Espanha: PP, partido no poder e homofóbico, não ganharia eleições

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Gunter Zibell – SP

Sondagens na Espanha

Espanha: Pela primeira vez desde as últimas eleições presidenciais, o PP, partido homofóbico que está no poder, perderia as eleições se elas fossem hoje:

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. Por falar em preconceito,

    Por falar em preconceito, acabo de assistir na Tv Cultura, programa Viola minha viola, uma “dupla caipira” , Pedro Bento e Zé da Estrada, cantando O preto de alma branca. Não faço o gênero politicamente correto, mas dá uma certa repulsa ver que ainda hoje alguém cante uma coisas desse tipo e ainda por cima seja aplaudido, talvez por ignorância, vá saber né?!?

  2. PSOE

    Resta saber se os traíras da solcial democracia (porque para os marxistas eles são traíras de qualquer jeito) do PSOE, estarão a altura do momento político social espanhol…

    “Sacumé”, se é para fazer “caca” ultra liberal, é melhor deixar os “profissionais da mixaria” continuar no poder. Ao menos eles têm mais “estômago” e “fígado” para a tarefa…

    Um abraço.

  3. Aprecio os comentários e

    Aprecio os comentários e considerações do Gunter, mas esse elevado ao status de post ficou com um leve ar tendencioso. Pois ele não apresenta nenhuma informação sobre a complexa realidade política e econômica da Espanha nos últimos tempos e ainda pode passar a ideia que o partido vai sair do poder pela homofobia do mesmo, quando o mais provável seria imaginar que é devido a questão econômica e o desemprego galopante que assola o país.

    Se o PSOE vai voltar ao poder, é porque a população percebeu que foi um grande erro colocar o PP no comando. Ou como diriam, é a economia, estúpido.

      1. Então, Sérgio

        Se a economia estivesse indo de vento em popa talvez o PP se reelegesse.

        Se já estivessem na ‘Grande Depressão’ e desespero total, como a Grécia, por outro lado, não haveria proposta ‘socialista’ que resolvesse e os eleitores apoiariam da extrema-direita neonazista a extrema-esquerda.

        Mas a Espanha vive recessão prolongada e problemas principalmente na área imobiliária, é uma situação intermediária.

        E sabe-se que apesar dos pesares, tal como PT e PSDB, PSOE e PP são parecidos entre si em economia (leia o link para Tsavkko que pus na resposta ao Ed.)

        E agora sabemos também que foi tiro no pé o PP ter pensado em restringir o aborto:

        http://vozpopuli.com/actualidad/37092-el-psoe-adelanta-al-pp-en-intencion-de-voto-a-una-semana-de-que-rubalcaba-fije-la-fecha-para-las-primarias

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        Mas eu não vou me preocupar mais com isso. Eu sei que valores é algo que pesa muito em política, quase tanto como economia, e só estou tentando alertar os colegas disso.

        Mas as pessoas vivem presas ao mundo dos discursos da economia e da esquerda/direita…

        A propósito, Clinton não ganhou por isso. Já se vivia nos EUA uma tendência de longo prazo de crescimento dos Democratas em função da demografia e do valor ‘multiculturalidade’

        Escrevi sobre isso em um post:

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/as-grandes-chances-de-obama-em-2012-e-democratas-em-2016

        e em um comentário eu preparei um gráfico muito bom sobre a tendência, só que se perdeu na migração de domínio do blog.

         

        1. Ok, mas nem precisava

          Basta dizer que sente falta de algo ou que gostaria de mais informações sobre algo que, se eu estiver vendo o post (às vezes posso não estar) tenho disponibilidade de complementar, corrigir ou mesmo voltar atrás.

          E você não respondeu minha dúvida: ainda acha que só economia conta na próxima eleição espanhola? Eu acho que o PSOE fará discurso descolado para reforçar sua recuperação recente e que tudo o mais constante o discurso conservador do PP mais espanta que atrai.

