Jornal GGN – Preso aos 19 anos no Afeganistão, o alemão Murat Kurnaz ainda tenta superar o rótulo de Talibã de Bremen, cidade onde nasceu e cresceu. Sem direito a cidadania alemã, Kurnaz, que é de origem turca, diz que vive só de empregos temporários.
Durante uma peregrinação ao Afeganistão para aprofundar conhecimentos sobre o islamismo, Kurnaz foi capturado, em outubro de 2001, por caçadores de recompensas, que o venderam aos EUA (Estados Unidos) por US$ 3 mil. Submetido a choques elétricos e a afogamento simulado na prisão americana em Kandahar, Kurnaz foi transferido para Guantánamo no ano seguinte, onde relata ter sido espancado, algemado e confinado em uma solitária.
Kurnaz quase foi libertado em 2002, mas nem o governo alemão nem o governo turco quiseram assumir a responsabilidade pelo preso, pelo que ficou mais quatro anos na prisão para suspeitos de terrorismo. Ele só conseguiu deixar o Guantánamo após a eleição de Angela Merkel na Alemanha. A chanceler negociou pessoalmente sua libertação com o então presidente norte-americano, George W. Bush.
Desde sua libertação, em 2006, Kurnaz dá aulas de artes marciais e ajuda adolescentes com problemas. Também dedica parte de seu tempo para promover o filme “Fünf Jahre Leben” (Cinco anos de vida), baseado no livro que escreveu sobre os anos que passou em Guantánamo.
Com informações da DW Brasil

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