Estados Unidos continua vendendo armas ao Estado Islâmico na Síria

Estados Unidos continua vendendo armas ao Estado Islâmico na Síria

no Russia Today, tradução de Ricardo Cavalcanti-Schiel

Em apenas uma semana, mais de 40 combatentes armados escaparam da base americana de Al Tanf, no sul da Síria, depois que se deram conta de que não iriam lutar contra os terroristas do Estado Islâmico, como os americanos haviam lhes prometido.

Combatentes armados e treinados pelos Estados Unidos na base ilegal norte-americana de Al Tanf, no sul da Síria, revelaram que os oficiais norte-americanos ali movem um esquema de venda de armas ao Estado Islâmico.

Na semana passada mais de 40 desses combatentes armados fugiram da base de Al Tanf e desertaram para o lado das Forças Armadas Sírias. Entre eles, que agora se encontram em um campo de refugiados perto de Damasco, está Asaad Assalem, que foi o chefe de segurança do pessoal sírio em Al Tanf.

Assalem afirma que ele e seus companheiros queriam lutar contra o Estado Islâmico, mas acabaram se dando conta de que os militares dos Estados Unidos no sul da Síria tinham outros objetivos.

Negócios com terroristas

Assalem relata que quando souberam que o comandante do seu destacamento vendia armas para os terroristas do Estado Islâmico, relataram o fato ao comando da base.

No entanto, depois desse informe, não apenas não foram tomadas quaisquer medidas, como também que os americanos reforçaram o apoio ao agente que fazia os negócios, denuncia o combatente.

Assalem especifica ainda que o militar norte-americano operava uma linha de venda de diferentes armamentos estocados na base, desde armas automáticas como fuzis M-16 e M-4, até lançadores de granada antitanque e metralhadoras, bem como suas munições.

Nenhum ataque contra o Estado Islâmico, mas três contra as forças aliadas ao governo

O ex-chefe de segurança nota também que os combatentes locais recrutados passavam por um curso de treinamento de dez dias, ministrado por instrutores norte-americanos e noruegueses.

A eles era dito que iriam lutar contra os terroristas do Estado Islâmico, mas, na realidade, jamais realizaram operações contra os jihadistas, servindo apenas como fachada na tentativa de justificar a presença militar norte-americana no sul da Síria, do mesmo modo que as forças terrestres de sua “coalisão”.

As forças norte-americanas tampouco prestam qualquer tipo de apoio à população local e “só estão interessadas em seus próprios interesses”, lamenta-se Assalem, acrescentando que “no geral, comportam-se apenas como invasores”.

Em termos concretos, de acordo com esse combatentes que fugiram de Al Tanf, durante todo o tempo em que estiveram na base, não se realizou um único ataque contra os terroristas do Estado Islâmico. Em compensação, os militares norte-americanos atacaram pelo menos três vezes as forças que lutam a favor do governo sírio.

As forças especiais norte-americanas desde o ano passado invadiram e se assentaram, sem qualquer autorização da ONU ou do governo Sírio, em Al Tanf, um estratégico cruzamento fronteriço entre a Síria e o Iraque, onde se encontram também forças sírias que buscam recuperar o território ocupado pelo Estado Islâmico.

De acordo com os combatentes evadidos, encontram-se na base mais de 300 soldados do exército norte-americano, 40 especialistas militares da Noruega, além de outros cidadãos da Jordânia, Marrocos e Arábia Saudita.
 

Redação

15 Comentários

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    1. A aviação de Bachar Al Assad

      A aviação de Bachar Al Assad bombardeia as areas “rebeldes” há seis anos, impedosamente, não restou nem um muro de pé.

        1. Porque nessas areas rebeldes

          Porque nessas areas rebeldes não há mais possibilidade de sobrevivencia, a população emigrou em massa, os refugiados

          são das areas rebeldes anti-Assad, cerca de 4 milhões emigraram porque não há mais casas e infra-estrutura, MILHARES

          de fotos e videos mostram a destruição, qual a prova adicional necessaria?

        2. https://www.bing.com/videos/s

          https://www.bing.com/videos/search?q=ernest+hemingway+in+the+spanish+civil+war&&view=detail&mid=6BC3CA5E7945EEDC7CD16BC3CA5E7945EEDC7CD1&&FORM=VDRVRV

          Na Guerra Civil Espanhola, mais curta do que a guerra civil siria, na Espanha durou 3 anos e na Siria já está no 6º ano,

          cidades foram arrasadas por bombardeios com potencia muito menor do que hoje, aviões  a pistão e canhões de campanha,

          veja acima no documentario narrado por Ernest Hemingway a destruição na Guerra Civil de Espanha.

  1. A fonte é uma publicação

    A fonte é uma publicação eletronica com sede na Russia. Úma rapida leitura dos artigos mostram um viés 110% ANTI AMERICANO, lembrando as antigas publicações soviéticos oo tempo do Comintern, a Russia tem alta especialização

    em maquinas de propaganda politica direcionada, pratica que já existia ao tempo da Okrahna, antes da Revolução.

    No artigo em questão louva-se secom homenagens de legitimidade absoluta ao remime de Bachar Al Assad,

    aliado há longo tempo da Russia.

    O artigo tem escassa verossimilhança para quem tem alguma noção do conflito na Siria.

    1. Comentário 110% a favor dos

      Comentário 110% a favor dos EUA e das corporações bélicas (empresas e sindicatos como a NRA), firmas que ganham dinheiro usando recurso público daquele país – forças armadas – para impor terror ao mundo e assassinar crianças, idosos e mulheres árabes, caro André.

