EUA espionam Dilma e violam soberania nacional sob pretexto de terrorismo

Jornal GNN – Sob pretexto de “estresse regional” e três dias após rejeitar a proposta do Brasil para um acordo bilateral para atividades de espionagem, a Embaixada dos EUA (Estados Unidos) no Brasil será convocada para prestar explicações sobre as motivações que levaram os EUA a investirem US$ 52,6 bilhões (R$ 126 bilhões) para espionar autoirdades de oito países, entre eles os presidentes de México, Turquia e Brasil. A denúncia de que a NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) monitorou o conteúdo de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff e de um número ainda indefinido de seus assessores foi revelada pelo ex-agente da Cia, Edward Snowden, ao jornalista britânico Glenn Greenwald.

Em entrevista à imprensa, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso disse que será exigida formalmente dos EUA a revelação oficial das atividades de espionagem. O ministro disse ainda que após reunião com Dilma, neste domingo (1), foi decidido que o Brasil vai procurar órgãos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas) para que a espionagem norte-americana seja investigada.

Nos documentos divulgados da NSA há o chamado “risco para a estabilidade regional” (leia-se terrorismo), em que se questiona, por exemplo, se Brasil e Turquia seriam “amigos”, “inimigos” ou “problemas”. O documento inclui uma relação de assessores diretamente ligados ao governo brasileiro e seus respectivos contatos. No entanto, os nomes foram apagados antes da divulgação. Segundo o jornalista britânico, é possível encontrar trechos de relatórios que falam que houve “sucesso” na operação. Já no caso do México, a espionagem é mais evidente. Há trechos de conversas do presidente Peña Nieto confirmando nomes de ministros que só tomariam posse dos cargos seis meses depois.

O ex-agente da CIA afirma estar preocupado com a privacidade das pessoas. Em entrevista ao jornal O Globo, Snowden disse que não é apenas a privacidade dos norte-americanos que importa, mas também a de estrangeiros. para ele, os brasileiros também têm direito à privacidade. .

Vantagens

Além da espionagem sob o pretexto de terrorismo a artimanha oferece vantagens competitivas em acordos comerciais e no que diz respeito à competição industrial, analisa o especialista em espionagem, James Bramford. Ele diz que é como um jogo de pôker no qual se sabe, antes, as cartas que todos os jogadores estão segurando. Em certo ponto dos documentos vazados, há o indicativo que esta seria a intenção dos Estados Unidos. Segundo um dos balanços da operação, “graças aos mais de cem relatórios, foi possível instruir bem o presidente Obama em relação a questões delicadas antes de reuniões internacionais importantes”.

Na última quinta-feira (29), o governo norte-americano rejeitou a proposta do Brasil para um acordo bilateral para as atividades de espionagem. A reunião entre o Brasil e os EUA ocorreu em Washington, com o procurador-geral dos EUA, Eric Holden, com a assessora presidencial para Assuntos de Contraterrorismo, Lisa Monaco, e com o vice-presidente, Joe Biden.

José Eduardo Cardozo, responsável pelas negociações, disse que foi realizada uma proposta de caminhar para a celebração de um acordo para estabelecer regras sobre procedimentos na interceptação de dados. Em entrevista na capital norte-americana, Cardozo acrescenta que lhe foi dito que os Estados Unidos não aceitarão assinar um acordo nesses termos com nenhum país do mundo.

A visita do ministro da Justiça brasileira a Washington e a proposta de um acordo já eram consequências das denúncias baseadas em documentos vazados pelo ex-agente da CIA americano Edward Snowden. Segundo os documentos, na época, os EUA haviam interceptado comunicações eletrônicas no Brasil, entre e-mails e ligações telefônicas, o que se confirma com a denúncia de espionagem às atividades do governo Dilma e de seus assessores.

“Manifestamos o desacordo brasileiro (…) em relação ao conhecimento de que haveria interceptação de dados sem autorização de autoridades brasileiras para uso da inteligência americana. Esses fatos implicam violação dos direitos humanos, violação da soberania brasileira e de direitos consagrados em nossa Constituição”, advertiu o ministro, em Washington. 

Redação

2 Comentários

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  1. Dilma aponta leilão do

    Dilma aponta leilão do pré-sal como motivo para ser espionada pelos EUA

    Folha de S. Paulo | Vera Magalhães | 03/09/2013

    O petróleo é nosso Durante reunião com ministros para discutir a informação de que foi espionada pela agência NSA, Dilma Rousseff apontou o pré-sal como principal alvo de interesse dos EUA. Ela descartou razões políticas para a ação. Integrantes do governo lembram que todas as empresas petrolíferas norte-americanas já sinalizaram a autoridades brasileiras que participarão do leilão de Libra, avaliado em US$ 15 bilhões e previsto para a mesma semana em que a presidente deve ir a Washington.

  2. Já esta claro que por vias

    Já esta claro que por vias diplomáticas os EUA não vão parar de espionar o mundo, e mesmo que formalmente eles concordassem eles não vão desligar o aparato bilionário de espionagem que tantas vantagens competitivas lhes dá (afinal “Terrorismo” é desculpa para espionagem econômica).

    E aparentemente poucas nações tem capacidade de “detectar” a espionagem, precisou de um delator (whistleblower) para sabermos a profundida da devassa (que já era sabida, como Bob Fernandes já relatou diversas vezes).

    A Solução é Técnica, não Política. É hora do Governo começar a levar a TIC a sério, repensar toda a sua Infraestrutura, Tecnologias e Procedimentos Adotados. Lula, já lá em 2003, começou a seguir esta linha, adotando um discurso pró Software Livre (socialmente justo, tecnologicamente viável e economicamente sustentável) , propondo e criando a PNBL, fortalecendo as empresas públicas de TIC (Serpro e Dataprev) e apoiando a industria nacional de TIC.

    Hoje em dia boa parte da TIC do Governo é terceirizada e gerenciada por pessoas despreparadas, e boa parte da infraestrutura de comunicação é provida pelas teles estrangeiras. A TIC no Governo é uma Zona que só sabe quem trabalha nela.

    Interessante entrevista com o Demi Getshko fala de possibilidades neste cenário.

    Pioneiro da internet brasileira conta como se vigia a rede

    http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/pioneiro-da-internet-brasileira-conta-como-se-vigia-a-rede/

     

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