A política econômica de Kamala Harris na visão de Nouriel Roubini

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em artigo, economista afirma que existem poucas dúvidas sobre quão diferentes são os planos da democrata ante políticas de Trump

Kamala Harris. candidata à presidência dos EUA. Foto: RS via Fotos Públicas

Pesquisas eleitorais sugerem que a vice-presidente Kamala Harris tem 50% de chances de vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro, e isso faz com que sua agenda econômica comece a ser vista com mais atenção.

Em artigo no site Project Syndicate, o economista Nouriel Roubini explica que a política econômica da atual candidata é mais centrista que inclui apoio ao Affordable Care Act (Obamacare), embora com algumas novidades, como um teto de preço para insulina e uma expansão da autoridade governamental para negociar preços de medicamentos para Medicare e Medicaid.

Kamala Harris também se mostrou favorável ao acordo bipartidário para reprimir a imigração ilegal, enquanto o republicano Donald Trump levou o partido a abandonar a questão “por razões eleitorais”, segundo o articulista.

Embora ela tenha feito poucas menções às mudanças climáticas e outras propostas permaneçam vagas, Roubini fiz que Kamala “parece representar uma continuação das políticas econômicas do presidente Joe Biden” ao apoiar os esforços para repatriar a manufatura e criar uma “economia de oportunidade” com crescimento mais inclusivo.

“Ela não se esquivaria da intervenção estatal, especialmente de políticas industriais para apoiar os setores econômicos e as tecnologias do futuro. E ela tentaria controlar o poder de grandes empresas oligopolistas por meio da regulamentação”, pontua o articulista.

Em termos de política fiscal, a candidata democrata propõe limitar o custo das creches a 7% da renda familiar (o que levaria a um subsídio), reviver o crédito tributário infantil e dar um crédito de US$ 25 para aquelas famílias que comprarem imóveis pela primeira vez – além de aumentar a oferta de moradias populares.

Estes e outros gastos sociais – já que a candidata não tem planos de reformas programas como o Medicare e a Previdência Social – seriam compensados pelo aumento da taxa de imposto corporativo de 21% para 28%, aumentar os encargos sobre os muitos ricos e com a possibilidade de implementar um imposto sobre ganhos de capital não realizados.

Quanto à agenda de Donald Trump, Roubini diz que as propostas do republicano possuem mais probabilidade de causar inflação, diminuir o crescimento econômico (via tarifas, depreciação da moeda e restrições à imigração) e explodir o orçamento do país.

Segundo o economista, os mercados não precificaram os danos que Trump causaria à economia e aos mercados. “Talvez um governo dividido o restringisse. Talvez seus conselheiros políticos mais moderados ou disciplina de mercado diluíssem suas posições políticas mais radicais. No entanto, a escolha no topo da votação é muito clara”, pontua o articulista.

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