      Cairia o teor de anti-russismo ou americanismo se viesse com alguma demonstração de que o que o RT diz não está certo, que tal? Sei lá… talvez declaração da ONU ou mesmo da Síria ou do Iraque autorizando o acampamento estadunidense ali, que fosse. Talvez até mostrando que os EUA nunca armaram o EI e nunca mais vão armá-lo de novo, quem sabe?

      1. Nos EUA os jornais de maior

        Nos EUA os jornais de maior peso como Washington Post e New York Times são historicamente CRITICOS do Pentagono e das intervenções militares americanas especialmente após a segunda guerra do Iraque e agora são MAIS CRITICOS ainda

        em relação a toda estrategia dos EUA no Oriente Medio. Já na Russia NÃO há imprensa livre, toda imprensa é oficiliasta

        e a estrategia militar e geopolitica da Russia é incriticavel. No conflito sirio NÃO HÁ LADOS BONS, cada potencia joga com seus interesses, a Russia está imersa até o pescoço na defesa do ditador Assad, os EUA estão desde o inicio apoiando os rebeldes anti-Assad e não o Estado Islamico, que são elementos diferentes no conflito e arqui-inimigos dos EUA.

        Nesse contexto querer escolher mocinhos (os russos e Assad) e bandidos (os EUA) é ridiculo.

        Quanto à informação de que militares americanos vendem armas ao Estado Islamico parece inverossimil e mal explicado. Vendem armas por conta propria, para por o dinheiro no bolo deles? Parece irreal, todo o contingente precisaria estar no esquema porque todos seriam testemunhas dessa corrupção. Ou seria o Governo americano que vende armas?

        Mais inverossimil ainda, o Estado Islamico e´arqui-inimigo dos EUA. O que temos é apenas uma narrativa, a fonte não é neutra,

        e a voz do governo russo que nesse conflito tem todo interesse em difamar os EUA, portanto é uma estoria de inimigo, porque devemos acreditar?

         

        1. Justamente. Esse negócio de

          Justamente. Esse negócio de “bandido e mocinho” é coisa de criança ou de adulto infantilizado; tem a ver com as fantasias de “xerife”, com ficções de cinema estadunidense, ainda que “glamurizado”, ficção de 5a. categoria e sempre iguais na milenar jornada do herói. Coisas de “americano”, enfim…

          E tirando o pensamento pueril nas reflexões sobre essa notícia, convido: que tal pensar que:

          1 – Os EUA estão a 10.000km de distância da Síria. Não há autorização para bases militares como a que traz a notícia. E nem guerra efetivamente há, o que há é um ataque unilateral dos EUA contra outros países que, por suas vezes, se defendem. Mas a “casa” ali não é dos EUA.

          2 – Que os EUA não têm nada contra ditaduras, caso contrário estariam atacando a Arábia saudita, por exemplo. Mas teria atacado o Chile de Pinochet, não o de Allende.

          3 – Que Assad é questão dos sírios.

          4 – Que há farta prova de que os EUA intervém em outros países de forma desonesta, traiçoeira e covarde, em que se inclua a cessão de armas a grupos locais para que estes grupos derrubem seus governos mas que nem de longe se pare por aí: fundações como as dos Irmãos Koch, que é bem conhecida, mas muitas outras que não saem nos jornais subornam e financiam políticos, polícias e juízes no mundo todo.

          5 – Que a campanha que os EUA fazem pela difamação dos países que defendem seus próprios interesses é conhecidíssima. Seus filmes, discos, livros, jornais… todas os meios de comunicação dos EUA tem feito isso desde o final da Segunda Guerra. Não seria diferente nem contra a Rússia nem contra a Síria, o Iraque, a Coreia do Norte etc. Essa difamação é tão a mesma de sempre que não há quem acredite nela, mais.

          6 – Assad pediu ajuda a Putin. E pediu que os EUA se retirassem da região.

          Não há como negar, caro André, que as corporações da iniciativa privada dos EUA desreguladas, descontroladas tomaram aquele estado e usam o status de “país”, de estado, para imporem seus interesses econômicos pela força das armas. Pode ser armas morais, como a propaganda, os as físicas, balas, projéteis, mísseis e até armas químicas (Vietnã) e nucleares (Japão), tanto faz. Quando não convencem de um jeito não têm o menor pudor em tentar convencer do outro.

          Resultado: um mundo aterrorizado, milhões de civis, crianças, adultos, idosos sendo assassinados, sem a menor condição de viver em paz e prosperar por conta desses terroristas que são os EUA.

          Ah, como seria bom se apenas essa notícia do RT fosse verdade… se não houvesse histórias de big sticks e destinos manifestos faz pouco mais de 150, 200 anos, histórias de crimes, corrupções, assassinatos, espionagens… ratos que se escondem nos esgotos do mundo.

  2. Trump …

    … Depois alguns ridicularizaram Trump quando afirmou que Obama e Hillary criou e financiou o Daesh, não que ele ache ruim, mas falou a verdade.

  3. Terrorismo (inclusive de Estado) e Tráfico de Armas

    Prezado Ricardo,

    O extraordinário trabalho da jornalista búlgara Dilyana Gaytandzhieva desnudou toda a hipocresia do Império e de seus associados quanto ao contrabando de armas para a Síria, Iraque e caterva. Ver aqui: https://trud.bg/350-diplomatic-flights-carry-weapons-for-terrorists/.

    O Zero Hedege atualizou a polêmica e as agraras da jornalista: http://www.zerohedge.com/news/2017-08-28/journalist-interrogated-fired-story-linking-cia-and-syria-weapons-flights.

     

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