           

          1.  Eu acho que o PSOE fará

             Eu acho que o PSOE fará discurso descolado para reforçar sua recuperação recente e que tudo o mais constante o discurso conservador do PP mais espanta que atrai.

            Provavelmente. Mas a economia tende a ser ponto-chave considerando o desemprego, ainda mais para os jovens.

    1. Dá uma olhada nisto

      http://vozpopuli.com/actualidad/37092-el-psoe-adelanta-al-pp-en-intencion-de-voto-a-una-semana-de-que-rubalcaba-fije-la-fecha-para-las-primarias

      Los socialistas, que por segunda vez en esta legislatura aventajan al PP en intención de voto, ganarían por una ventaja de 1,5 puntos, consiguiendo el 33,5% de los votos, según el sondeo de Metroscopia para El País. Este descalabro del Partido Popular, que en los últimos tiempos presume de indicios de recuperación económica, podría estar muy relacionado con la controvertida reforma de la Ley del Aborto impulsada por Alberto Ruiz Gallardón.

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      O verbo ‘presumir’ significa também gabar-se ou jactar-se de. Isto é, está havendo uma pequena recuperação econômica, finalmente.

      Faz algumas semanas o PP propôs legislação contra o aborto que faria o país recuar a 1985.

      Na campanha de 2011 propôs cancelar o casamento LGBT. Isso não impediu o partido de ganhar então, mas como fazer isso em um país em que 80% da população apoia?

      Como Tsavkko (no artigo) e Sérgio T. (abaixo) comentam, todo mundo sabe que em economia o PP e o PSOE são parecidos. Foi inclusive a pressa do PSOE em atender as exigências neoliberais da última crise que fizeram o PP ganhar.

      Mas agora a diferença é de apenas 1,5%

      Você ainda acha que tudo gira em torno de economia e que o voto ligado a ‘valores’ não é decisivo?

    2. Olha, Ed, vamos parar de procurar pelo em ovo?

      Posto que não há nada tendencioso.

      Na véspera eu indiquei este artigo que acho bom, sobre a complexidade dos últimos anos, só que não virou post:

      http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=233318&id_secao=9

      Você poderá achá-lo no clipping de sábado de manhã, com link direto ao blog do Tsavkko que está inclusive morando atualmente na Espanha.

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      A palavra homofóbico veio de um post no facebook, não foi inclusão minha:

      https://www.facebook.com/photo.php?fbid=563544750389925&set=gm.565640543527048&type=1&theater

      Eu devia ter posto o link, claro.

      Mas note que esse post é de um grupo de discussão para combate a homofobia e o PP espanhol (como o homônimo brasileiro) também pôs naúltima campanha eleitoral como proposta reverter o casamento igualitário. Não conseguiu (mesmo sendo maioria parte de seus congressistas não apoiou essa ideia idiota) mas conseguiu impedir a inseminação artificial pela rede pública para lésbicas (o que é mero preconceito) e conseguiu emplacar um projeto ainda a ser votado para dificultar o aborto.

      O partido merece fama de homofóbico, não só por ter a ousadia de querer acabar com o casamento gay como pelas declarações infeliz de um ministro ano passado:

      http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=BBB92C36-6874-4B65-9B8C-53D0EA8E91D2&channelID=00000091-0000-0000-0000-000000000091

      Essa mentalidade de que gays atrapalham a espécie é algo bem cretino para alguém do status de ministro falar. Lembro que houve artigos mais longos, inclusive no portal Terra sobre o episódio desse ministro.

      (Esse assunto mais Walesa contra parlamentar transexual foi post na minha área de blog no passado, mas depois exclui)

      Então, homofóbico assumido, o PP é, como o PP brasileiro. Imagine Bolsonaro como ministro.

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      Não desconsidere a possibilidade de LGBTs influenciarem decisivamente em eleições apertadas. Não definem as grandes tendências (aí são economia e ideologia mesmo) mas quando ‘indignados’ LGBTs podem se mover todos para um lado, sem sequer haver combinação para isso.

