O GGN ouviu um muçulmano francês para entender a crise religiosa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Filho de marroquinos, Samir Azzimani nasceu em Paris, e descontrói a guerra ideológica que dominou a imprensa ocidental

Samir Azzimani no manifesto do último domingo, em ParisJornal GGN – Francês de nascimento, marroquino de sangue, Samir Azzimani é muçulmano e parisiense. Ele faz parte da segunda geração de imigrantes que compõe o cenário atual do país. Charlie Hebdo não representa seu pensamento. “E daí?”, disse ao GGN. Charlie Hebdo é a materialização de uma cultura que aprendeu a ser livre, completou.

Aos olhos de parte do nosso continente, diante da repercussão que o atentado sacudiu no debate ideológico por toda a imprensa, Samir viveria a “pressão ocidental” de uma cultura que tenta se sobrepor às diferenças religiosas. Para a outra parte, o islamismo virou refém maquiavélico de uma tradição não admitida.

Ao entrevistar um cidadão francês muçulmano, é notório que a guerra editorial instalada aqui não chegou lá.

Na manhã de domingo (11), Samir não foi o único dos mais de 600 mil marroquinos na França que foram às ruas defender a liberdade, contestar o terrorismo e acreditar no que aprendeu com o islamismo: “eu não preciso mostrar para outras pessoas que sou muçulmano, que quero ser respeitado, temido ou alvo de orgulho. Não podemos julgar ninguém, seus lugares ou deuses. Isso é tudo o que eu sei”, contou.

“Nós provamos para o mundo que, na França, muçulmanos, como judeus, como cristãos, como todas as religiões, estamos juntos, contra a estupidez”, disse.

Leia o relato de Samir Azzimani:

 

GGN: Como você enxerga esse momento atual da França?

Samir: A última manifestação foi muito, muito boa, eu estive lá, foi tão humano, foi um manifesto pacífico, sem agressões, todo mundo estava lá só para dizer que nós não aceitamos isso. Nós estamos em uma nação livre, você sabe, nós não fazemos apologia a nada perto de violência. Eu sou marroquino, mas sou francês também, e mesmo para marroquinos que vivem na França, temos que respeitar as tradições. Eu não posso vir aqui e forçar meu próprio ponto de vista, a minha religião, o meu pensamento. Em alguns países, nós não temos liberdade…

 

GGN: Como vê o terrorismo, como marroquino e islâmico?

Samir: Você sabe, é como um costume, como uma fantasia. Por exemplo, quando você vai a uma festa, onde você está vestido de policial, e você quer matar todo mundo, para você, pode até estar certo de que é policial, porque está vestido como um, mas de fato, você não é. Então, para mim [os radicais] são terroristas. Não são muçulmanos, não são islâmicos.

 

GGN: Uma pequena parcela…

Samir: Não, é um grupo grande, você deve imaginar. Para mim, eles não respeitam o islamismo, eles não respeitam nenhuma religião. Eles só respeitam a si próprios, os terroristas.

Sobre a revista, se você tem orgulho de alguma coisa, só tenha de si mesmo, não se preocupe com o que querem interferir em você. A mim, eles [jornalistas do The Charlie Hebdo] não fazem mal. É a cultura, essa é a cultura francesa. Você pode imaginar se europeus quisessem forçar árabes, muçulmanos, a comer carne de porco? Você consegue imaginar dessa forma? Se assim for, não existe caminho. É a liberdade de expressão francesa.

 

GGN: Havia um número considerável de muçulmanos na última manifestação?

Samir: Sim, nós éramos muitos. E até mesmo em Marrocos, houve um manifesto em Casablanca [cidade marroquina], que reuniu muitas pessoas em solidariedade aos franceses vítimas do atentado.

 

Capa da edição desta quarta-feira

GGN: Como você enxerga a publicação da imagem de Maomé, causando reações negativas por desrespeitar a religião?

Samir: Eles riem de todas as religiões, eles riem de todos os políticos. Este é um jornal especial por ser muito crítico, mas quem sou eu para julgar qualquer um? Julgar não traz nenhum bem. E para nós, islâmicos, não podemos julgar ninguém, seus lugares ou deuses, isso é tudo o que eu sei. E as religiões erram, na minha opinião. Eu não preciso mostrar para outras pessoas que sou muçulmano ou que quero ser respeitado, temido ou alvo de orgulho.

Nesses países [islâmicos], eles podem definir o que quiserem. Lá é permitido atacá-los [aqueles que desrespeitam a religião]. Nós temos que usar a permissão, não temos que matar, e se alguma coisa não nos agrada, temos que recorrer a um advogado, ficar de frente a um juiz e lá obter a permissão ou proibição legal. É claro, temos que ter consciência quando se agride alguém, temos que respeitar as pessoas, ter respeito com as religiões. Mas se não, o que eu posso fazer? Essa é uma outra cultura, são duas culturas diferentes. Na França, ensinam você, você e você a ser livre, a ter liberdade. Afinal, eles querem a liberdade, depois que muitas pessoas foram mortas no passado.

 

GGN: Mas existe alguma pressão para acabar com a religião? Uma pressão europeia, e na França, para findar o islamismo?

Samir: Na França, a maioria de nós apenas ri do desagradável, do que é contra um costume. Falou sobre Maomé ou alguma coisa? Eu não ligo, sabe. Se você não liga para este jornal, só não o ataque. Por que ferrar com coisas assim? Existem tantas coisas mais importantes, como mais pessoas para se alimentarem, terem saúde, crianças para ter uma educação, por que destroem um jornal? Eles [terroristas] têm que perceber que se quiserem, podem criticar, brigarão com o jornal diante de uma autoridade.

 

GGN: A França sente medo de uma próxima reação terrorista ou acha que isso terminou com a repercussão sobre o ataque ocorrido?

Samir: Eu acho que em todo o mundo ninguém está protegido de ataques terroristas. Mas nós provamos para o mundo, no último domingo, que na França muçulmanos, como judeus, como cristãos, como todas as religiões, nós estamos juntos, contra a estupidez, contra o terror, e não temos medo dele. Eu senti isso no manifesto, foi realmente maravilhoso. Todos estavam na rua. Imagine mais de 2 milhões de pessoas em Paris, toda a população, eu não consigo expressar a você como foi aquela atmosfera.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

59 Comentários

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  1. Falou e disse, Samir!

    “Eu não preciso mostrar para outras pessoas que sou muçulmano ou que quero ser respeitado, temido ou alvo de orgulho.”

    É isso aí. Como bem decifrou o Zizek, “o problema com os fundamentalistas não é que os consideramos inferiores a nós, mas, na verdade, que eles próprios se consideram secretamente inferiores”.

    Somente com mais muçulmanos do calibre de um Samir Azzimani, que não se importa com dogmas religiosos e aceita, por exemplos, caricaturas do Maomé, é que conseguiremos vencer o terror.

  2. Com tantos juízes muçulmanos

    Com tantos juízes muçulmanos na França, tantos deputados muçulmanos na Assemblée Nationale, tantos grandes empresários muçulmanos na MEDEF, tantos banqueiros muçulmanos, tantos proprietários da mídia francesa muçulmanos, realmente, os mais de seis milhões estão bem representados nas instituições da “république une et indivisible”.

    Puxa! Legal que o GGN tenha conseguido entrevistar UM muçulmano entre os mais de 6.000.000 que existem na França, de modo a termos uma opinião representativa, não é?

    O “con” do Olivier Cyran, que não é muçulmano, é que devia botar a sua viola no saco:

    ‘Dans votre texte du Monde, vous invoquez la salutaire remise en cause des « si grands pouvoirs des principaux clergés », mais sans préciser en quoi l’islam – qui n’a pas de clergé, mais on ne peut pas tout savoir, hein – exerce en France un « si grand pouvoir ». Hors de la version hardcore qu’en donnent quelques furieux, la religion musulmane ne me paraît pas revêtir chez nous des formes extraordinairement intrusives ou belliqueuses. Sur le plan politique, son influence est nulle : six millions de musulmans dans le pays, zéro représentant à l’Assemblée nationale. Pour un parlementaire, il est plus prudent de plaider la cause des avocats d’affaires et de voter des lois d’invisibilité pour les femmes voilées que de s’inquiéter de l’explosion des violences islamophobes. Pas un seul musulman non plus chez les propriétaires de médias, les directeurs d’information, les poids lourds du patronat, les grands banquiers, les gros éditeurs, les chefferies syndicales. Dans les partis politiques, de gauche comme de droite, seuls les musulmans qui savent réciter par cœur les œuvres complètes de Caroline Fourest ont une petite chance d’accéder à un strapontin.’

    http://www.article11.info/?Charlie-Hebdo-pas-raciste-Si-vous

    [E, diga-se de passagem os “quelques furieux” que voltam da Síria para cometer atentados só têm poder, porque o governo da “république une et indivisible” financia e arma os grupos terroristas, na Síria, como antes, na Líbia, contra os governos laicos, para derrubá-los.] 

    Mas, viva a liberdade de excreção!

    1. Sem radicalismo

      Morales, você esta certo em parte. Eh dificil para imigrantes de segunda e agora terceira geração se fazer representar em todas as frentes. Eh assim na França, é assim no Brasil, em praticamente todo lugar, onde ha imigração carente. Também acho que ha um fracasso social nessa questão, mas ha muitas discussões sobre isso, hoje, na França. Pelo menos tenho acompanhado isso nas escolas. 

