Especialistas defendem que governos abracem “Internet das Coisas”

Jornal GGN – A chamada “Internet das Coisas”, ramo da tecnologia em que equipamentos do cotidiano permanecem sempre conectados para maximizar suas funcionalidades, deve ser abraçada por governos como forma de garantir eficiência da máquina pública e, ao mesmo tempo, garantir qualidade de vida à população. É o que defendem especialistas que participaram, nesta quarta-feira (13), de painel durante o 20º Congresso de Informática de Inovação e Gestão Pública (CONIP 2014).

O evento reuniu especialistas e representantes de empresas e organizações dedicadas à tecnologia e à inovação em sessão especial temática sobre “cidades inteligentes”. O pesquisador André Pase, professor da PUC do Rio Grande do Sul, foi o primeiro a se apresentar. Ele defende que, ao contrário do que parece, o conceito de Internet das Coisas já é algo do presente no cotidiano de muitas pessoas, o que justifica a necessidade dos poderes públicos – sobretudo os municipais – investirem no ramo.

Em sua apresentação ele questionou, por exemplo, uma pesquisa que aponta que até 2020, o mundo terá 50 milhões de dispositivos permanentemente conectados. “Olhe à sua volta e me diga: quantos dispositivos, nesse momento, estão conectados à Internet?” Para o especialista, a Internet das Coisas já é uma realidade e precisa ter seu potencial maximizado para além da funcionalidade privada – como acontece com eletrodomésticos conectados – mas para a esfera da coletividade.

Ele cita como exemplo alguns gadgets, dispositivos e acessórios que já estão no mercado e podem ser agregados à gestão pública. Assim como há o Waze, um aplicativo colaborativo que orienta as pessoas em relação ao trânsito e às melhores rotas, também poderiam haver totens eletrônicos nas ruas exibindo informações atualizadas em tempo real com finalidade parecida. Há equipamentos como o Raspberry Pi – um computador do tamanho de um cartão de crédito – que poderia ser usado com essa finalidade e outras, já que é de baixo custo e com múltiplas funcionalidades.

Quem também palestrou na sessão especial temática foi o diretor de inteligência de mercado da Microsoft para a América Latina, Roberto Prado. Na apresentação “Reimaginando o governo”, ele defendeu a adoção da mesma filosofia usada por empresas privadas e pelas próprias pessoas em seu cotidiano, que usam as tecnologias que estão no mercado – e muitas financeiramente acessíveis – para facilitar suas vidas.

“As pessoas já usam seus próprios dispositivos no trabalho. Antes, as empresas forneciam os dispositivos (computadores e equipamentos), mas agora são as pessoas que levam seus dispositivos pessoais para também usar no ambiente de trabalho”, afirma, ressaltando que há uma mudança de paradigma em pleno vigor. “Hoje, você nem precisa ter uma mesa de trabalho. Qualquer lugar é seu local de trabalho”, diz.

O 20º Congresso de Informática de Inovação e Gestão Pública (CONIP 2014) começou nesta quarta-feira e segue até amanhã. O evento acontece no Espaço Fecomercio, à Rua Plinio Barreto, 285, em São Paulo.

Redação

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