Bolívia pede explicações de embaixadores europeus por incidente com Evo Morales

Jornal GGN – O governo boliviano convocou os embaixadores de Espanha, França e Itália e o cônsul de Portugal para que deem explicações sobre o bloqueio do avião do presidente Evo Morales, em seu voo de volta de Moscou para La Paz, e pelas informações sobre a suposta presença do ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden.

A ministra boliviana de Comunicação, Amanda Dávila, confirmou que os diplomatas foram convocados nesta segunda-feira (8) pelo Ministério de Relações Exteriores. “Esta convocatória tem como objetivo expressar também nosso protesto oficial ante esses governos sobre o incidente”, afirmou.

Dávila fez este anúncio em meio a fortes protestos, nas ruas de La Paz, pela retenção por que passou Morales na Europa. O avião oficial do presidente boliviano teve de aterrissar em Viena após a negativa da permissão de trânsito pelos governos de alguns países europeus, ante as suspeitas de que Snowden viajava a bordo.

Centenas de pessoas se manifestaram na Avenida Arce, de La Paz, uma das principais do centro da capital e na qual ficam várias embaixadas, entre elas a da Espanha e a dos Estados Unidos.

O governo espanhol negou que tivesse proibido o avião de Morales de sobrevoar ou aterrissar em seu território. Mas o presidente Morales se sentiu ofendido pelo tratamento recebido do embaixador espanhol em Viena, que, de acordo com o mandatário, pediu para subir no avião para comprovar que o ex-agente não estiva a bordo.

Após treze horas de espera no aeroporto de Viena, o avião de Morales seguiu para as Ilhas Canárias, onde reabastecee e seguiu viagem para La Paz.

Risco de morte

O seguinte relato é baseado em uma linha do tempo estabelecida pelo jornal El País, da Espanha, e é composto por frases que teriam sido ditas pelo presidente Evo Morales ao chegar a La Paz.

“Em Moscou me disseram que estávamos prontos para o retorno, com o plano de voo aprovado por Rússia, Portugal, Guiana e La Paz. Pouco antes me reuni com Putin e me informaram que, por motivos técnicos, não poderíamos ir a Portugal. Logo, percebo que não eram razões técnicas”.

 “Cancelaram a autorização, e ‘não podemos ingressar no espaço aéreo da França’, me falou o piloto (…). Estávamos a minutos do seu território e ficamos muito surpreendidos e preocupados”.

“A primeira opção era voltar para a Rússia, mas corríamos o risco de não ter combustível suficiente para chegar (…). O piloto falou com a torre de controle do aeroporto de Viena, e fomos autorizados a fazer uma aterrissagem de emergência, pois não tínhamos gasolina (…) O piloto me avisou que não tínhamos passagem pela Itália”.

“Então, chegou o embaixador espanhol na Áustria (Alberto Carneiro). Poderia ir para a Espanha, mas antes ele teria que revisar o avião da Presidência. Ele me disse que se quiséssemos aterrissar em Las Palmas, teria que revisar o avião”.

Redação

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