      Eu escrevi sobre isso:

      https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/politico-faca-as-contas-antes-de-ser-anti-lgbt

      (Nunca foi post no LNO)

      E agora relendo vi que esqueci justamente do caso espanhol! Precisarei editar, certo? Nesse artigo também não inclui ainda o que foi levantado pelo Pew Research, de que 60% dos LGBTs americanos de famílias republicanas votaram em Obama. Isto é, a eleição de 2012 pode ter sido salva com o Casamento Gay.

      A eleição de Hollande também. E sabemos que Capriles subiu muito na última semana antes dos 48,5%.

      Ademais, 5% de LGBTs (quando são declarados é mais fácil) indignados podem amolar, digo influenciar, seus parentes e amigos. Aí os 5% viram 20 ou 30%. Podem engrossar ‘ondas’ o que acaba ajudando campanhas.

      É uma pena que héteros politizados/políticos tenham tão pouca interação com pessoas LGBT, ou tão pouca consideração por suas relativamente pequenas demandas, que continuem desconsiderando a micropolítica envolvida…

      No caso do gráfico a diferença entre PSOE e PP é bem menor que 5%. O PP ficou extremamente impopular com LGBTs, mesmo os de direita, pelas cretinices expostas acima. Sendo assim, é fácil achar que quase 5% dos 30% que o PSOE (partido que legalizou o casamento igualitário em 2005) recebe sejam LGBTS. 1/6 ou 1/7 dos votos não é para desprezar, certo?

      Imagine então um político do PSOE ter coragem de ser contra LGBTs agora. Não faria isso jamais, até porque o desemprego galopante vem de anos e a erosão do PP entre a população convictamente conservadora é lenta. E a economia começa com primeiros sinais de melhora e a última queda do PP pode ter sido pela impopularidade do projeto anti-aborto.

      O mais provável é que LGBTs votem em peso no PSOE. Só saberemos se isso foi decisivo se a diferença final foi menor que 2,5% (em CNTP LGBTs já se distribuem nas várias preferências partidárias, então metade já é da porção mais à esquerda mesmo.)

      Ainda acha que LGBTs não influenciam? E, se a economia é ruim, valeu a pena para o PP bancar a direita beata? Eu respondo: não. Táticas neofascistas só funcionam com desinformação ou ameaças externas (falsas ou reais). E os espanhois conservadores morais sabem que é melhor buscar políticas de aumento de emprego que perseguir LGBTs.

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      Finalmente, cabe observar que LGBTs perseguem direitos humanos, civis e dignidade antes que ideologia. É uma questão de sobrevivência e autoestima mesmo, quem não enfrenta preconceito a vida inteira dificilmente entende.

      Pode haver LGBTs de direita, de centro, de esquerda. Não vão votar em que os rejeita ou humilha por razões ideológicas ou eleitorais. A economia vai bem na Rússia, o governo de lá é centrista (apesar da inclinação populista neofascista) e superpopular, entre 60 e 70%. Você imagina LGBTs russos votando em Putin?

      Podem votar em quem os reconhece e acolhe, mesmo que temporariamente sejam de outra ideologia que a do votante.

      Uma questão está acontecendo nos últimos tempos na Ucrânia: filiar-se à UE ou voltar-se à Rússia. Independentemente de nacionalismos ou ‘esquerda/direita’, é evidente que para direitos civis LGBT a filiação à UE é o melhor:

      Também pus no clipping, mas de hoje:

      http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/01/ativistas-gays-fazem-ato-na-ucrania-para-apoiar-entrada-do-pais-na-ue.html

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      E o que podemos dizer do Brasil? Há diferenças entre programas econômicos das grandes coligações? O Maringoni já não demonstrou que há uma grande convergência?

      http://www.viomundo.com.br/politica/maringoni.html

      (também pus em clipping no passado, não virou post.)

      Então, se não há diferenças na economia, o que podemos dizer?

      “São os valores, estúpido”?!?

      Enfim, vamos parar de olhar o mundo só sobre essa ótica esquerda/direita convencional que ela só serve para discursos em comentários em blogs.

