Rússia perdoa 90% da dívida de Cuba com antiga União Soviética

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Um acordo ratificado pela Rússia na semana passada permite que 90% da dívida que a capital cubana Havana mantém com a extinta União Soviética seja perdoada. Dessa forma, o País de Raúl Castro poupará cerca de US$ 35 bilhões. Além disso, a Russia assumiu o compromisso de injetar os outros 10% da dívida na economia cubana. Nos próximos dias, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin fará uma visita de aproximação à ilha. Reportagem da Rede Brasil Atual traz mais detalhes.

Rússia perdoa dívida de US$ 35 bilhões de Cuba com a ex-União Soviética

A Duma, equivalente à Câmara dos Deputados brasileira no poder legislativo russo, ratificou na última sexta-feira um acordo assinado entre Rússia e Cuba que prevê a anulação de 90% da dívida de Havana com a extinta União Soviética, valor estimado em US$ 35,2 bilhões.

Além do perdão à dívida, o acordo prevê ainda que a Rússia invista na economia cubana valor equivalente ao reembolso do restante do valor da dívida, algo em torno de US$ 3,5 milhões, ao longo dos próximos dez anos. O dinheiro será transferido para fundos nacionais específicos de investimentos.

A ratificação ocorre uma semana antes de uma visita à ilha do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, durante a qual buscará intensificar as relações comerciais bilaterais. Desde 2005, Rússia e Cuba têm buscado intensificar relações diplomáticas e comerciais, que estiveram estagnadas após a desintegração do bloco soviético, em 1991.

Dependente do petróleo fornecido pela antiga União Soviética desde os primeiros anos após a revolução de 1959, a economia cubana sofreu um grande baque com a dissolução do bloco socialista. Durante a maior parte da década de 1990, época que ganhou o apelido de “período especial”, a ilha lutou para manter o abastecimento de bens essenciais à população, como alimentos e produtos de higiene, em um enfrentamento solitário contra o embargo econômico mantido até hoje pelos Estados Unidos contra Cuba.

Os primeiros passos da recuperação vieram apenas a partir da colaboração com o governo bolivariano da Venezuela, instalado pelo presidente Hugo Chávez (1999-2012), que criou um novo canal de troca de petróleo por produtos e serviços, especialmente na área de saúde pública, por parte do governo cubano.

Aposta no futuro

A Rússia não é o único país emergente que busca estreitar relações com Cuba, que passa por fase de transição da política econômica do modelo atual, integralmente estatal e planejado, para um modelo misto, como o chinês, que permite empreendimentos capitalistas em áreas controladas do país. A perspectiva de que a economia de Cuba passe por um processo de abertura é visto como oportunidade única para países que disputam com os Estados Unidos, que mantém postura hostil em relação ao governo socialista de Cuba, uma fatia maior do Produto Interno Bruto (PIB) e da influência política global.

Em 2008, a Venezuela conectou a ilha ao backbone de internet, da estatal CanTV, oferecendo conexão de alta velocidade à ilha. A China aumentou consideravelmente o comércio com a ilha nos últimos anos, levando o saldo comercial com Cuba a cerca de US$ 2 bilhões anuais, contra menos de US$ 500 milhões em 2005.

Já o Brasil emprestou, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 682 milhões para o Porto de Mariel, localizado na primeira Zona Especial de Desenvolvimento do país caribenho. A expectativa brasileira é que a ilha se transforme em entreposto preferencial de transporte marítimo de mercadorias no mar do Caribe nos próximos anos, e, com o empréstimo para a construção do porto, o governo garantiu participação de empresas brasileiras na operação.

Com informações do Brasil de Fato

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

22 Comentários

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  1. Massacre americano

    Depois de décadas de massacre americo, esta sim insano e doentio, Cuba volta a iniciar um periodo de recuperação graças aos BRICS.

    Se depender do senhor do Norte, os cubanos estariam famintos e doentes. Foi uma das mais doentia e perversa perseguição ideológica que houve no ultimo século!

    1. Qual é o massacre? Os EUA

      Qual é o massacre? Os EUA fornecem todo o trigo que Cuba precisa desde 2001, não há embargo para alimentos e medicamentos, nem para remessas de dinheiro e pacotes dos EUA para Cuba, são milhões de pacotes por ano, com remedios, conservas, roupas.

      O embargo comercial decretado pelas leis Helms Burton e Cuban Democracy Act são uma lei interna americana, proibindo empresas americanas de exportarem ou importarem de Cuba, com exceção de alimentos e remedios, em que isso é massacre? Cuba pode comprar ou vender de qualquer outro Pais, o problema é que Cuba não tem moeda forte para isso,

      a miseria não é culpa do embargo e sim da ineficiencia da economia socialista, tanto que a União Sovietica teve que despejar 35 bilhões de olares para Cuba não morrer de fome e agora Cuba é sustentada pela Venezuela e Brasil.

