França anuncia voos de reconhecimento para bombardear o Estado Islâmico

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

O presidente da França, François Hollande, anunciou hoje (7) que deu instruções às Forças Armadas do seu país para realizarem voos de reconhecimentos a fim de lançar eventuais ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria.

“Foi decidido que a partir de amanhã (8) haverá voos de reconhecimento em colaboração com a coligação internacional, e, no seguimento dessa informação que vamos recolher, estaremos prontos para bombardear”, disse Hollande, que até agora tinha se oposto a bombardeios em território sírio, apesar de participar da coligação internacional que combate os terroristas do Estado Islâmico.

No entanto, Hollande, que concedeu entrevista no Palácio do Eliseu, descartou uma intervenção militar terrestre na Síria, considerando-a “inconsequente” e “irrealista”. “Irrealista porque seríamos os únicos e inconsequente porque seria transformar uma operação em uma força de ocupação.”

Nas respostas às perguntas dos jornalistas, Hollande insistiu que Bashar Al-Assad deverá deixar o poder durante a transição. “Não se deve fazer nada que possa consolidar ou manter o poder de Bashar”, afirmou.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Eurocentrismo

     

                  Quando a Europa vê o mundo segundo uma ótica centrada no idealismo, os resultados são trágicos. A saída do poder do Sr, Assad representa um delírio geopolítico para combater a nifluência da Russia e do Irã na Siria, porém não apresenta  governo viável para assumir seu lugar, Parece nada ter aprendido com o caso da Libia e insiste em criar um regime “democrático” na Siria, mas democrático para quem cara-pálida. O resultado é a derrubada do regime e sua troca por extremistas sunitas, Assim, os aluitas, cristãos e outros apoiadores de Assad ou foge,  ou morrem. Haja imigrantes em fuga à Europa: talvez dois milhões no mínimo. 

  2. Que solução “genial” !!

    Só mesmo um idiota francês pode vir com esta solução estúpida. Se já estão morrendo milhares de pessoas… vamos resolver o problema matando mais gente ainda!! Agora sobre acolher refugiados o crápula do Hollande não quer falar nada. Afinal refugiado nào é gente e tem mesmo um monte de bomba sobrando no arsenal francês vamos lá gastar umas sobre essas “meio-pessoas” para poder comprar mais dos nobres empresários do setor armamentício!

    1. Hipócritas e muito mais

      Evidentemente a França irá intervir A FAVOR DO ISIS, como tem feito a “coligação internacional”. Duvida? então leia de novo o seguinte, dito pelo Hollande: “Não se deve fazer nada que possa consolidar ou manter o poder de Bashar”. Por isto a Turquia tem bombardeado os curdos (que combatem o ISIS), os USA e OTAN têm dado apoio e armas aos “rebeldes” que combatem o governo Sírio. Hipocrisia de assassinos.

    2. Hipocrisia é pouco…

      Põe hipocrisia nisso, e dizem que levam “a democracia” aos povos, mas nem toda democracia lhes serve, a da Ucrânia não servia aos interesses da OTAN e da Zona do Euro, então comprovadamente forneceram dinheiro e meios para grupos fascistas a derrubarem, a do Egito também não lhes servia, em nenhum desses casos ao menos ocorreu qualquer protesto ou ameaça de sanções econômicas quando derrubaram presidentes democraticamente eleitos e instituiram, na Ucrânia um simulacro de governo causando uma guerra civil e no Egito uma ditadura.

      Muito pelo contrário, apoiaram e venderam e continuam a vender armas a esses países, e de bônus mais um lucro para o complexo econômico militar patrocinador.

      Algumas ditaduras mal disfarçadas como a Arábia Saudita lhes servem bem pois além de agirem como seus prepostos na região, consomem bilhões de dólares anualmente em armas e garantem o fornecimento de pétróleo barato, para que comentar isso?

      Até inventaram uma “primavera” árabe que rapidamente se transformou em inverno, mas isso não tem a menor importância, os bons cristãos que levam a democracia ao mundo e seus sheiks locais não estão morrendo afogados nem de fome ou bala, e ainda por cima faturam bastante bem.

  3. O pobre herói tupiniquim

    Fábio Júnior manda avisar que vai se juntar às forças francesas contra o Estado Islâmico. Mas só depois que passar o efeito, derrubar Dilma e assinar com a Globo.

     

  4. Não fosse o bombardeio aéreo

    Não fosse o bombardeio aéreo a Líbia e o fornecimento de armas aos grupos, tribos, rebeldes que hoje se lá matam pelo poder e destruiram aquele país, não fosse a invasão do Iraque por motivos fúteis e torpes, além do uso de explosivos, dissimulação de provas, etc., portanto ao menos pela lei brasileira, crime de homicídio coletivo multiqualificado**, nada disso estaria acontecendo e muito provavelmente os debilóides e assassinos do tal ISIS não existiriam ou não teriam conseguido se estabelecer, e não existiria imigração em massa de seres humanos desesperados rumo a Europa.

    Mas Hollandé, o socialité, insiste que “Bashar Al-Assad deverá deixar o poder durante a transição”.

    Eu não sei que transição é essa nem se o citado Bashar deverá ou não deixar o poder, como não sírio, não me cabe essa ilação; o que sei é que nesse genocídio no Mar Mediterrâneo, que os europeus chamam eufemisticamente de “crise ou invasão de imigrantes”, os EUA e suas colônias européias (sim, eles não passam disso) tem toda a culpa no cartório.

    ** O homicídio será qualificado quando for cometido:

    I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

    II – por motivo futil;

    III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

    IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;

    V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.

  5. Que recursos a França usará

    Que recursos a França usará para realizar estas operações militares caríssimas:

     

    a) o dinheiro roubado do Fundo Soberano da Líbia;

    b) a grana repassada pelos EUA para despejar algumas bombas “perdidas” sobre as tropas de Assad;

    c) os impostos pagos aos cofres franceses pelos sonegadores brasileiros que moram em Paris;

    d) a grana arrecadada “por fora” com o tráfico de drogas que circula na Europa via Marselha;

    e) a grana roubada da própria Síria durante o mandato da França naquele país de 1920 a 1946;

    f) todas as respostas anteriores;

    g) nenhuma das respostas anteriores.

  6. O grande negócio dos governos

    O grande negócio dos governos europeus e norte americano, é a matança! Vivem disse para terem poder.O onze de setembro já estava desenhado pelo governo bush, conforme esttudos que estão sendo aprofundados sobre essa tragédia. Se necessário matarem seus próprios conterâneos para terem a desculapa de invadir, roubar as riquezas de outros países e poder matar civis sem qualquer punção, eles não titubiarão. Ou tem algum ingênio que AINDA acha ser isso uma “visão de ótica”? O poder do capitalismo está nisso: invadir, matar, roubar e usufruir de sua matança e roubo colocando a culpa nos  países invadidos, roubados e não capitalistas. Para iesse tipo assassino de regime, o capitalismo, a morte, o roubo, a desestruturação do país invadido, é a cereja do bolo. Só coxinhas, estúpidos vira-latas, apoiam tal desmoralização ao seu próprio país e, afinal, a si mesmos.

  7. Hipócrita e mentiroso

      A 1o ataque francês contra o ISIS ocorreu em 19/09/2014, através de aeronaves Raffale que decolaram do Porta – aviões USS Carl Vision, dando inicio a ” Operação Chammal “, que ainda que restrita ao território iraquiano/curdo, continua até hoje, portanto Hollande apenas esta estendendo a operação para areas da Siria,  os “reconhecimentos” franceses já estão sendo realizados sobre território sirio, desde 12/2014, pois estão desde esta data, unidades de recon/ataque ( ERB ) francesas ( 04 MIrage D ), baseadas na Jordania, que para operarem no Iraque, cruzam sobre o território sirio. ( da mesma base jordaniana, partem aeronaves britanicas de Recon, que realizam – de acordo com a determinação de seu governo – recon sobre a Siria, sem autorização para ataques * ).

        TODOS mentem: Na realidade “tropas terrestres ocidentais” de PESO, não estão em combate com o ISIS, mas qualquer idiota sabe, que tropas especializadas ocidentais estão operando, tanto na Siria quanto no Iraque, é basico, e funciona assim :

         Ataques doutrina NATO, na sequencia*: 1. Inteligência (Intel) local que demanda – 2. Recon de area, delimitação da ação – 3. Analise do recon inicial, que demanda para o “campo” a – 4.  IFraGo ( ordem fragmentaria inicial ), quando decolam – caso de aeronaves – 2 delas, que realizam o recon de area/objetivo, reconhecem os alvos, e recebem a marcação de “terra”, devendo orbitar sobre os alvos até a descisão de ataque ( A-FraGo ), a ser autirzada pelas instancias superiores, já em caso de misseis ( tipo Tomahawks ), a ação deriva de “drones” – 5. Reporte e sequencia da ação, analise de danos, caso ocorram “colaterais”, comunicar a assessoria de imprensa.

           Portanto desde a fase 1, até a “marcação” dos alvos, quem realiza estas etapas, é pessoal especializado NATO (FACs ) **, que estão em terra, uma vez que, tanto os códigos de comunicação ( dados e radio ), são exclusivos e alterados continuadamente, e NATO não os cede a ninguem, a não ser a seu pessoal.

           * esta sequencia esta simplificada, mas normalmente deve ser realizada em menos de 02:00 hs, todo o processo, em certos casos, mais urgentes, o processo pode ser acionado e resolvido, em menos de 00:15.

           ** FAC: STANAG 3797 – norma NATO para o “forward air controller”.

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