      O PP espanhol, os Republicanos dos EUA já provaram que apostar nas variações de ‘Tea Party’ ou leva a derrotas ou a vitórias menores e mais frágeis.

      E quando há risco de vida ou ameaça a direitos, as vítimas nem pensam em ideologia ou economia. Isso é algo que o PT esquece em relação ao inconsciente coletivo LGBT. Os evangélicos não estão ‘indignados’, ao contrário, seus líderes são agraciados com concessões. Mas não serão fieis ao governo por que tais concessões não lhes melhoram as vidas.

      No que melhora a vida para um evangélico se LGBTs forem perseguidos? Nada. O eleitor sabe disso e votará de acordo com saúde, educação, segurança.

      O que piora a vida de um LGBT em um ambiente em que políticos usam o plenário para criticar LGBTs e não são admoestados por seus colegas por isso? Muito. O combate à homofobia fica muito atrasado, há uma sanção oficial à homofobia e mortes que podiam ser evitadas ocorrem.

      Há muitas pesquisas que provam que LGBTs, especialmente solteiros no Brasil, mas também os casados nos EUA e Canadá, ganham de 10 a 20% menos que héteros. Cadê o mito do Pink Money?

      É necessário combater a homofobia desde a escola! Mas os colegas aqui fingem não dar importância ao abandano pelo governo federal de quase todos os programas e projetos-lei nessa direção…

      Enfim, a política moderna real e presencial tem muito de valores envolvida e tem vantagem quem percebe e reconhece isso. Pode até não ganhar, mas perde por menos e avança nas bancadas:

      http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/lgbts-nao-serao-orfaos-politicos-em-2014

      http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/o-psb-buscara-ser-simpatizante

      Ah, você pediu pra avisar quando tivesse algo positivo do PT-RS na minha área de blog. Pus este hoje de manhã:

      http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/rio-grande-sem-homofobia-novos-outdoors-sao-instalados-em-cruz-alta

       

       

       

       

      1. Apontar a falta de contexto

        Apontar a falta de contexto na associação de um gráfico eleitoral com um adjetivo negativo está longe de ser preciosismo. É  chato? É. Mas é válido em qualquer “contexto”. Ignorar por simpatia é fazer o mesmo jogo condenável do governismo acrítico.

        Até porque nem sempre o leitor está por dentro das informações que teriam inspirado quem escreve. Tirando a parte do aborto, que li recentemente por aí, estava por fora do que o PP anda fazendo em DH na Espanha e agradeço pelas informações que trouxe.

        Abraços,

        1. Não é chato nem preciocismo

          Eu devia ter indicado que o post veio de um grupo de discussão específico, o contexto estava lá.

          E concordo total que não devamos ser acríticos.

          Mas não esqueçamos que não somos nós os responsáveis pela escolha de posts. Outros links que sugeri, que contextualizariam, não foram upados, não tenho responsabilidade nisso.

          O que não se pode fazer é ficar falando em tendencioso.  Isso também pode parecer um adjetivo negativo sem contexto, não?

          Pode-se dizer, com simplicidade: “Olha, o texto fala em partido homofobico. Por quê? É homofóbico mesmo? Isso está pegando na eleição de lá? Do jeito que está, sem contextualização, dá a entender que sim, mas eu acho que o que pega é economia.”

          Abs.

           

           

          1. Bem lembrado, a culpa é

            Bem lembrado, a culpa é sempre do Nassif…hehe

            E realmente, eu devia ter pego mais leve apesar de queter ter dito (não de forma muito clara) que ele poderia ser interpretado como tendencioso. E novamente culpa do Nassif, pois faz falta um sistema de mensagens funcional como o do blog antigo pra “trocar figurinhas”.

          2. Jaja

            Claro que ele não tem culpa…

            Mas…aí… Ninguém tem culpa!

            O sistema de mensagens funciona, descobri recentemente, desde que a pessoa se relogue. Aí aparece aviso de que há msgs e caminho para vê-las.

            É uma questão só de programação.

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