Pesquisas eleitorais sugerem que a vice-presidente Kamala Harris tem 50% de chances de vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro, e isso faz com que sua agenda econômica comece a ser vista com mais atenção.
Em artigo no site Project Syndicate, o economista Nouriel Roubini explica que a política econômica da atual candidata é mais centrista que inclui apoio ao Affordable Care Act (Obamacare), embora com algumas novidades, como um teto de preço para insulina e uma expansão da autoridade governamental para negociar preços de medicamentos para Medicare e Medicaid.
Kamala Harris também se mostrou favorável ao acordo bipartidário para reprimir a imigração ilegal, enquanto o republicano Donald Trump levou o partido a abandonar a questão “por razões eleitorais”, segundo o articulista.
Embora ela tenha feito poucas menções às mudanças climáticas e outras propostas permaneçam vagas, Roubini fiz que Kamala “parece representar uma continuação das políticas econômicas do presidente Joe Biden” ao apoiar os esforços para repatriar a manufatura e criar uma “economia de oportunidade” com crescimento mais inclusivo.
“Ela não se esquivaria da intervenção estatal, especialmente de políticas industriais para apoiar os setores econômicos e as tecnologias do futuro. E ela tentaria controlar o poder de grandes empresas oligopolistas por meio da regulamentação”, pontua o articulista.
Em termos de política fiscal, a candidata democrata propõe limitar o custo das creches a 7% da renda familiar (o que levaria a um subsídio), reviver o crédito tributário infantil e dar um crédito de US$ 25 para aquelas famílias que comprarem imóveis pela primeira vez – além de aumentar a oferta de moradias populares.
Estes e outros gastos sociais – já que a candidata não tem planos de reformas programas como o Medicare e a Previdência Social – seriam compensados pelo aumento da taxa de imposto corporativo de 21% para 28%, aumentar os encargos sobre os muitos ricos e com a possibilidade de implementar um imposto sobre ganhos de capital não realizados.
Quanto à agenda de Donald Trump, Roubini diz que as propostas do republicano possuem mais probabilidade de causar inflação, diminuir o crescimento econômico (via tarifas, depreciação da moeda e restrições à imigração) e explodir o orçamento do país.
Segundo o economista, os mercados não precificaram os danos que Trump causaria à economia e aos mercados. “Talvez um governo dividido o restringisse. Talvez seus conselheiros políticos mais moderados ou disciplina de mercado diluíssem suas posições políticas mais radicais. No entanto, a escolha no topo da votação é muito clara”, pontua o articulista.
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