A nova rodada de negociações entre a União Europeia e o Mercosul, prevista para começar amanhã, não apresenta um prognóstico de desfecho rápido.
Para analistas ouvidos pelo Sputnik Brasil, o principal ponto de entrave é a falta de apetite dos europeus para que novas medidas de liberalização comercial sejam realizadas.
Caso o acordo entre os dois blocos seja aprovado, ele criaria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, representando 20% da economia mundial e cerca de 720 milhões de pessoas.
Uma rodada de negociações está prevista para ocorrer entre os dias 05 e 06 de setembro, mas as conversas estão paralisadas desde fevereiro por conta da França (principalmente por conta do enfraquecimento político do presidente Emmanuel Macron) e das exigências de sustentabilidade impostas pela Comissão Europeia, como a taxação de itens brasileiros que gerem CO2.
Em reunião com o presidente italiano, Sergio Mattarella, em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o interesse brasileiro em fechar o acordo, mas destacou que a taxa imposta pela CE é unilateral e pode atingir cinco dos 10 itens mais vendidos para a Itália.
No caso específico de Macron, os analistas destacam que a oposição do presidente francês ao acordo com o Mercosul está mais relacionada com uma tentativa de apaziguar os movimentos antiglobalização no país do que efetivamente uma posição ideológica.
A influência dos movimentos antiglobalização ficou mais clara nos resultados das últimas eleições para o Parlamento Europeu, quando os partidos ligados à extrema-direita (contrários a um aumento da integração) conquistaram espaço.
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Já fui um entusiasta do acordo Mercosul-UE, sem desmerecer a importância do acôrdo, mas observando os rumos da economia mundial, acredito que, pelo menos para o Brasil, o acôrdo com a China no projeto BRI (ROTA DA SEDA) é mais promissor. Como está ficando cada vez nais evidente, a UE está presa no rabo de foguete avariado dos EUA.