Biden acusa Rússia de “iniciar invasão da Ucrânia” e anuncia sanções

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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Presidente dos Estados Unidos também prometeu acordo com a Alemanha para que o gasoduto Nord Stream 2 não seja concluído

Foto: AP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez uma declaração na tarde desta terça-feira (22/2) sobre o conflito no Leste da Ucrânia e as possibilidades que este desencadeie uma guerra entre este país e a Rússia, depois da decisão do Kremlin de reconhecer a independência das regiões de Donetsk e Lugansk, anunciada no dia anterior.

Segundo Biden, a posição da Rússia e seu apoio militar aos movimentos separatistas nas províncias do Leste ucraniano – onde os russos são maioria étnica – “são o início da invasão russa nesse país”.

Além da situação na Ucrânia, o mandatário estadunidense também se referiu ao que acontece na Bielorrússia, e exigiu que Moscou retire suas forças militares de ambos os países, caso contrário a Casa Branca pretende enviar tropas e equipamentos à Estônia, Letônia e Lituânia, para ajudar a fortalecer as defesas desses países. Biden completou dizendo que “quero ser claro, estes são movimentos totalmente defensivos de nossa parte. Não temos intenção de lutar contra a Rússia”.

Além das represálias militares, o presidente dos Estados Unidos falou em sanções “contra duas grandes instituições bancárias russas: VEB e o Banco Militar da Rússia”, e que estas incluem “limite o acesso da Rússia aos recursos financeiros ocidentais da Rússia e proibir que o país possa administrar sua dívida soberana nos mercados do nosso país (Estados Unidos) e da Europa”.

Para completar, Biden prometeu que assinará um acordo com a Alemanha para “garantir que o Nord Stream 2 não seja concluído”. Esta última promessa se refere ao gasoduto Nord Stream 2, que conecta a Rússia com a Alemanha e facilitaria o fornecimento do gás russo para toda a Europa.

A questão do Nord Stream 2 não é um tema menos importante, ao menos segundo os russos. Alguns meios de comunicação russos afirmam que a Ucrânia busca conflitos com o seu país há meses como forma de impedir que o gasoduto comece a operar, já que ele afetaria fortemente a economia do seu país, já que levaria a uma diminuição importante do gás enviado à Europa por outros gasodutos que passam justamente pelo território ucraniano.

Segundo o meio estatal russo RT, a Ucrânia arrecada mais de 2 bilhões de dólares por ano pelos impostos cobrados ao gás russo que atravessa o seu território. O valor corresponderia a cerca de 3% dos eu PIB.

Curiosamente, é o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, quem tem dado algumas das declarações mais inflamadas contra o Nord Stream 2, afirmando que se trata de “uma arma geopolítica” da Rússia, e exigindo que políticos dos Estados Unidos e da União Europeia impeçam sua conclusão.

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

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