Ministros da China e de Taiwan se reúnem pela primeira vez em mais de 60 anos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A primeira reunião entre ministros de Taiwan e da República Popular da China em mais de 60 anos começa hoje (11) em Nanjing, confirmando a distensão das relações entre os governos de Taipé e de Pequim. Wang Yu-chi, responsável do gabinete de Taiwan encarregado das relações com a República Popular da China, será o primeiro governante da ilha recebido no continente chinês desde o fim da guerra civil, em 1949.

A reunião, que vai até sexta-feira (14), é vista em Pequim como “um importante passo” para promover o desenvolvimento das relações por meio do Estreito de Taiwan e aprofundar a confiança política mútua. “Esperamos e acreditamos que este importante passo aumentará a comunicação e a compreensão entre as duas partes”, disse o porta-voz do Gabinete do Conselho de Estado chinês para os Assuntos de Taiwan.

A ilha onde se refugiou o antigo governo chinês após a tomada do poder pelo Partido Comunista, e que continua a ostentar o nome de República da China (sem o adjetivo Popular), é vista por Pequim como uma província da China e não uma entidade política soberana. Pequim defende a reunificação pacífica com Taiwan, segundo a mesma fórmula adotada para Hong Kong e Macau (um país, dois sistemas), mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar a independência.

Apesar das persistentes diferenças políticas, as relações melhoraram desde 2008, quando o líder do Partido Nacionalista, Ma Ying-jeou, ganhou as eleições presidenciais em Taiwan, interrompendo oito anos de governo do Partido Democrático Progressista.

Em 2013, o comércio bilateral aumentou 16,7%, para US$ 197,2 milhões, o que equivale a mais de um terço das transações entre a China e a União Europeia, o maior parceiro comercial de Pequim. As ligações diretas, cortadas durante mais de meio século, foram, entretanto, restabelecidas.

No ano passado, o número de voos semanais subiu para 670, e 2,2 milhões de turistas do continente (mais 11% do que em 2012) visitaram a ilha.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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