      Agora, eu que trabalho com muitos franceses muçulmanos sei que a entrevista acima é bem reprsentativa dessa ala moderada. Que nasceu e cresceu aqui e sabe da importância do estado laico para os franceses.Quando Samir fala na carne de porco, precisam lembrar que os muçulmanos enviam seus filhos à escola publica, onde eles almoçam todos os dias. Pois bem, a França é um grande consumidor de carne de porco, o que tenho observado, ao acompanhar toda semana o menu de algumas escolas parisienses ? Praticamente não servem mais derivativos de porco na escola da republica francesa. Eh claro que é apenas uma questão menor, mas ha essa consciência de que se servirem porco muitas crianças não poderão comer, de que hoje os muçulmanos são uma parecela consideravel da população francesa. Pouco a pouco tenho visto ações em empresas pro minoriais, pois essa minoria esta cada vez mais presente em todos os setores.

      So lembrando que Rachida Dati foi ministra da Justiça, Rama Yade também foi secretaria de Estado. Houve e ha outros ministros de origem magrebina, a maior população de imigrantes na França, e em todos os partidos tem cada vez mais participação dessa população que cresce. Os problemas de inserção social existem, mas vejo cada vez mais africanos e magrebinos ocupando espaços e a religião muçulmano é respeitada pelos franceses, ao contrario do que tenho lido em comentarios aqui. O que discordam foi a volta de certo endurecimento religioso nos ultimos 15 anos, principalmente com relação ao comportamento feminino. Hoje as meninas usam véus, o que suas avos ja não usavam mais.    

  3. Chavões, lugares comuns, falta de inteligência

    Sinceramente, ouvir um muçulmano francês com esta falta de cultura, de visão, com esta mediocridade absoluta para quê ? Só por dizer que é um francês muçulmano ?  Lamentável.  Quer dizer que os europeus não vão forçar os muçulmanos a comer carne de porco ?  Então tá, que notícia formidável.  É, realmente a Europa já viveu a violência no passado, agora ela a EXPORTA para o mundo muçulmano, não é mesmo ?  Líbia, Iraque, Síria, Afeganistão, etc, etc, etc.  É muito fácil falar, dar entrevistas, morando na França.  Se ele morasse em Trípoli com certeza pensaria um pouco diferente sobre a ´liberdade francesa´, quando as bombas caíram e arrasaram um país organizado, transformando-o num infeno.

  4. A maior parte dos muçulmanos

    A maior parte dos muçulmanos pensa exatamente como o Samir. As pessoas se esquecem ou não percebem, antes de ser muçulmanos eles são franceses. Cidadãos franceses. A maior parte quer levar a vida com tranquilidade e dignidade e não ficar planejando ataque terroristas e suicidas contra cristãos, judeus ou cartunistas.

    O barulho do “JesuisCharlie” (prós e contras)  foi mais no exterior do que na França e aconteceu por absoluta ignorância do cotidiano e dos modos politicos franceses.

  5. Liberdade de expressão é um diireito inalienável

    O número de pessoas que usam sua fé ou sua crença em uma doutrina religiosa para o bem é infinitamente maior do que as pessoas que usam isso para o mal, conheço muita gente que saiu do mundo do crime graças a religião, um deles, que hoje é meu amigo, tentou me acertar com uma garrafa na época em que vivia na marginalidade, graças a verdadeiros religiosos, saiu do mundo do crime e hoje é um profissional bem sucedido (segundo ele paga 800 reais de dízimo). Eu sou ateu e debato religião com ele tranquilamente, sem medo de levar garrafada e conversando com ele (e outros evangélicos e católicos praticantes)) percebi a diferença entre um religioso real e um manipulador oportunista, como esses que vemos na mídia e na política, discordamos quando o assunto é deus, crença e modo de vida, mas sempre concordamos quando o assunto são oportunistas da fé, o verdadeiro religioso sabe diferenciar um bandido disfarçado de religioso de um religioso de verdade. Mas infelizmente, muitos acabam caindo nas garras dos criminosos e aprendem, ao invés dos verdadeiros ensinamentos, a odiar e perseguir os que não pensam como eles.

    O direito a liberdade de expressão é irrefutável, o jornal está exercendo seu direito e como vimos na matéria, garanto que a maioria dos muçulmanos jamais pegariam em armas para resolver um problema ou se vingar de quem criticou sua religião, no máximo uma ação judicial e criticas ao jornal. Ninguém deve temer se expressar porque um grupo ou um governo decidiu, se ninguém tivesse se rebelado contra a Inquisição, ainda veríamos psicopatas disfarçados de católicos estuprando e torturando mulheres nuas e muitos covardes aplaudiriam, como acontecia na era das trevas do mundo ocidental. Os cristãos queimaram Galileu, que disse a verdade e provou, se ele e muitos outros tivessem se calado, porque a Igreja obrigou, sabe-se lá como estaríamos hoje.

  6. Nota 10 o jornalismo

    Nota 10 o jornalismo investigativo do GGN! Olha que, assim, tem vaga no Profissão Repórter!

    Francia

    Cinco mujeres relatan la islamofobia cotidiana

    Carine Fouteau

    Martes 12 de febrero de 2013

    Una sanguinolenta cabeza de cerdo en un carrito, excrementos a la puerta de una mezquita, una mujer tapada agredida a bastonazos: no pasa una semana sin que alguna institución representante del Islam o personas de confesión musulmana sean objeto de agresiones. Estos actos, perseguibles ante los tribunales, son cuantificados por el Colectivo contra la islamofobia (CCIF). Creado en 2003, reúne denuncias en paralelo a la recogida oficial de datos que realiza la Comisión nacional consultiva de derechos humanos (CNCDH).

    Ocurren en todo el territorio, tanto en el campo como en las ciudades. El número de agresiones, en constante alza, unas 300 en 2012, supera desde hace dos años al de actos anti-magrebíes catalogados por el Ministerio del Interior.

    Aunque estas actuaciones contra el Islam y sus fieles se reflejan en las llamadas webs “comunitarias”, están ausentes en las redes mediáticas. Tienen lugar con una cierta invisibilidad, cuando no con una indiferencia total. Para comprender lo que significa ser víctima de la islamofobia, Mediapart se ha dirigido a musulmanes y a personas consideradas, con razón o sin ella, como tales. Más que los ataques frontales, hemos querido conocer las formas, insidiosas e impalpables, que toma en lo cotidiano el rechazo a esta religión, y más en concreto a su visibilidad. Pues lo que suele suscitar la inventiva es la presencia de signos religiosos, como el velo.

    Sin pretender ninguna representatividad, hemos buscado testimonios de hombres y de mujeres, de todas las edades y distintos niveles socio-profesionales. Las mujeres, más que los hombres, han aceptado tomar la palabra. No es una casualidad, ya que ellas representan la gran mayoría de personas señaladas: el 85% de los casos contabilizados, y más en particular, el 94% de las agresiones, según el informe anual del CCIF.

    La encuesta TeO del Ined y del Insee, realizada a unos 22.000 individuos, señala que las discriminaciones relacionadas con el origen predominan sobre las que tienen una base religiosa. Pero la encuesta muestra también que las mujeres se ven afectadas con más frecuencia que los hombres por las desigualdades basadas en una pertenencia religiosa, real o supuesta. Les hemos dedicado por tanto esta encuesta.

    Ismahane vive en Chatou, en las Yvelines, y Djamila en Nanterre, en Hauts-de-Seine. Ambas llevan hijab, un velo que cubre los cabellos y deja a la vista el rostro. Con frecuencia son atacadas por su forma de vestir. Rebecca, de origen tunecino, vive en Île-de-France y trabaja en París. No es musulmana, lo que no le impide ser reprendida por su supuesta pertenencia religiosa. Fatima es practicante, no lleva velo. Se siente agredida cotidianamente por el deletéreo clima mediático-político con respecto al Islam. Por último Samira, vive en la capital y se define atea. Vive como un acoso el hecho de tener que dar a conocer su identidad y ya no soporta las continuas amalgamas entre árabe, magrebí, inmigrante y musulmán.

    Estas mujeres, de nacionalidad francesa, mantienen vínculos más o menos relajados con los países de origen de sus padres. Todas ellas, a su manera, están marcadas por lo que perciben como una hostilidad en su contra, desde prejuicios aparentemente anodinos hasta discriminaciones lesivas.

    “En las calles, el velo cristaliza el odio”

    Es un lugar de paso obligado, y sin embargo un sitio de violencias repetidas. La calle, un espacio para todos, se convierte para algunas mujeres en un terreno inhóspito. Las miradas se vuelven hacia los velos. Y quienes los llevan ven retahilas de ojos que se fijan en ellas. Miradas reprobadoras, sistemáticamente. A veces insultos. De vez en cuando, golpes.

    Ismahane se instaló en Chatou, en el suburbio oeste, en 2001. “ Cuando llegué a esta ciudad, era la única mujer con velo, tal vez la primera. La gente del barrio me miraba como una curiosidad”. Después empezaron a conocerla, “ ahora va mejor, han llegado otras, con lo que se ha democratizado el velo y me siento menos sola. Los comerciantes se han acostumbrado y me saludan ”.

    Pero en otros sitios, la cosa continúa. En el metro, en el tren, nos describe miradas “de cólera, de desprecio, inquisidoras”, que se multiplican tras la emisión de un programa de televisión metiéndose con el Islam. “El velo cristaliza el odio”, constata. “Para ellos, soy una alienada que no lo sabe”. Es paradójico, “ la gente se focaliza en el velo, y no ven más que eso, pero yo no quiero que sea un estandarte, me gustaría que fuera invisible”. Los más virulentos son los hombres, destaca, “yo les sostengo la mirada, sonrío y les digo buenos días, eso les crispa”.

    Militante, feminista, coautora del libro Hablan las chicas tapadas, editada por La Fabrique en 2008, no es del tipo de personas que se dejan avasallar. Pero observa con amargura las repercusiones en su vida diaria de leyes como las de 2004, prohibiendo el velo en la escuela, y 2011, sobre el niqab en los espacios públicos.

