Finlândia testa “renda básica universal” de 560 euros em 2017

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Por Rachel Stewart

No DW Brasil

A partir de janeiro, 2 mil desempregados da Finlândia passarão a receber do Estado 560 euros por mês ao longo de 2 anos de forma incondicional e livre de impostos. A ideia faz parte de um projeto nacional de implantação de uma “renda básica universal”, com objetivo de promover o emprego no país.

A iniciativa será administrada pelo Instituto de Seguro Social da Finlândia, conhecido como Kela. “Acreditamos que isso poderá ser um grande incentivo para que as pessoas busquem trabalho, nem que de meio expediente”, disse à agência Dpa Marjukka Turunen, chefe da unidade de assuntos jurídicos do Kela.

A medida, ainda em caráter experimental, será aplicada a princípio a um grupo de participantes entre 25 e 58 anos, selecionados de forma aleatória entre cidadãos que tenham recebido seguro-desemprego em novembro de 2016. Os escolhidos serão notificados até 31 de dezembro e não poderão se recusar a participar do projeto.

A quantia mensal não entrará no cálculo de imposto de renda e continuará sendo paga, mesmo que o beneficiário encontre emprego. A incondicionalidade do direito também deverá servir como incentivo, já que, segundo Turunen, muitos desempregados que recebem seguro-desemprego na Finlândia recusam empregos menores, pois temem ficar pior do que antes, depois de descontados os impostos.

“Isso também confere segurança financeira às pessoas”, acrescentou Turunen. “Elas podem contar que o dinheiro estará lá na hora devida. O que elas fazem com ele, é assunto delas”.

Após o término da fase experimental, o instituto espera poder estender a renda básica a um grupo maior de participantes. No entanto ainda falta o governo finlandês aprovar o financiamento da medida.

Deste modo, o país escandinavo se tornará o primeiro do mundo a testar a implantação de uma renda básica universal em nível nacional. A ideia, porém, tem defensores em outros países. No início de 2016, por exemplo, um referendo na Suíça rejeitou uma proposta semelhante, que previa o pagamento mensal de 2.500 francos suíços (cerca de 2.300 euros) a todos os seus cidadãos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Um mundo melhor

             Bela iniciativa, esta é uma atitude humanitária e de respeito aos seres humanos. Não me importo se eu trabalho para ter renda e outros tenham renda sem trabalhar. Só quem passou pelo desespero de ter família e não ter o que comprar sabe o significado desta decisão. Inclusive para quem não tem família, pois isto diginifca o ser humano e lhe dá um potencial de agir e mais tranquilidade para procurar emprego posteriormente.

  2. Esta matéria é uma bofetada nos coxinhas e neoliberais.

    Torço para que o país escandinavo tenha sucesso com esse programa humanitário. 

    Aqui no Brasil, que possui a mais podre elite do mundo, assim como a mídia comercial mais canalha e criminosa, programas como o bolsa família e outros de renda mínima são combatidos pelas classes dominantes e pela classe média, manipulada e analfabeta política.

    É preciso que a humanidade e os países evoluam. Um sistema que produz e acumula riqueza nas mãos de uma ínfima minoria, como o capitalismo, precisa ser superado.

  3. É a única solução

    Diante da crise do trabalho que as novas tecnologias estão provocando é a única alternativa DENTRO do capialismo para minorar o sofrimento do povo. Não há trabalho para todos e o trabalho que há écada vez mais precário (bicos, terceirizado, contratos temporários etc).

    Talvez fosse melhor um Imposto de Renda negativo, que complemente a renda até o salário mínimo. E, para incentivar o trabalho (já que as pessoas amam o trabalho), que complemente a renda de quem tem trabalha até um pouco mais que o mínimo.

    Acho que lutar pelas leis trabalhistas é perda de tempo: as pessoas já estão sendo empurradas para a informalidade e precariedade e o retorno é impossível.

    O melhor é a esquerda lutar pela renda mínima o mais alta possível, de preferência financiada pelo IR e por um imposto sobre movimentação financeira.

    E todo dinheiro gasto com a renda mínima voltaria para o mercado em forma de consumo, ativando a economia.

  4. Da próxima vez que um coxinha

    Da próxima vez que um coxinha mandar eu ira para Cuba, respondo, eu vou é para a Finlândia.

    Seria ela bolivariana? O que “mercado” acha, einh dona Leitão?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador