Ajuste dos juros nos Estados Unidos deve vir antes do esperado

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Os integrantes do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) concordaram com a manutenção de um “ritmo moderado” de redução da ajuda à economia do país, segundo informações da última ata divulgada, quando foi anunciado um corte de US$ 10 bilhões aos estímulos, chegando a US$ 65 bilhões.

De acordo com as informações divulgadas pelo documento, “se a economia continuar se desenvolvendo conforme as previsões, serão adotadas novas reduções a um ritmo comedido. Os debates também envolveram as cifras do desemprego, principalmente as de dezembro, que mostraram uma criação de emprego medíocre e que os participantes da reunião consideraram decepcionantes e até uma “anomalia”. Ao cair a 6,6% em janeiro, a taxa de desemprego se aproxima do nível de 6,5% identificado pelo Fed há mais de um ano como o necessário para um eventual aumento das taxas de juros.
As autoridades também apontaram a necessidade de se considerar outros indicadores do mercado de trabalho, além da taxa de desemprego, como a queda da taxa de participação da população no mercado de trabalho ou a proporção de empregos de tempo parcial.

Segundo o economista Celso Grisi, diretor presidente do Instituto Fractal de Análises de Mercado, a ata divulgada pelo Fed “é um caminho meio sem volta. “Já está ocorrendo um estudo, segundo a ata, sobre o aumento da taxa de juros da moeda norte-americana, o que afetou os mercados brasileiros, mostrando que existe uma expectativa no corte do Orçamento brasileiro, e a redução de R$ 44 bilhões anunciada agradou mais o mercado”.

No momento em que a taxa básica de juros começar nos Estados Unidos, a tendência é que um volume maior de investidores volte seus olhos para o país – isso tem acontecido desde o anúncio oficial do início do ciclo de corte dos incentivos. Por conta dos juros praticamente zerados no mercado norte-americano, um volume considerável de capital passou a ser direcionado aos mercados emergentes em busca de retorno.

De acordo com informações de agências de notícias internacionais, alguns representantes do comitê de mercado do Federal Reserve chegaram a cogitar a possibilidade de um ajuste dos juros “relativamente cedo”. Tal posicionamento não é um consenso dentro da autoridade monetária, uma vez que grande parte dos integrantes do colegiado considera adequado que não seja feito um aperto monetário antes de 2015, conforme projeções oficiais apresentadas no encontro realizado em dezembro. Contudo, a ata sinalizou com mais intensidade que a possibilidade de aumento dos juros pode ocorrer em breve.

“Podemos esperar que o Fed continue com o corte dos incentivos, reduzindo a quantidade de dinheiro em circulação, e comece uma elevação cuidadosa dos juros, e isso não deve demorar muito”, diz Grisi. “Podemos esperar uma movimentação para os juros”.

Sobre o posicionamento adotado pela nova presidente do Fed, Janet Yellen, Grisi considera que seu mandato é uma continuidade natural do que foi adotado por seu antecessor, Ben Bernanke. “O Bernanke levou a economia até onde achar que ele podia, e começou a notar a necessidade de parar as atividades e a condução da economia ser assumida com mais força pelo setor privado, e andar com os seus próprios pés. E a nova presidente deve manter a mesma estrutura do Bernanke: cuidadosa, mas firme, e que o Tesouro não vai continuar a colocar esforços nos momentos mais difíceis”.

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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