    Nacida en Tarascon, en Bouches-du-Rhône, Ismahane tiene la energía de su abuela y la seguridad de sus padres. Recuerda una infancia “ feliz y protegida”, una educación “abierta hacia los demás” y vacaciones “en autocaravana”. Su padre era albañil, su madre se ocupaba de personas mayores. El había viajado desde Argelia ya adulto, ella había llegado de pequeña a Francia. “ Nos educaron, a mis hermanas, a mis hermanos y a mí, para no exacerbar en nosotros el sentimiento de ser discriminados. No querían que viviéramos como víctimas ”, recuerda.

    Pero llegaron las advertencias, sin embargo, “por parte de las mujeres”. “ Mi abuela era un personaje en Tarascon. Había sido resistente en Argelia, era feminista, divorciada, solía llevar varios pañuelos superpuestos. Me dijo: ‘Ten cuidado, hija mía, en este país no nos quieren’. Quería decir que no les gusta nuestro velo, nuestra visibilidad ”. Su madre, que había regresado de forma tardía a la religión, tuvo un “conflicto” cuando Ismahane le anunció que iba a llevar velo. “ Su frase favorita era: ¿Qué vas a hacer con el título de bachiller si llevas un pañuelo sobre la cabeza?”. No era ningún rechazo al Islam, sino una incomprensión, o más bien una aprensión ante la decisión de su hija y las consecuencias tendría para su vida.

    “Mi hijo es un auténtico niño francés, pero cuando se pone un qamis todo el mundo le mira de arriba abajo”

    Cuidadora infantil, con tres niños a su cargo, Djamila vive en Nanterre en un edificio nuevo, con vistas a La Défense, al pie del RER A [suburbano]. Ya en la cincuentena, hace diecisiete años decidió llevar el velo, “tras una evolución espiritual”. También conoce las miradas desagradables. Una anécdota, entre otras muchas: “Era un día de mercadillo, yo estaba haciendo mis pequeñas compras y de pronto un hombre me suelta: ‘vaya con esa mujer, debe tener calor con ese velo’. Y añadió: ‘Vuélvete allí de donde vengas’ Yo respondí que era francesa, pero mi marido me dijo: déjalo, porque si no se volvería contra nosotros y la gente diría que los musulmanes somos agresivos ”. Otra vez iba conduciendo. Un automovilista le gritó: “Ah, ¿sabes conducir? ¿Dónde has sacado el carnet, en tu país?”

    La cuestión de la visibilidad está también en el centro de su experiencia. “ No se puede considerar que mi marido sea un musulmán. Pero para la gente se convierte en musulmán cuando pasea conmigo, a causa de mi velo. Con mi hijo, es parecido. Es un auténtico niño francés. Pelo castaño claro con ojos azules. Visto desde fuera, no se puede decir que sea musulmán. Pero en cuanto se pone un qamis o una djellaba en el centro comercial, ya todo el mundo le mira de arriba abajo.”

    “Cuando digo que mi madre es una “verdadera francesa”, la gente suelta un “¡Ah!” de alivio”

    Samira no lleva ningún signo de pertenencia religiosa. Y con razón: es atea. Pero su “punto de enganche”, como ella misma lo llama, es su apellido, que le ocasiona continuas e insistentes preguntas. “ Basta con que extienda mi tarjeta sanitaria en la farmacia para que me pregunten: ‘¿De dónde viene ese nombre, cual es su origen?’ Es molesto. Por lo general, respondo que es un nombre árabe o incluso que soy de origen magrebí. Para ganar tiempo, se me ocurre ir directamente al centro del asunto y digo que soy de Argelia, o argelina, aunque sea francesa ”.

    Su madre, nacida en la Ardèche, no tiene origen extranjero, mientras que su padre es un ex-nativo [procedente de las colonias], convertido en argelino después de haber sido francés musulmán. Samira nació antes de la independencia en 1962.

    “Yo he nacido en Francia, de padres franceses”, resume. A veces se siente obligada a dar a conocer la identidad de sus padres, “ y cuando digo que mi madre es una ‘verdadera francesa’, la gente suelta un ‘¡ah!’ de alivio”. Entonces llega la última pregunta: “ No en la farmacia, sino en conversaciones corrientes con conocidos, me suelen preguntar si hago el ramadán y si como carne de cerdo. No me preguntan en cambio si rezo la oración ”.

    “ Hacer estas preguntas no es en sí islamofobia, pero son tan frencuentes que lo vivo como si me empujaran a posicionarme, para saber de qué lado estoy. ¿Estoy del lado francés o del otro? En el fondo, me siento en la frontera. Para los franceses, haga lo que haga, sigo siendo extranjera, y para los otros pasa algo parecido, porque tampoco soy como ellos. No consigo acostumbrarme, lo vivo como una fluctuación de identidades. Lo que yo soy no se encuentra en el imaginario de la gente ”, se queja esta profesora de historia, que admite prefrir la compañía de “extranjeros [metecos] como yo, antillanos y expatriados”.

    “Como no bebo, deducen que soy musulmana”

    Rebecca, unos veinte años, es de origen tunecino. Tampoco es musulmana, pero se exaspera con algunos “pequeños comentarios”. “ Ojo, no es islamofobia, no se niegan derechos, no hay que confundir. Son prejuicios, es desagradable, pero eso no tiene nada que ver con que te golpeen por llevar un velo ”. A diferencia de Samira, no es su nombre lo que suscita curiosidad: “ Cuando salgo, como no bebo alcohol, algunas personas se dicen: ‘¡ah!, lo que yo pensaba, es musulmana”.

    Recuerda otra situación que la incomodó: “ En una ocasión iba por la calle, llovía y me cubrí la cabeza con un pañuelo. Un hombre me paró y me leyó la cartilla, me preguntó por qué me cubría así, de dónde venía. Yo no quería responderle, pero insistió ”. “Esta infantilización de las mujeres tapadas es insoportable”, insiste. “Todo el mundo se siente autorizado para decirles lo que piensan de ellas, que si están sometidas a su marido, que si su práctica es retrógrada”.

    Tener que justificarse por su propia emancipación, Djamila e Ismahane lo sienten como una intrusión en su vida íntima, tanto más intolerable porque su decisión de llevar velo es el resultado de un recorrido personal de lectura y de reflexión. Sin embargo, tienen que asumir esta decisión en cada momento, hasta en su vida profesional.

    “Con mi velo, podía ser cuidadora de niños o nada”

    Cuando su último hijo se hizo “grande”, Djamila quiso trabajar. No tiene muchos estudios, “ eso no era para mí, llegué hasta segundo año de CAP [Certificado de Aptitud Profesional] en costura, nada más”, pero ella sospechaba que el problema vendría de otra parte.

    “ Yo sabía que con mi velo podría ser cuidadora de niños o nada. O tal vez limpiadora. Para nosotras, no hay más que eso. Pero estaba contenta, porque la idea de cuidar niños me gustaba. Tenía amigas que habían conseguido la autorización sin problemas ”, nos cuenta.

    El primer contratiempo vino con la puericultora que debía defenderla para obtener la autorización ante los servicios de Protección Maternal e Infantil (PMI). Djamila le reprocha haber utilizado un subterfugio para identificar su religión.

    “ Antes, las puericultores venían a casa. Cuando recibo mujeres en mi casa, no llevo velo. Ahora, ellas nos convocan. Al tener que salir, y por tanto ponerse el velo, ellas mismas comprueban si somos musulmanas. Después, me hizo preguntas que nada tienen que ver cuidar niños. Me preguntó qué iba a hacer en las horas de oración, como si fuera a dejar al bebé en medio de un cuidado. Tuve que responderle que no, yo no rezaba la oración durante el trabajo. Me preguntó si daría para comer carne de cerdo, y tuve que responderle que no la compraría, pero que si los padres la traían yo la serviría. Quiso saber si aceptaría hablar con los padres [ hombres] y le respondí que por supuesto, etc. ¿Acaso se hacen este tipo de preguntas a los demás, a los ateos, a los católicos, a los budistas?”

    Como la relación de poder le era desfavorable, Djamila se contentó con responder a las preguntas sin recordar que es derecho está de su parte, porque el contrato que la vincula con los padres empleadores es de derecho privado.

    En su apartamento, que nos hace visitar, enseña la puerta tras la que ha “escondido” sus libros y cuadros sobre el Islam. “ Por si hay una inspección sorpresa, no quiero que me traiga problemas”, dice. Con los padres, nunca ha tenido dificultades especiales. Aunque ella ha cambiado sin embargo su estrategia de aproximación:

    “ Al principio, en el primer contacto telefónico, les decía: ‘¿Soy practicante, tapada normal?’, precisaba que no era un velo integral. Pero notaba que muchos ya no venían por eso. Ahora ya no digo nada por teléfono, lo hablamos durante la entrevista, es más fácil discutir cara a cara, los padres pueden ver que no hablan con monstruos”.

    “La gente te discrimina con la mejor conciencia”

    Catedrática, doctora en varias disciplinas, habilitada para dirigir investigaciones, sólo tardíamente ha admitido Samira que su trayectoria profesional ha estado jalonada de discriminaciones ligadas a su origen y a su supuesta religión, al encontrarse uno y otra muy imbricados en la mentalidad de sus interlocutores.

    “ Durante mucho tiempo me dije que mi carrera avanzaba lentamente porque era demasiado clásica, porque no publicaba demasiado, por esto o por lo otro. A los 40 años, cuando ya había intentado todo, comprendí que mi evolución en el medio universitario nunca dependería de mis competencias. Recuerdo en particular una inspección. Estaba haciendo un curso sobre la Revolución. Durante la entrevista, que tuvo lugar sin testigos, el inspector me reprochó primero faltas en francés. Después me preguntó sin transición cuál era mi posición sobre el ‘ pañuelo islámico’. Evidentemente no entendía qué relación tenía eso con mi curso. No tenía ninguna.”