      Se não houvesse embargo americano Cuba continuaria não tendo dinheiro para comprar nos EUA, não mudaria nada.

      1. Tá Motta, mas então por que os EUA não suspendem o embargo?

        Estamos aguardando sua resposta.

        Qual seria ajustificativa pra manter o embargo?

        1. Quem não suspende é quem

          Quem não suspende é quem criou o embargo, o Congresso dos EUA, são burros, teimosos e idiotas,

          a manutenção do embargo é o GRANDE ALIBI da ditadura dos Castro. Clinton fez tudo para acabar com o embargo, conseguiu EXCLUIR alimentos e medicamentos no ultimo ano de seu mandato, hoje os EUA são os princiapis fornecedores de trigo à Cuba, chega a US$1 bilhão por ano, foi pressão do lobby dos agricultores sobre o Congresso.

          No turismo já melhorou muito, não há praticamente nenhuma restrição para viagem de americanos à Cuba, são 12 voos diarios partindo de Miami, Atlanta e Dallas, Clinton tambem levantou a restrição à remessa de pacotes com comida, remdios e roupas, Bussh bloqueou os pacotes novamente e Obama voltou a liberar, agora pode pacotes e DINHEIRO, o que é uma enorme injeção de moeda forta em Cuba, quase todo cubano nos EUA tem parentes em Cuba.

          Se suspender  completamente o embargo o regime dos Castro acaba logo.

        2. Rapaz, tu e tua turma são

          Rapaz, tu e tua turma são completamente desqualificados para contrapor o AA, fazer esse tipo de pergunta denota-se a profunda incapacidade da esquerda em entender o mundo real…

        3. De novo, depois de cem vezes

          De novo, depois de cem vezes neste blog, o AA explicou de novo explicou tudo direitinho, quase desenhado….

  2. O cenário mundial , na sua

    O cenário mundial , na sua dinâmica histórica , vai se metamorfoseando e isolando o império norte americano. Perdido em ultrapassadas idiossincrasias , reduz seu papel na história a simples braço armado do rentismo internacional …

  3. Que coisa,hem?  Pobres

    Que coisa,hem?  Pobres ingênuos, acreditando  que os  generosos americanos  eram os algozes  de Cuba…tsk,tsk,tks.

  4. Menos ideologia, mais contabilidade

       Perdou o que ? 

       NADA, apenas manobrou um balanço dos esqueletos nominados em “rublos” soviéticos, que estão em estoque no BC russo, operação simples titulo cubano x titulos russos, “zerados” em rublos ( titulos soviéticos emitidos em 1982).

        Todo o comércio e/ou financiamentos soviéticos a paises amigos, incluindo os do falecido COMECON, africanos, asiáticos ( tipo Vietnã) ou Cuba, eram referenciados em rublos, sem curso internacional, ou acessiveis aos mercados de divida – A Federação Russa já vem “limpando” estes titulos desde o começo deste século, zera no 1×1, e reabre a linha de crédito e futuros financiamentos, mas agora nas regras internacionais.

    1. não faça perguntas dificeis,

      não faça perguntas dificeis, antes de responder, os coxinhas tem que consultar omenino maluquinho, pateta de Miami. 

  5. Não tenho números agora,

    Não tenho números agora, também não vou pesquisar, mas, a grosso modo, acho que o PIB dos 1,5 milhões de cubanos expulsos da Ilha que vivem na Florida e New Jersei, é pelo mínimo 30 (ou 100) vezes maior do que o PIB dos 11 milhões de cubanos que vivem na Ilha Prisão.

    Algum dia, após a morte do ditador e findar o Castrismo (passagens da vida) todos os cubanos se reunirão de novo, os cubanos de Cuba e os cubanos da América. Cuba e seu povo, pelo seu glorioso passado, não merecem viver o XXI sob o comunismo.

     

     

     

  6. O ”perdão” da União

    O ”perdão” da União Soviética foi igual os bancos brasileiros fizeram comigo: Eu não tinha como pagar mesmo.

    E olha que eu não deixei instalar mísseis bancários no meu quintal contra os inimigos dos meus credores.( pra amenizar a dívida)

            Que catzo de ”perdão” é esse?

        E isso  é post ,digamos,honroso pra Russia.?

          Deveria ser vergonhoso, pra  quem sugou até a última gota de sangue de Cuba em troca de uns trocados.

               Lamentável como este blog tem uma leitura diferente dos fatos.

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