de patentes entre grandes corporações ou, simplesmente, como extorção pura e simples: o custo de questionar uma patente no judiciário é maior que os royalties cobrados, daí que muitas empresas pagam royalties indevidamente por patentes que não representam absolutamente nada de novo.

    Para quem quiser um ponto de vista diferente: http://www.dklevine.com/general/intellectual/intellectual.htm

     

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