    Becas de investigación, puestos, publicaciones: enumera una serie de puertas que se cierran unas tras otras. “ Vivimos en una falaz mitología de la República. Lo peor es que la gente te discrimina con la mejor conciencia. Algunos comportamientos son racistas, xenófobos o islamófobos, pero nunca son reconocidos, tan arraigados están los prejuicios. Aunque muchas veces me han dicho que exagero, yo no lo creo. Nunca he llegado a acostumbrarme a ser siempre señalada ”.

    “Se nos hace pasar por incultas sumisas”

    Muy diplomada también, a Isamahane no le gusta hablar de su situación personal. Presidenta del Colectivo de feministas para la igualdad y cofundadora de la asociación Mamans toutes égales [Todas las madres iguales], está más acostumbrada a ser portavoz de las mujeres que representa. Sin embargo, durante la entrevista, cuenta cómo su vida profesional también está sembrada de “acusaciones virulentas”. Estas han ocurrido en sus intervenciones públicas.

    Recuerda el caso de una responsable del Planning familiar que, durante un coloquio organizado por su colectivo, le reprochó con severidad no haber anunciado que el acontecimiento estaba “organizado por mujeres tapadas”. Una situación similar se produjo durante una sesión de formación en la sección Roubaix-Tourcoing de la Liga de derechos humanos.

    Se acuerda también de un anfiteatro en Reims, donde se sintió como “ante un pelotón de ejecución”: “ Una persona me había preguntado por qué llevaba el velo. Esta cuestión es íntima, indecible. Aquel día, yo no tenía ganas de responder. La persona insistió, insistió. Yo estaba en la tribuna, toda la sala me observaba. Lo viví como una violencia, una violación. No comprendía por qué tenía que justificarme una vez más por ser lo que soy. Pero sabía que no me libraría de ello y que además tenía interés en responder ‘ bien’, porque si no mis palabras se volverían contra mí, y contra nosotras en general, contra las mujeres con velo”.

    “Todas las maestras tienen el detalle de los pastelitos”

    También en la escuela saltan las preguntas de los padres de alumnos. No malvadas, pero sí agotadoras. Las maestras tienen sus prejuicios y tampoco escapan a ellos los compañeros de clase, añade Ismahane, que reconoce haberse mudado a Chatou, un “barrio acomodado”, para acceder a establecimientos escolares “correctos”. “ Me adelanté al riesgo de que mis hijos fueran víctimas de discriminación en su vida profesional, quise compensar así este posible inconveniente”.

    No puede olvidarse del primer inicio de curso de su hijo: “ Era en 2001, acabábamos de llegar a Chatou y mi hijo entraba en primer año de maternal. Había nacido en 1997. Le habíamos llamado Oussama. No te oculto que eso comenzó mal. Tuvimos que hablar mucho unos con otros para desactivarlo ”.

    “En maternal, una enseñante me pidió que preparase una comida en casa. Hice un plato de ratatouille, pero ella me dijo que se esperaba un cus-cus”. Un poco enfadada, este tema crispa a Djamila. “ Todas las maestras tienen el detalle de los pastelitos. Para el Aid [fiesta árabe] les hace falta su plato. Los pastelitos, el té, la danza del vientre, ¡eso es lo que les gusta! Pero las salidas escolares, ah, eso ya es otra cosa ”. Cuenta cómo, un año, sus propuestas para acompañar al exterior a los niños de la clase de su hijo quedaron sistemáticamente sin respuesta.

    “Sarkozy ha sido cinco años de sufrimiento”

    Multiplica las anécdotas, con la policía, en el hospital, en la piscina, y cuando mira atrás observa que hace todavía algunos años los comentarios se referían más a su país de origen que a su religión. “ Todo cambió con Sarkozy. Han sido cinco años de sufrimiento. Los musulmanes hemos sido denigrados, señalados con el dedo, menospreciados. Éramos la causa de todos los problemas ”. “ En ese momento me di cuenta de que nunca sería francesa, que siempre seríamos magrebíes, musulmanes, incluso mis hijos. Sarkozy reavivó el odio. Después de la elección de Hollande me siento más tranquila, tengo menos rabia, me he normalizado, aunque no apruebo su política ”.

    Fatima, 40 años, ha estudiado derecho en Aix-en-Provence. Trabaja como jurista en el CCIF y se dice preocupada por el gran aumento de actos islamófobos, sobre todo durante el quinquenio de Nicolas Sarkozy. Da algunos ejemplos: gestos de degüello dirigidos a mujeres tapadas, médicos que se niegan a atenderlas, policías que no recogen las denuncias, monitores de autoescuela que se oponen a su inscripción, agentes bancarios que exigen que se quiten el velo, etc. Dice no sentirse afectada ella misma por el rechazo y las discriminaciones, pero se acuerda de una compañera de clase de confesión musulmana a la que un profesor de derecho constitucional obligó a cantar La Marsellesa cuando comenzó a llevar el velo.

    Nacida en Argelia, Fatima llegó a Francia en preparatoria y sólo conserva buenos recuerdos de su infancia en un pequeño municipio del Var. Ha vivido las agresiones a través de la pantalla. Para ella, todo comenzó con el 11 de setiembre. “ Ese momento fue el desencadenante. En la tele, nosotros los musulmanes aparecimos como terroristas. Después, fuimos acusados como si tuviéramos que dar cuentas sobre lo que pasa en Afganistán, en Irak o en Egipto. Se ha vehiculizado una visión del Islam que es la de la mujer retrógrada y sumisa. Bajo Sarkozy, se ha llegado a la cúspide. Todos los días teníamos que justificar nuestra compatibilidad con la República ”.

    Para todas ellas, este período supone un traumatismo. El hijo de Djamila tuvo tanto miedo durante la campaña presidencial en 2012 que preguntó a su madre si se verían obligados a volver “al país” en caso de reelección. Samira, por su parte, se había jurado abandonar Francia. En todo lo demás, el cambio de mayoría las deja escépticas.

    La islamofobia, insiste Fatima, no es ni de derecha ni de izquierda: “En la izquierda toma otras formas. Si os piden que os quitéis el pañuelo, es por vuestro bien, para emanciparos. Esta posición paternalista es igual de deplorable ”. Y los medios de comunicación les inspiran siempre el mismo recelo, cuando no una total desconfianza.

    24/01/2013

    Traducción: VIENTO SUR

     

    http://www.vientosur.info/spip.php?article7678

        1. Aquela vespa do Alex já postou isso umas 10 vezes

          É uma opiniao. Nao é a minha. Acho o cúmulo esquerdistas quererem fazer voltar o crime de blasfêmia. E nao vejo racismo nas charges criticadas, apenas pensamento iconoclasta, com o que concordo pleanamente.

          Tb é mentira que ele só se volte contra o Islã. A charge mais corrosiva entre as que vi foi a da “suruba’ entre os membros da dita Santíssima Trindade. A que mostra Moisés como pederasta me parece no mesmo nível, até mais forte, que a de Maomé com estrela no c*. Sem falar na igualdade manifesta da charge com os 3 rolos de papel higiênico intitulados Bíblia, Corao e Torá. Acho ótima a charge que mostra Maomé deprimido com ser amado por b*b*c*s (após um atentado terrorista).

          Se eu fosse criticar as charges, seria por coisas completamente diferentes (que obsessão com c* eles têm; acho isso manifestaçao de machismo e de homofobia, embora de forma bem indireta…). Mas francamente nao acho que é o momento para isso, nao pelo fato deles estarem mortos, mas porque as críticas às charges estao sendo feitas para responsabilizar as vítimas pelo atentado. Todos negam isso, claro, começam por afirmar o repúdio ao ataque, MAS… O célebre mas que destrói o dito antes. 

          Você leu o texto do Zyzek (https://jornalggn.com.br/noticia/quem-nao-quiser-criticar-a-democracia-liberal-deve-se-calar-sobre-fundamentalismo) posto hoje aqui no Blog? Concordo bastante com o dito ali. 

  7. Pra esse tipo de reportagem,

    Pra esse tipo de reportagem, precisa mandar alguém à França?

    Eu descubro o oposto só pesquisando na rede. E com muito mais riqueza de detalhes!!!!

    ‘“En los suburbios musulmanes de Francia existe un sentimiento de rechazo al país y al Gobierno. Socialmente, cuando alguien dice ‘soy de la periferia’, donde vivimos la mayoría de musulmanes, no es tomado en cuenta. ¿La prueba? Cuando los jóvenes enviamos nuestros currículums para pedir trabajo, si estos llevan una dirección que no está en el centro significa problemas. Algunas empresas favorecen a la gente del centro de París”, le dijo Hanane Guedjal, hija de inmigrantes, al portal RT. ‘

    http://www.elpais.com.co/elpais/internacional/noticias/exclusion-musulmanes-francia-pasto-abonado-para-terrorismo

     

  8. A próxima reportagem

    A próxima reportagem “investigativa” do portal vai ser onde? Em Ferguson, nos EUA, entrevistando um negro feliz com o trabalho da polícia?

  9. Bravo!

    Maravilhoso!

    “(…) juntos contra a estupidez.”

    Imagino a frustração e a raiva de quem vê sua teoria ruir diante de fatos.

    Compreendo…

    E me divirto pra caramba!

     

     

  10. Cá prá nós, este Samir parece

    Cá prá nós, este Samir parece ser gente boa demais, mas é do tipo “deixa a vida me levar” que tá bom demais. Não é assim que funciona quando milhares de imigrantes são tratados como cidadãos de segunda categoria, e quando a França se alia ao império norte-americano para dividir o mundo entre meia dúzia de grupos de fanáticos que dominam a geopolítica mundial.

