Ex-doméstica brasileira assume cargo sênior no governo americano

Natalicia Tracy se tornou líder trabalhista, após passar por situação análoga à escravidão nos EUA

Foto: Reprodução/Instagram @ntracy15

Jornal GGN – A ex-doméstica brasileira Natalicia Tracy, que se tornou líder trabalhista após passar por situação análoga à escravidão nos Estados Unidos, irá assumir um cargo no governo americano do democrata Joe Biden. 

Trancy foi nomeada conselheira sênior para a Agência de Saúde e Segurança Ocupacional (Osha, na sigla em inglês) do Departamento de Trabalho do governo estadunidense. 

Um representante da Casa Branca fez o convite pela experiência pessoal e profissional de Trancy, que atuou como líder de movimentos trabalhistas e de imigrantes e hoje é promotora de legislações voltadas para esse público

Trancy possui PhD em Sociologia e é professora da Universidade de Massachusetts, em Boston, com especialidade nas áreas de política migratória, social e estudos do trabalho.

:: A PARTIR DE R$ 10 VOCÊ PODE AJUDAR A MANTER O JORNALISMO INDEPENDENTE DO GGN. CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS ::

Aos 19 anos, Trancy se mudou para os Estados Unidos para trabalhar na com uma família brasileira, em Boston. Na época ela chegou a passar fome, ficar doente e sequer recebeu cuidados médicos. “De acordo com as leis trabalhistas dos Estados Unidos, eu estava num trabalho considerado escravo”, afirmou à BBC News Brasil, em 2016

Após dois anos, seus empregadores voltaram ao Brasil, mas Tracy permaneceu nos EUA e se casou com um americano. Em meio a dedicação aos estudos, em 2006, começou a atuar como voluntária no Centro do Trabalhador Brasileiro, grupo de defesa de direitos trabalhistas, do qual se tornou diretora-executiva em 2010.

Tracy, em parceria com a maior central sindical do país (a American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations) e outras organizações, passou a articular a aprovação, em Massachusetts, de uma das mais avançadas legislações estaduais sobre trabalho doméstico nos EUA.

A Lei de 2014 exige, entre outros pontos, que os domésticos tenham um contrato de trabalho, sejam pagos pelo total de horas trabalhadas, garantindo dias mínimos de descanso e criando canais para denunciar abusos.

Com informações da BBC News Brasil.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador