Aloysio Nunes, o denário falsificado, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Aloysio Nunes, o denário falsificado

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Ao discursar na conferência de paz de 1907, Rui Barbosa disse algumas coisas memoráveis:

“Vi todas as nações do mundo reunidas, e aprendi a não me envergonhar da minha. Medindo de perto os grandes e os fortes, achei-os menores e mais fracos do que a justiça e o direito”.

“O argumento em favor das potências pode tornar-se uma arma de dois gumes, impossibilitando o aperfeiçoamento da arbitragem internacional. Pois se os grandes não confiam na imparcialidade dos pequenos, os pequenos de sua parte podem apresentar razões para desconfiar da imparcialidade dos grandes.”

Em razão de sua atuação na conferência Rui Barbosa ganhou a alcunha de Águia de Haia. Foi-se, porém, o tempo em que o Brasil se colocava como apenas uma nação entre nações defendendo o princípio da igualdade jurídica das soberanias. Desde o golpe de 2016 a política externa brasileira se tornou uma mistura de sujeição abjeta aos interesses dos EUA com uma pitada grotesca de ativismo mafioso em relação a alguns países vizinhos.

Foi assim que, renunciando à sua própria soberania e ferindo a autonomia política de parceiros internacionais, nosso país mergulhou na infâmia. Na fase atual, tanto o Itamaraty quanto o STF resolveram descumprir vergonhosamente uma decisão válida e eficaz da ONU  para atender os interesses parciais, privados e inconfessados dos big players nacionais e internacionais que pretendem impedir Lula de disputar a presidência para continuar saqueando as riquezas do Brasil.

Não só isso. Impedir Lula de ser candidato é apenas um meio para um fim. Na verdade, o que os agentes do mercado dentro e fora do Estado pretendem é limitar ou revogar a soberania popular da esmagadora maioria do povo brasileiro. O Brasil não pode ter um presidente eleito pelo voto popular. O novo governo deve necessariamente ser uma continuação do sistema de poder criminoso que assaltou o poder em 2016.

De nação que defendia a justiça e o direito de maneira eloquente, nosso país se rebaixou à condição de nação fora da Lei. No centro desta nova “política internacional”, que bem poderia ser chamada de “polititica de país quintal” esta Aloysio Nunes. Ele também merece uma alcunha. Mas ele não é nem uma águia.

Se apresentando em público quase sempre bêbado, Aloysio Nunes incinerou a credibilidade internacional do país. Durante o periodo em que ele comanda o Itamaraty os gringos descobriram que nós somos apenas uns macaquitos idiotas. E agora até os traficantes de drogas norte-americanos querem “a piece of the action in Brazil”.

Alguns dizem que o chanceler do usurpador Michel Temer não passa de uma moeda na algibeira do dono das Lojas Americanas. Portanto, creio que devemos chama-lo de “denário de prata neroniano”. Num governo que está naufragando em escândalos de corrupção bilionários os favores de Aloysio Nunes custaram muito pouco. Assim, ele não pode nem mesmo ser considerado uma relíquia autêntica.

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

8 Comentários

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  1. Este mentecapto bandido do

    Este mentecapto bandido do tucanato foi o único promovido desde o início do desgoverno golpista.

    Foi de aloysio 300 mil para aloysio 500 mil.

    NUNCA nos meus 55 anos imaginei ver o Brasil numa situação lamentável como esta.

    Nem na ditadura imaginei que o Brasil poderia descer tanto em direção ao abismo.

    Tenho sérias dúvidas se haverá futuro para a grande maioria dos brasileiros, incluindo eu mesmo.

     

  2. Esse indivíduo entrará para a

    Esse indivíduo entrará para a história como mais um verme que não tem qualquer serventia, a não ser causar doenças.

  3. Troglodita, Aloysio ataca ONU, juristas e líderes internacionais

    247 – Chanceler do golpe, o tucano Aloysio Nunes concedeu uma entrevista estarrecedora ao Valor, em que agride líderes internacionais, como François Hollande, Jose Luis Zaopatero e Massimo D’Alema, a quem chamou de políticos em fim de carreira, apenas porque eles apontaram o óbvio: Lula é preso político. “Alguns figurões em fim de linha, na Europa, escreveram um abaixo-assinado defendendo o Lula. Quem? O [ex-presidente francês] François Hollande, que não teve condições de concorrer à reeleição pelo Partido Socialista; o Massimo D’Alema, um dos responsáveis pela vitória da direita na Itália, porque rachou o Partido Democrático; o [espanhol] José Luis Zapatero, amigo do [venezuelano Nicolás] Maduro. Têm a audácia de insinuar que o Poder Judiciário no Brasil é incapaz de julgar. Respondi de forma dura e fui objeto de críticas injuriosas pela bancada do PT no Senado. Ninguém se levantou para sustentar minha posição. O que isso mostra? Que os partidos brasileiros não se interessam por política externa, mesmo quando ela é vital para os interesses domésticos do Brasil”, disse ele.

    Aloysio também criticou o Comitê de Direitos Humanos e as vozes internacionais – incluindo os principais juristas do mundo – que dizem o mesmo. Na sua visão, os que denunciam a perseguição a Lula acreditam no mito do “bom selvagem”. “O Lula é um excelente produto para venda no exterior. Mas também porque existe, nesses meios, um terceiro-mundismo que presta homenagem ao Lula para expiar os pecados cometidos no passado. O [ex-presidente francês Jacques] Chirac era doido pelo Lula. O [George W.] Bush era a mesma coisa. É uma espécie de mito do bom selvagem. Você pega o francês “Le Monde”, “The New York Times” e é isso. O Lula se encaixa perfeitamente no mito”, diz ele.

    A agressividade de Aloysio, no entanto, não atinge os Estados Unidos e ele exalta a parceria para entregar a Base de Alcântara. “Eu mesmo fui duas vezes aos EUA, fora reuniões da OEA ou da ONU, me encontrar com Rex Tillerson e com Mike Pompeo [os dois secretários de Estado no governo Trump]. Quando estive lá pela primeira vez, levei uma sugestão de dez pontos de interesse recíproco para a agenda bilateral. Criamos um fórum permanente de segurança pública para troca de informações em tráfico de drogas, armas e pessoas. Temos dois acordos na área de defesa. E o mais importante: a negociação do acordo de salvaguardas tecnológicas para lançamentos comerciais na base de Alcântara, no Maranhão.”

  4. 1.a REPÚBLICA. REPÚBLICA PAULISTA.

    Tínhamos Rui Barbosa. A Águia de Haia. Um dos Pilares da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Éramos a vanguarda, a ‘cabeça’ do Mundo. E não o que sai do rabo. Trocamos República, Democracia, Voto Facultativo, Liberdade por Golpe Ditatorial Civil-Militar Fascista. Os 88 anos seguintes é apenas consequência desta tragédia. Aloyso Nunes Ferreira, apenas um excremento produzido por tal caudilhsimo e suas Legislações Fascistas. Mas já foi o herói esquerdopata desta geração. O que poderia se esperara destes 40 anos redemocráticos, traduzidos por esest párias, fanáticos, iludidos e bêbados? Vocês perguntam e vocês mesmos respondem. Não tem mais como esconder a farsa. O Brasil é de muito fácil explicação. (P.S. E CENSURA é prática fascista que saiu de moda faz tempo)  

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