  11. parabéns GGN, show, nota DEZ………….DEZ, nota DEZ

    que bom ver esta coisa toda por outro prisma…………………………………

    é por existirem Samires que a estupidez, como ele chamou, não criará raízes nunca

  12. Balde de água fria.

    Muita gente não gostou de ler essa entrevista reveladora. Bem, de pelos menos um dos lados, que deve ser amplamente hegemônico.

     

     

     

  13. Delfim Neto?

    “Os fatos dão razão à História: quem a ignora –que é o caso das nossas “direita” boçalizada e “esquerda” imbecilizada– está mesmo destinado a repeti-la.”

  14. A questao funto é mais

    A questao é mais complexa

    Nem todo mulçumano é terrorista ou fanatico, porem ´e zeloso de sua fé e tem compromisso com ela.

    E ela diz que o dever de um mulçumano é nao apostatar sua fé, logo todos os mulçumanos se tornam ( com rarissimas exceções) conivente com o totalitarismo islamico e junto à isso da seu apoio via passividade.

    Esses mulçumanos que convivem com a cultura ocidental o fazem pois são livres para tal, em uma naçao islamica ou envolvidos em um contexto onde devam obediencia à uma autoridade constituida mulçumana na sua imensa maioria nao se oporiam a imposiçao da sharia como sistema legal.

    Esse é o grande problema do islã , como é uma religião totalitaria ele apoia via passividade atos bestiais como esse.

    Um mulçumano pode dizer que o terrorismo nao o representa, mas nao pode dizer que a Sharia nao o representa ou que se oporia publicamente a sua aplicaçao caso vivesse em uma naçao islamica.

    E o nivel de totalitarismo da religião islamica que acolhe os fanaticos e permitem que eles se sintam a vontade para dispor do meio , da coletividade mulçumana.

    No cristianismo se alguem matar uma pessoa dizendo com isso vingar cristo, ou se anunciar que pretende faze-lo logo sera considerado um ” endemoniado ” e nao tera apoio de especie alguma, no islã eles tem os que partilha dessa crença ou dos que os tolera pois sabem que pouco ou muito esse fanatismo é parte estrutural da fé islamica, ele fica adormecido só esperando alguem dar os comandos certos , normalmente e algum clerigo extremista… 

  15. Nada diz

    Esse camarada é um esquiador famoso, franco-marroquino. 

    Foi o único representante do Marrocos em Sochi. Muito provável que tenha uma bela grana e boas relações com a realeza marroquina.

    Está bem por cima da carne seca e não representa nem de longe o sentimento médio dos muçumanos franceses, vítimas diárias de discriminação.

    Ou não é discriminação um professora ser demitida de uma escola pública onde durante duas décadas deu aulas usando um véu, porque de um hora prá outra, o tal do Estado achou que o véu que ela usava fazia algum mal aos alunos.

     

    1. Vc deveria pesquisar mais

      Vc deveria pesquisar mais antes de falar besteira. O Samir foi a Vancouver, não Socchi e lutou muito pra conseguir

      treinar e conseguir patrocínio. Não tem conexão com a realeza e não tem dinheiro sobrando. Veio de família humilde mas como imigrantes nascidos na França, ele é Francês, embora seja de religião mulçumana. Leia o blog dele (se entender francês) q vc vai ver a história de vida e como ele

      virou esquiador. 

    2. Vc deveria pesquisar mais

      Vc deveria pesquisar mais antes de falar besteira. O Samir foi a Vancouver, não Socchi e lutou muito pra conseguir

      treinar e conseguir patrocínio. Não tem conexão com a realeza e não tem dinheiro sobrando. Veio de família humilde mas como imigrantes nascidos na França, ele é Francês, embora seja de religião mulçumana. Leia o blog dele (se entender francês) q vc vai ver a história de vida e como ele

      virou esquiador. 

  16. A palavra do editor

    “(…)

    Cómo se explica esto?

    Creo que hay dos izquierdas en Francia en este momento: una la que tiene a los musulmanes por ciudadanos responsables, capaces de tener humor. Y una que se muestra paternalista y considera a los musulmanes como víctimas o seres frágiles, que deben “preservar” a toda costa”, no estar en contra. Este es el caso, por ejemplo, de la extrema izquierda y me parece muy condescendiente de cara a la comunidad musulmana. Es evidente, para mí, que no se debería tratar a los musulmanes como a niños.”

     

    Charb, em entrevista de 2012

     

    Íntegra aqui:

    http://www.africafundacion.org/spip.php?article19270

     

    1. Valeu

      Se eu ainda tinha alguma dúvida que o cara era um total imbecil, ela já não existe mais.

      Um sujeito desses se dizer de esquerda, é até uma ofensa.

      1. Parabéns

        Parabéns pela leitura dinâmica.

        Do horário em que coloquei meu comentário e o horário que voce colocou teu comentário são exatos nove minutos

        Em nove minutos voce foi capaz de abrir o link que enviei, ler toda a entrevista, que não é curta, refletir a respeito, e postar teu veredito.

        Porque é isso que uma pessoa responsável, e sei que voce deve ser responsável, uma pessoa com honestidade intelectual, e sei que voce deve ter honestidade intelectual, faria, e voce deve ter feito.

        Afinal, decretar publicamente que uma pessoa é imbecil e que essa pessoa, que reivindicava ser de esquerda, não o é, para alguém responsável e com honestidade intelectual fazer isso, seria necessário cuidado, estudo, saber do que está falando, ponderação.

        Isto posto, parabéns dados, repudio tua opinião. Sigamos em paz.

        A não ser que voce não tenha lido a entrevista, mal tenha lido o trecho que publiquei, não tenha parado um minuto que fosse para pensar a respeito e, como já decidiu quem vai odiar, gratuitamente ou não, sem ou com base racional, postou teu comentário.

        Neste caso, retiro meus parabéns. O repúdio permanece.

         

        1. Meu querido

          Óbviamente não li a reportagem, posto que confiei na sua capacidade de extrair dela o que realmente achou importante e postá-lo aqui, desprezando o restante.

          Por isso, agradeci.

          Pela afirmação que aqui foi postada, se esse sujeito estivesse no Brasil, faria charges ofendendo, estigmatizando aos negros e diria que ele é de uma “esquerda”  que acha que os negros devem rir de piadas sobre eles. Mesmo tendo consciência que, na sociedade em que vive, o alvo da piada é uma parcela da população que já é naturalmente discrimanada. 

          Na visão dele, quando a sociedade brasileira considera imprópria uma pubicação satirizando negros, índios, gays, etc, estamos tratando todos eles como crianças que não podem  ser ofendidas. É isso ?

          1. Não.
            Aliás, a sociedade

            Não.

            Aliás, a sociedade brasileira não acha que seja impróprio fazer isso.

            Charlie Hebdo acha.

            E na sociedade brasileira não se trata de uma publicação não. Para saber se a sociedade brasileira considera impróprio fazer humor – aliás, para esse fim te peço licença e substituirei “humor” por “gracinha”; não é fazer humor, é fazer gracinha – e não usarei a palavra que voce usou,”satirizando”, trocarei por “debochando”, assista a Escolinha do Professor Raimundo, está sendo reprisada no Canal Viva, e constate como aparece a personagem do negro, a personagem do índio, a personagem do gay, exatamente os teus exemplos. Tv paga. Quer Tv aberta? Assista no SBT ao programa A Praça é Nossa.

            Voce não encontrará nada disso em Charlie Hebdo.

            Não foi meu propósito extrair da entrevista o que achei importante. Se fosse esse o propósito, teria transcrito na íntegra, pois ela é toda importante.

            Charlie Hebdo ataca as religiões, não os povos que as praticam.

            Não é condescendente com os cristãos, se o fosse, pouparia o cristianismo.

            Não é condescendente com os judeus, se o fosse, pouparia o judaísmo.

            Por que deveria ser diferente com os muçulmanos?

            Por que?

            Porque talvez eles sejam diferentes, não tenham estabilidade emocional, não tenham capacidade intelectual para entender uma piada, porque eles sejam inferiores aos cristãos e judeus, talvez? Por medo?

            Isso seria islamofobia.

             

          2. Bem

            Chegamos ao ponto.

            Quem ri do deboche do CH que estigmatiza os muçulmanos discriminados na França, é o mesmo público que ri do deboche que estigmatiza negros, índios e gays no Brasil.

            Sua idéia de separar a religião de quem a pratica, está abaixo de críticas. A consulta a uma enciclopédia ou dicionário pode ajudá-lo neste ponto.

            No mais, é óbvio que muçulmanos riem de si mesmo. Mas fazer uma charge de um negro na África, não é a mesma coisa que fazer a charge de um negro estigmatizando no Brasil. 

            São realidade diferentes, vocÊ consegue enteder isso ?

            Fazer uma charge de cristãos na França, hoje, não é a mesma coisa que fazer uma charge de  islâmicos, entende ?

            Segue a charge de hoje do jornal Al Watan, de Oman, já que sou fraquinho para desenhos.

          3. A luta continua! A luta continua!

              

            Tenho minhas dúvidas se chegamos ao ponto.

            Bem, se realmente não chegamos lá, sem problemas. A noite é uma criança, e como cantava Jair Rodrigues, eu não tô fazendo nada, você também, faz mal bater um papo assim gostoso com alguém?

            Pra começar: Êpa! Mil êpas! Não faço idéia por qual tortuoso caminho voce chegou à conclusão que o público que ri com Charlie Hebdo, ri com certos programas televisivos brasileiros, ou onde encontrou tão disparatada e estapafúrdia tese. No meu comentário é que não foi. Não sairei pelas ruas procurando provas para esta nova e inédita tua teoria. Cabe a voce apresentá-las.

            Um exemplo. A mais recente cretinice de Danilo Gentili (digo mais recente porque foi a última que tomei conhecimento, e foi aqui neste blog através de um comentário de alguém que não me lembro mais quem foi; nem sei quando esse cara cometeu isto, não o frequento, provavelmente deve ter falado mais bobagens depois desse episódio) foi dizer que uma garota escolhida pela Globo para globeleza, é parecida com a personagem de Zé Pequeno, do filme Cidade de Deus. Uma “piadinha”, segundo o padrão Gentili de humor: atacar um ser humano por não atender ao padrão Gentili de beleza. Pois bem, é inimaginável, para quem conhece o jornal, que Charlie Hebdo fizesse algo semelhante. Poderia sim fazer uma charge com essa garota para de alguma forma desnudar e atacar a Globo, mas sem se ater ao fato de ser bela, ou negra, ou mulata, ou alta, ou gorda, ou magra. Percebe a diferença?

            Deliberadamente ou não, nào importa, voce confunde criticar uma ideologia, que é isso que qualquer religião é, uma ideologia como outra qualquer, com estigmatizar seus adeptos. De novo, não cabe a mim sair procurando argumentos, textos que corroborem tuas teses, cabe a voce fazê-lo.

            De minha parte, julguei estar fazendo um trabalho até que razoável trazendo para este blog, em comentários a diversos posts, diversas e várias provas que Charlie Hebdo diz a verdade quando afirma que combate a religião muçulmana, como todas as outras, e não os povos muçulmanos. Evidentemente, eu estava enganado, meu trabalho não logrou êxito, se bem que algo me diz que voce ainda não leu a entrevista que mandei o link, ou outros textos em outros links em outros comentários em outros posts, tivesse-o feito talvez tivéssemos superado esse ponto. Talvez não.

            Para discutirmos o outro ponto de debate que voce traz, temos forçosamente que substituir “cristãos” por “cristianismo” e “islâmicos” por “religião muçulmana”, para não nos confundirmos quanto aos objetivos de Charlie Hebdo. Se isto ainda não ficou claro pra voce, paciência.

            Realmente não é a mesma coisa fazer charges sobre a religião muçulmana, a cristã e a judaica, pra ficar só nessas três, mas não pelo motivo que voce está afirmando. Começa porque na religião muçulmana a blasfêmia se caracteriza pela representação gráfica, por exemplo, de Maomé, mesmo que seja de forma respeitosa. Aliás, para a religião muçulmana, Moisés e Jesus Cristo são também profetas e desenhá-los, ou representá-los em esculturas, filmes, peças de teatro, etc…, tudo isso também é blasfêmia. 
            Para o cristianismo essa representação, desde que respeitosa, não é blasfêmia. Aí há algumas diferenças sutis de postura entre as religiões que reivindicam ser cristãs. O catolicismo estimula essas representações, vide o tanto de quadros representando Jesus que voce encontra nos lares dos católicos, ou os vitrais das igrejas, e culminando, para efeito de exemplificação, com Michelangelo pintando o teto da Capela Sistina por encomenda do Papa Júlio II, onde Michelangelo representa o próprio Deus. Para os evangélicos, a representação de Cristo, feita de forma respeitosa, tampouco é blasfêmia, embora, e aí está a diferença com o catolicismo, não seja estimulada. Voce encontrará produzida por evangélicos, por exemplo, sua versão da Bíblia em quadrinhos, onde Cristo – o que acreditam ser o Filho – é representado, mas os evangélicos não vão muito além disso. Note, mesmo assim, representam o que acreditam ser o Filho, jamais o que acreditam ser o Pai.  Para os judeus praticantes, no que tange à representação gráfica de Deus, não há discussão, é proibida, ou melhor, a tentativa de fazê-lo é proibida. Sequer seu pretenso nome, os judeus pronunciam. Quanto a Moisés – que é considerado pelos judeus o maior profeta – e os demais profetas, e também quem os judeus chamam de patriarcas, que seriam Abraão, Isaac e Jacob, o enrosco com os judeus é ainda mais complicado. A questão da representação, no judaísmo, flutua através dos tempos e foi e ainda vai, em algumas correntes religiosas extremadas, à proibição da representação, pode ser a mais respeitosa possível, de qualquer ser humano ou até mesmo de um animal, precisa ser profeta não, baseada numa interpretação, sei lá, vou usar os têrmos “rigorosa” e “radical”, do mandamento que ordena não fazer imagens de estatuária do que quer que seja para fins de adoração. Não querendo correr riscos de desagradar a Deus, e por não saber se uma pintura, por exemplo, poderia vir a servir de objeto de adoração, somou-se a pintura à estátuária, essa discussão ainda não acabou, mas só nos círculos mais extremados.  O fator complicador para Charlie Hebdo – falo assim porque é Charlie Hebdo que estamos discutindo, não é complicado só para a Charlie, claro – no caso dos judeus, é que diferentemente do cristão e do muçulmano, o têrmo judeu significa tanto o praticante da religião judaica como um membro do povo judeu, mesmo um que não professa a religião judaica. Isaac Deutscher, por exemplo, era judeu. E, também por exemplo, fez questão de, certa feita, comer um sanduíche de presunto, em um cemitério judaico, em um dia de jejum religioso. Quer dizer, desrespeitou solenemente o judaísmo, foi um gesto político.   Aliás, aproveitando o ensejo, apareceu mais de uma vez até aqui neste blog, a mentira descarada de afirmar que Charlie Hebdo poupa o judaísmo. Poupa coisa nenhuma, foram mostradas por diversos comentaristas, aqui neste blog mesmo, Charlie pegando pesado com o judaísmo. E com Israel também, não é possível que isto não tenha sido visto.  Voltando ao nosso tema, voce tem razão, há diferenças nas charges de Charlie Hebdo, mas apenas porque os assuntos e os alvos são diferentes.  As charges de Charlie Hebdo, assim como a charge que voce trouxe, são convites à reflexão, têm público alvo. Têm lado, têm uma visão política. A que voce traz é evidente qual visão de mundo defende.  As de Charlie Hebdo, infelizmente, não estão evidentes para todo mundo.                 

             

             

             

          4. Peço sinceras desculpas por

            Peço sinceras desculpas por não ter conseguido uma apresentação gráfica mais palatável para o texto.

            Embora eu tenha redigido em diversos parágrafos, o que foi publicado a partir do oitavo foi um longo e único parágrafo, tentei consertar mas não consegui.

          5. Charlie não faz humor contra religiões

            Mauro, o jornal Charlie não faz humor contra as religiões. Esse é o grande erro que tem sido propagado pela imprensa brasileira. Vi unúmeras entrevistas com os desenhistas, os mortos e os que sobreviveram. Eles fazem humor de tudo, deles mesmos, das religiões, dos políticos, de tudo. Mas adoram fazer humor sobre os radicalismos. Eles são de esquerda e fazem várias charges do presidente, algumas até muito duras. Mas tem democracia na França e isso é tolerado. Eles não fazem charges contra os muçulmanos, eles fazem charges contra os extremismos de todas as religiões. Eles fazem charges de Maomé também porque acham um absurdo a ideia de que o Maomé não possa ser representado em imagem. Então eles colocam muitas imagens de Maomé, inclusive no jornal dos sobreviventes. Maomé chorando, perdoando, e com um cartaz “Eu sou Charlie”. Eles disseram na televisão. Esse homem bom (Maomé) não pode ser confundido com o terrorismo. Ele estaria triste ao ver alguns de seus seguidores matarem pessoas que defendem ideias apenas com um lápis e um papel.   

          6. Bon jour, Professeur!

            Bon jour, Professeur Elizabeth! Comment ça va?

            Sim, concordamos, me parece.

            Deixe-me expressar de outra maneira o que talvez tenha sugerido que estejamos em desacordo e de antemão agradeço vossa opinião.

            Para Charlie Hebdo religião é uma ideologia como outra qualquer, como o marxismo, por exemplo, no que tange a ser passível de crítica. Não é uma obsessão e muito menos se dedicavam exclusivamente a isso, como talvez a seleção reduzida de charges publicadas na internet possa sugerir.

            Charlie Hebdo debruça-se sobre as ideologias sem fazer distinção e ao longo de sua história as religiões não foram seu alvo principal. Se eu fosse fazer uma prova e houvesse a pergunta “Qual é o alvo principal de Charlie Hebdo?”, responderia: Le Front National.

            Perguntado – infelizmente não me recordo agora onde exatamente li essa resposta ou se a ouvi, só sei que foi pela internet – sobre quais seriam os limites do humor, Charb respondeu: os estabelecidos pela lei francesa. Deixou bem claro, e agora já deixo de citá-lo textualmente por não me lembrar de suas exatas palavras mas muito bem do seu sentido, que Charlie Hebdo era um jornal feito na França, para ser vendido na França. Qual a razão, então, para se respeitar as leis de Marrocos, ou do Irã, etc…?

            Concordamos com certeza no ponto de Charlie Hebdo jamais fazer charges contra os povos, sejam os povos muçulmanos, ou os povos cristãos, ou o povo judeu e sim, quando houver motivo para tal, fazer charges contra as religiões, que são, repetindo, ideologias como outras quaisquer.

            No mais, veja a bobagem que os assassinos fizeram que resultou numa grande ironia, escrevi em outro canto deste blog que não me lembro mais onde foi, que o Profeta Maomé deve estar muito satisfeito e contente com seus vingadores, porque graças à iniciativa desses rapazes, as charges a respeito do Profeta são agora conhecidas em todo o planeta, até por quem nunca tinha ouvido falar de Charlie Hebdo, que de uma circulação restrita para os padrões franceses, por volta de 30.000 exemplares, venderá nesta e na próxima semana um total de 5.000.000, ou, pelo andar da carruagem, talvez até mais.

