Chile: Oposição conquista grande vitória nas primárias

Jornal GGN – A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, do Partido Socialista, foi a grande vencedora das eleições primárias deste domingo (30), ao obter mais de 73% dos votos válidos pelo pacto Nueva Mayoria.  Nas primárias do pacto Alianza, governista, o vencedor foi Pablo Longueira, da União Democrática Independente (UDI), com pouco mais de 51% dos votos.

Em termos numéricos, a vitória foi ainda mais significativa para a candidata: com seus mais de 1 milhão e meio de votos (1.561.563 de um total de 2.137.423 votos da coalizão da esquerda), a ex-mandatária obteve, sozinha, quase o dobro do total de eleitores da base governista (806.601).

No Chile o voto não é obrigatório, pelo que o comparecimento nas primárias é considerado um reflexo do poder de mobilização dos candidatos para a decisão do dia 17 de novembro.

A ex-mandatária afirmou, após a divulgação do resultado, que não é hora de cantar vitória, e que seu trabalho agora é conquistar um triunfo ainda no primeiro turno. “O pior erro, por mais felizes que estejamos, é baixar a guarda e não seguir trabalhando até ganhar, tomara que no primeiro turno dia 17 de novembro”, afirmou Bachelet.

Nova Constituição

O projeto de governo de Michele Bachelet inclui diversas reformas profundas na legislação chilena, deixada pelo governo militar comandado por Augusto Pinochet em 1980. A ex-presidente destacou essas mudanças em seu discurso. “Hoje os chilenos votaram por uma reforma tributaria que permita tornar realidade a gratuidade na educação [pedido dos estudantes chilenos nos últimos anos e reivindicação de diversos protestos] e também por uma nova Constituição, que tenha o selo da nossa democracia”.

Para conseguir levar adiante uma reforma desse porte, Bachelet precisa da maioria no congresso, o que pelo sistema binominal chileno (onde a maioria só é alcançada com 2/3 dos votos) é muito difícil.

Base governista

Pablo Longueira não era o favorito nas prévias da Alianza, mas conseguiu superar Andrés Allamand, do partido Renovación Nacional (RN) do presidente Sebastián Piñera, por apenas 22.150 votos.

Os números surpreenderam as lideranças da base governista. O vice-presidente de RN, Manuel José Ossandón, publicou no Twitter: “Resultado desastroso. Que a Bachelet quase nos triplique é uma queda indigna para nosso setor, que durante meses a atacou”.

Para o representante da UDI, Francisco de la Maza ainda falta muito tempo para as eleições. Maza afirmou estar convencido de que o projeto e programa de governo de Longueira vai ser o mais  próximo às expectativas dos chilenos.

Redação

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