Conflitos ameaçam recuperação do euro, diz Mario Draghi

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse nessa quinta-feira (07) que a tensão entre países como Rússia e Ucrânia e os conflitos armados no Iraque, na Palestina, na Síria e no Líbano podem pôr em risco os esforços para reativar a economia na zona do euro. Segundo Dragui, a situação geopolítica pode ter um efeito negativo sobre os preços da energia e na demanda por produtos.

“A tensão entre a Rússia e a Ucrânia terá um impacto maior na zona euro do que em outras zonas do mundo”, afirmou Draghi, durante entrevista coletiva em Frankfurt, apontando as reformas estruturais insuficientes por parte de alguns países como outro risco para a retomada do crescimento econômico.

Após comentar a decisão do BCE de manter a atual taxa de juro na zona do euro em 0,15%, Dragui garantiu que o banco estará atento aos efeitos das sanções que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aplicou à Rússia. Conforme anunciou hoje o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a organização decidiu suspender a cooperação com a Rússia. Além disso, Estados Unidos e Europa decretaram sanções econômicas à Rússia pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e apoio aos rebeldes pró-russos no Leste do país.

Em resposta às sanções que vêm sendo impostas em função do conflito com a Ucrânia, a Rússia proibiu a importação da maioria dos produtos alimentares de países europeus e dos Estados Unidos.  A proibição aplica-se à importação, por um ano, de carne de vaca, porco e aves, ao peixe, ao queijo e ao leite, aos legumes e às frutas produzidos nos Estados Unidos, na União Europeia, na Austrália, no Canadá e na Noruega.

Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Seneri Paludo, o embargo russo aos produtos agropecuários dos Estados Unidos e demais países abre “uma grande janela para o Brasil”, podendo gerar uma “revolução” nas exportações brasileiras de carne, milho e soja, semelhante à entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, quando houve um “abalo sísmico” no mercado de commodities (produtos primários com cotação internacional).

Durante o ano passado, a Rússia importou de países europeus o equivalente a 11,8 milhões de euros em produtos agrícolas, o que corresponde a 9,9% do total de exportações da União Europeia para a Rússia.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

7 Comentários

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  1. como já li, essas sanções

    como já li, essas sanções contra a rússia acabarão prejudicando os países que tomaram essa atyitude política, pois não farão mais negócios com a rússia…

    e isso,beneficiará as exportações brasileiras de todos os produtos agropecuários, principalmente de carnes

    como  dito já por um  ministro russo,a rússia importará do brasil parte dos produtores de abastecimento aliementar que o pais dele necessita.

  2. Vamos ver quanto perdem

    principalmente a Alemanha e França. Se as perdas destes paises forem importantes, certamente algumas coisas nas sanções contra a Russia irão mudar. Independentemente disto o Brasil, Argentina e outros vão aumentar os seus negócios.

  3. G”enio da geopolitica.

    Lembro de uma frase de um ministro alemão logo após a anexassão da Crimeia, ele disse “Despertamos da lâmpada o gênio da geopolitica”, e de fato é impressionante a maestria estrategica da Russia, não a toa são os maiores campeões de xadrez.

    Com esse embargo a Russia, alem do prejuizo direto à economia da UE,  ajudará a equilibrar sua balança comercial desequilibrada após as sançoes europeias,  fortalecerá sua aliança politica com a America Latina, promoverá um racha interno na UE, e a Ucrania depois de tanto esforço pra deixar a Russia, encontrará uma Europa em crise pra lhe receber…A Finlandia já fala em Crise Economica 2,0

    Putin acertou um milhão de coelhos com um unico tiro.

    Quanto a segunda jogada, se a Russia fechar o espaço aereo, as empresas europeias terão serios prejuizos em viajens para nada menos que  China e Japão. Terão que ir pelo Ártico (sem aeroportos para escala) ou sobrevoar o Irâ, Irã esse que após o acordo nuclear se livrou das sanções e poderá finalmente comprar o sonhado missil S-300 da Russia, com o qual se defenderá de Israel,  e olhem a ironia, simbolicamente o Irã comprará esses misseis russos com o dinheiro europeu proveniente do uso do seu espaço aereo. 😀

    Tudo isso com apenas duas jogadas e sem nem mesmo sacar o gás, que é sua maior arma.

  4. Incrível como toda essa crise

    Incrível como toda essa crise entre Ucrânia e Russia começou com o golpe que os EUA apoiaram na Ucrânia… porque esse fato não é comentado?

    1. Porque isso não importa

      Não comentam porque isso não importa, UE não esta preoculpada com a verdade na Ucrania, e está disposta a manipular fatos para denegrir a imagem da Russia no mundo.

      Se a UE se importasse, teriam retalhado o neonazismo em Kiev, retalhado a ação que queimou vivas 50 civis em Odessa, retalharia o uso de armas proibidas no Leste pelo exercito (como bombas flamejantes usadas livremente), teria exigido uma investigação justa da queda do avião da Malasya investigando o que um caça ucraniano fazia proximo ao avião.

      Enfim, não é a Ucrania o problema.

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