            Sim, sem dúvida um ótimo trabalho de preservação da honra do Profeta fizeram os seus fãs.

            Au revoir, Professeur!

             

            PS: já conseguiu seu exemplar ou está aguardando as novas remessas?

             

             

             

             

             

             

  17. prudência de Marilene Felinto (uma hipótese)

    no blog dela , midiafazmal, eu  nenhuma palavra sobre as manifestações e o eu sou charlie. Vou acompanhar próximos posts.

    1. Estranho, não? http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/

      Eu Não Sou Charlie. Estranho , não? enquanto a mídia grita sobre liberdade de expressão, omite algumas coisas… e multidões, ora, multidões não necessariamente estão informadas. Redes Sociais são extremamente manipuláveis e manipuladas sem que percebamos – um artigo sobre isso me deixou pasmo e não vou reproduzir, mas é muitíssimo, muito muito cedo ainda pra se avaliar 1 – por que houve extremo e inacreditável falha dos serviços de inteligencia dos EUA interligados com os demais serviços nos outros países??…; 2 – o interesse no petróleo 3 – a ligação ou simpatia do chargista dinamarques com neonazista e sua chargge numa das edições do tablóide 4 – veja-se o percentual de charges do tablóide sobre os mulçumanos, compare-se com as charges sobre outras religiões, há surpresas 5- é desrespeitoso profundamente reproduzir a figura ou desenho de Maomé. Houve um filme americano ou não sei de onde em que em letreiro se diz que jamais é mostrado o personagem maomé em respeito. 6 – não é preciso citar um Chomsky, etc, basta ir a um simples pouco conhecido (me parece) blog “mimimi” , um apanhado longo – quem leu até o fim?? não é assinado por figurões, mas leia-se ou se releia.  http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/

  18. Respondeu com
    Respondeu com diplomacia.
    Prudência…
    Em certos filmes é possível conhecer um pouco da cultura muçulmana.
    No seriado 24 horas, em um episódio fica claro a distinção entre os fiéis, e os radicais.
    E justamente neste episódio descobrem que o ataque é um false flsg.

  19. JE SUIS BOBO

    É impressionante como surgem teses extensas e explicações detalhadas sobre o suposto humor (e a liberdade de expressão) de uma revista qualquer, que muitos não tínhamos ouvido sequer falar (com tiragem de 50 a 60 mil revistas, na França). Na hora do funeral todos são amigos das vitimas e conhecem a vida destas com toda intimidade. Aliás, a revista é horrorosa, com desenhos muito mal feitos e, pior ainda, com um humor ordinário e abaixo da crítica.

    Os filósofos de plantão daqui do blog citam textos de um PhD em filosofia, tentam explicar que o escopo da revista é apenas contra as religiões – em geral – e não contra as pessoas (Ahhhh, então ta!). É um coco seco e duro brincando, com um mamão maduro, de dar marteladas apenas na casca, nunca no interior dela. Os muçulmanos rezam três ou mais vezes por dia e praticam mesmo a sua religião, na prática. Já os judeus dão um pulinho básico na sinagoga e, no restante do tempo, ficam nas salas de redação, nos estúdios de TV, ou nos bancos, tomando conta do QC (quartel geral) que comanda o mundo. Um funcionário da revista penetrou na casca do coco e fez uma piadinha em relação ao filho de Sarkosy (uma espécie de Aecim francês). O cara foi demitido da revista, na mesma forma que jornalista mineiro durante governo tucano.

    Como o Dudu Campos, que virou herói depois da sua morte, pelo menos nos meses antes da eleição. Todo o mundo foi ao funeral, chorou e saiu na foto. A revista histórica, recentemente, vendeu 100 vezes mais que o habitual e, pelo passo que vai, será recordista durante um bom tempo, como Michael Jackson e Elvis Presley, depois da sua morte. Surge um palco em qualquer lugar do mundo, ascendem-se os holofotes e vamos lá, a patuléia, como burros a opinar sobre o fato que a mídia nos coloca na frente. Surgem teses, citam-se extensos textos e cada um puxa a sardinha para sua própria brasa.

    No final, tirando o estardalhaço político que surge da situação, com dezenas de chefes de estado e milhões de manifestantes (em ruas separadas, é claro) e, ainda, a arrecadação milionária obtida para as vitimas, voltará aos poucos tudo à normalidade. Teremos outros temas pautados pela mídia mundial.

    Enquanto isso, depois do show, a França manda porta-aviões e soldados para invadir Iraque.  Os mais de 2000 marines franceses devem levar, no peito, uma mensagem do tipo: je suis Charlie. Devem ir junto algumas soldadas mulheres, mas essas não saem na foto.

    http://oglobo.globo.com/mundo/hollande-anuncia-ampliacao-de-luta-contra-ei-no-iraque-15050255

  20. A jihad como espetáculo

    Nassif,

    Em meio aos debates acalourados vistos aqui no blog, em que um tenta se sobrepor ao outro em defesa de suas análises – o que é muito salutar, democraticamente falando -, gostaria de sugerir a leitura de um artigo publicado no Viomundo, do seu colega Azenha.

    Parece-me uma leitura mais profunda acerca do que ocorreu em Paris. Seu autor Gabriel Zacarias, que é doutor em Estudos Culturais pelas universidades de Perpignan (França) e Bergamo (Itália), procura fazer uma reflexão sobre o perfil dos “terroristas” envolvidos nesses CRIMES. A qualidade do texto não está no que se refere à formação acadêmica de seu autor, mas sim na argumentação apresentada por ele.

    O intuito é só contribuir para o debate, a fim de que possamos nos aprofundar sobre essa temática que não se encerra com esses fatos. Isso é o que estou tentando fazer: tornar mais consistentes meus argumentos.

    O endereço eletrônico é o seguinte: 

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/gabriel-zacarias-e-jihad-como-espetaculo-os-terroristas-que-atacaram-com-suas-gopro.html

    Um abraço, Nassif.

    P.S.: Sem querer fazer qualquer ligação aos fatos ocorridos na Europa, gostaria de dizer-lhe que não somente eu, mas muitos outros também que: NÓS SOMOS NASSIF!

  21. MUÇULMANO

    “Meu irmão era muçulmano e foi morto por pessoas que fingem ser muçulmanas. Eles são terroristas. É isso. Meu irmão era francês, argelino e da religião muçulmana. Tinha muito orgulho do nome Ahmed Merabet, orgulho de representar a polícia francesa e de defender os valores da república: liberdade, igualdade e fraternidade. Dirijo-me agora a todos os racistas, islamofóbicos e antissemitas. Não se deve confundir extremistas com muçulmanos. A loucura não tem cor e nem religião. Há algo mais que eu gostaria de dizer: parem de retratar a todos igualmente. Parem de queimar mesquitas e sinagogas. Vocês estão atacando pessoas. Isso não trará os mortos de volta. E não confortará nossas famílias”.

    KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras -FOLHA. Tradução de PAULO MIGLIACCI 

  22. Olha, provavlemente esse

    Olha, provavlemente esse Samir não representa totalmente o muçulmano típico que vive na França. Parece que é um esquiador famoso. Mas não interessa, me parece claro, e não preciso contratar a DataFolha para isso, que a esmagadora maioria acha isso mesmo: O ataque foi uma estupidez, totalmente injustificável, por mais que não se goste das charges.

    Todos eles, os muçulmanos não fanáticos, devem estar revoltados, inclusive porque reforça o estigma contra eles. Sabem que o preconceito vai aumentar. E inclusive a Le Pen pode ganhar!

    Dito isso, se voce for fazer uma entrevista sobre preconceito contra muçulmanos na França, aí sim, eles (a maioria, não necessariamente o Samir) podem revelar com conhecimento de causa, o que é a realidade.

    Mas isso não está em questão aqui. Embora não ignore o preconceito, o muçulmano frances não vai dar, uma fração que seja, de justificativa para os fanáticos. O que interessa agora é o total repúdio.

    Vamos deixar de estigmatizar o muçulmano. Antes de sê-lo, são seres humanos. O como tal foram à manifestação

  23.  Como entender a crise
    Como entender a crise religiosa? A maioria dos leigos não têm a exata dimensão do caráter da fé.

    Ontem foram vendidas nas bancas mais de cinco milhões de ofensas contra as leis dos países islâmicos.

    A finalidade dos jornalistas para provocarem o islã é a de “acabar com as diferenças”, invocando a liberdade de imprensa.

    Guarde o conselho de um cristão: os ataques não aconteceram pelo gosto de distinção das diferenças, antes elas deveriam surgir para o jornal Charlie Hebdo.

    Podemos “acabar com as diferenças imediatamente”: Suponha que para criticar o conceito de liberdade da França todas as capas de um jornal de humor muçulmano mostrasse a foto ou desenho idêntico ao canal anal do presidente François Hollande.

    Agora imagine o papa urinando na cabeça dos jornalistas…

    A proporção simbólica para “acabar com as diferenças” entre a liberdade e o islamismo é maior ainda.

    Pelo lado do Islã, há um preceito da fé de que as pessoas do Alcorão (o profeta) e os animais estão proibidas de serem desenhadas (a fé não se desenha).

    Pelo lado do capitalismo, existe o temor da liberdade de expressão (o dinheiro é representação do homem) ir parar nas leis do islamismo. Porque haveria punição pelas dividas da sociedade serem desnecessariamente concentradas no Estado, por causa dos especuladores. Afinal, são eles que fazem “as diferenças da fé do homem e a liberdade de expressão” não serem naturalmente uma abstração de Deus; mas dívidas públicas: “A punição para aqueles que fazem guerra contra Alá e Seu Profeta e fazem corrupção na terra, é de assassiná-los, de crucificá-los, ou cortar uma mão e um pé em lados opostos … . ” (Alcorão 5: 33). 

     

  24. Não é o que diz os alunos ciência sem fronteiras-

    Estudantes em Paris na Sorbonne, com bolsas do Brasil sem fronteiras contam a rotina e a xenofobia –

    Xenofobia

    “A sociedade francesa é xenofóbica”, afirma categórico Netto, ele está certo de que todos os imigrantes e turistas devem esperar por uma França mais fechada.

    “Ontem mesmo um comentarista da TV France 1 falou que o país deve ser mais rígido para liberar vistos aos imigrantes. Estamos vendo as pessoas que professam a religião islâmica sofrendo preconceito, mas as consequências dos ataques não acontecerão apenas para os árabes e seus descendentes, mas para todos os imigrantes também. Basta ir a um café francês e observar as conversas para notar que o preconceito e o racismo pairam sobre Paris”, disse.

    Sandy concorda com a análise de Netto e também está convencida que a França vai dificultar a permanência e entrada de todos os imigrantes, especialmente a dos árabes. Ela também confessa que a vida do estrangeiro na França não é muito confortável e que todos os dias vê atos xenofóbicos.

    A amazonense revela que os seus amigos mais próximos na Sorbonne não são nativos. “Nunca sofri nenhum preconceito na universidade, mas a minha relação com os colegas franceses não é a das melhores. Sou mais próxima dos portugueses e ingleses, a realidade é que interagimos melhor com quem é estrangeiro como nós”, explicou.

     

  25. Ser ou não ser eis a questão!!

    Essa história dos mulçumanos morarem em Paris,  seria como morar na casa de alguém de favor,eles pagam impostos,  mas são estrangeiros e os franceses os tratam como tal!!! os mais equilibrados e sensatos engolem sapos e os radicais explodem bombas,  simples assim!mas serem  bem tratados com dignidade, só  quem acreditar  na fala do hollande que subiu 8 pontos na  pesquisa, e a Globo que quer se vitimizar  com medo  da lei da mídia e pegou carona  no sangue do Charlie!!!!

  26. Eu estava muito afim de me

    Eu estava muito afim de me vestir como muçulmana, mas vou repensar. Tive uma surpresa nada agradável no final de ano: melanoma agressivo no couro cabeludo. Adeus meu lindo cabelo(mas só ate o término do tratamento), porque, depois, disso, vou recuperar meu lindo cabelão. No momento estou com meus “enfeites” pós-cirúrgicos (tiraram pele da perna para fazer encherto no couro cabeludo, mas estou cicatrizando bem.  Acho que me safo dessa, tenho muito que aproveitar kkkkkkk. Mas, como vou ter que evitar sol pelo menos por um tempo, pensei em me vestir com roupas de muçulmana, mas, agora, até isso, já passa a ser preocupante. Vai que vem um doido e pensa que pode me explodir! kkkkkkk

    1. Muita saude para você!

      quanto á se vestir de muçulmana, se viver em Sampa, não acho que corre risco…

      Muito menor que de ficar sem água e sem luz…

  27. É duro mas é queijo

    Blá, blá, blá.

    Vai avisar o Benzema.

    Todos sabem que a sociedade francesa é ampla, geral e irrestritamente xenofóbica!

    Muçulmanos, islâmicos, negros, argelinos, ciganos, brasileiros e o escambau: piem quietos.

  28. Na França, os muçulmanos são franceses

    Só este site teve a coragem e a ousadia de ouvir um muçulmano francês. É fácil fazer discurso ideológico, mas este jornalista preferiu ouvir o povo.

    No Brasil fala-se barbaridades dos muçulmanos da França. Eu sou brasileira e francesa, moro na França, e nunca vi um país como esse. O racismo existe, o preconceito existe, a desigualdade existe, mas falar da França sem olhar o Brasil é pura ignorância. Os mesmos que atacam os nordestinos, são os mesmos que acusam a França de ser racista contra os muçulmanos. Os mulçumanos estão em todos os bairros franceses. São mais de 10% da população francesa, a maioria tem nacionalidade francesa. Falam de muçulmanos como se eles não tivessem nacionalidade. Todos os filhos de muçulmanos estão em todas as escolas, em todas as creches de Paris (como todos os que moram na França), da periferia e de várias cidades da França. Nenhuma criança pode ficar fora da escola, independente da origem social e da religião. O Estado é laico, portanto todas as escolas públicas devem receber todas as crianças e adolescentes, ricos e pobres, franceses ou imigrantes. Mais de 90% das escolas são públicas e as escolas particulares, quem paga os professores é o próprio governo, o mesmo valor dos professores da escola pública.  

    Quantos brasileiros não gostariam de morar na periferia francesa? Sou socióloga e historiadora. De origem nordestina e indígena, vivi toda minha vida em São Paulo. Eu faço doutorado na Sorbonne e moro na França, na periferia, desde 2010. Pude estudar e analisar a história e o comportamento dos políticosm dos jornais e da população francesa. Posso afirmar que periferia é constituída de cidades com transporte coletivo, com toda a estrutura para se viver e trabalhar. A qualidade de vida da periferia é melhor do que a de Paris. Entre Paris e uma cidade da periferia, eu escolhi a periferia pela possibilidade de estacionamento, pelo ar não poluído, pela infraestrutura e pela tranquilidade e ar puro, pois são vilas bem arborizadas. A qualidade de vida fora de Paris é melhor e mais barata. Pobreza, claro que existe pobreza, será que no Brasil não existe?

    A ideia dos ignorantes é que não existe francês de origem europeia pobre. Aliás os mendigos são na sua maioria absoluta constituídos de franceses (de origem europeia) pobres.  Todos esses dias o governo deixa claro para todos: os atos contra os judeus ou contra os muçulmanos serão combatidos com a mesma força e determinação. É um governo socialista que defende, com convicção, os imigrantes e todos os credos. Toda vez que tem atentado contra judeus, o presidente vai participar de um culto judaico. Toda vez que tem um atentado contra os muçulmanos o presidente vai numa Mesquita, é a mesma coisa com outros credos.

    Este ano o presidente Hollande vai enviar um projeto de lei dando o direito de voto ao imigrante (aquele que nasceu em outro país e ainda não teve a nacionalidade francesa), pois o imigrante que tem nacionalidade vota como qualquer um. Os que já têm a nacionalidade francesa (mais de 50%) já votam normalmente, mas os que não têm ainda a nacionalidade vão poder votar nas eleições municipais. É a primeira vez na história francesa que os imigrantes vão adquirir direitos políticos de votar (isso não existe no Brasil).  Essa promessa do presidente está prevista para 2015.

    O que o PIG está, com apoio descarado de alguns blogs (inclusive de esquerda), atacando o governo socialista francês, um governo de esquerda, que combate todo o tipo de racismo e de discriminação. O PIG combate o jornal Charlie porque é um jornal de esquerda e porque tem interesse em difundir a ideia de garantia da liberdade de imprensa. Muitos ingênuos dos blogs acompanham o discurso do PIG, por falta de conhecimento. Eles se informam na própria mídia PiGal para fazer seus comentários.

    Os atentados tiveram como alvo a França pela luta do governo contra o terrorismo nacional e internacional. Para atacar a França, os terroristas escolheram três alvos: 1) um jornal de esquerda; 2) os judeus (eles sempre atacam escolas judaicas); 3) a polícia que representa a repressão ao terrorismo. Matam policiais muçulmanos (pois não querem que eles façam parte da polícia, como mataram em 2012 e na semana passada), policiais de origem europeia e uma moça policial de origem africana.

    O povo francês foi às ruas para defender os ideais franceses. Eles não admitem que os terroristas estabeleçam o que eles devem fazer ou não. Eles querem ter o direito de serem religiosos ou ateus, eles querem ter o direito de ir e vir, sem o medo de sair de casa, eles querem ter o direito de rir e gozar de tudo e de todos quando têm vontade. Eles foram às ruas lutar para liberdade, ao lado de muçulmanos, judeus, católicos, ateus ….    

    O imigrante africano negro muçulmano (que está na França a menos de 1 ano) que trabalha no supermercado judeu, que sofreu atentado na semana passada na França, será condecorado pelo presidente Hollande e terá a nacionalidade francesa, antes do prazo previsto. Existe critérios para adquirir a nacionalidade francesa e prazo (como no Brasil). Pela atitude do africano, ele terá sua nacionalidade mesmo que ele não tenha solicitado, mas ele está de acordo.

    O governo Hollande combate os terroristas (inclusive por estes imporem o terror na comunidade muçulmana francesa). E o governo combate a extrema direita pela intolerância desta contra os imigrantes. O Parlamento francês aprovou o reconhecimento do Estado Palestino no mês de dezembro de 2014, uma das promessas de campanha de Hollande.   

    Então, parem no Brasil de falar contra o governo francês dizendo que ele persegue muçulmanos. Isso é falso. Podem falar o que quiserem do presidente e do primeiro ministro (que é imigrante), mas dizer que eles adotam medidas contra os muçulmanos é falsear descaradamente a história.  

    É muito triste ver blogs que apoiaram a eleição da Dilma se colocar contra o governo de esquerda da França. Se a esquerda continuar seguindo os passos do PIG, a direita vai sair fortalecida e o mundo estará perdido.

    Estive na Marcha de Paris com as minhas armas: um cartaz “Eu sou Charlie”, uma bandeira do Brasil e um lápis. Virei atração, pois os participantes queriam fazer foto comigo e saber porque o Brasil estava presente na solidariedade francesa.        

    1. E você para de generalizar, e

      E você para de generalizar, e ficar comparando Brazil com a França, isso só mostra que você é tão ignorante quanto esse pessoal que você está criticando.

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