A vitória do republicano Donald Trump nas eleições norte-americanas enfraquece os esforços diplomáticos para acabar com as guerras em torno de Israel no curto prazo, e também coloca em xeque o apoio de longo prazo às campanhas militares contra o Irã e seus representantes.
Segundo o jornal The Jerusalem Post, a volta de Trump ao poder “é o equivalente a uma bomba diplomática, cujos efeitos assustadores serão sentidos quase imediatamente e que já parecem congelar tais esforços de cessar-fogo”.
A publicação lembra que as políticas de Trump ligadas a temas como Gaza, Líbano e Irã “serão diametralmente diferentes das de seu antecessor, o presidente dos EUA Joe Biden”, e só isso cria o caos em uma guerra onde os Estados Unidos assumiram a frente diplomática em torno do cessar-fogo e apoiaram Israel de forma diplomática, além de fornecer armamento e suprimentos em defesa do território.
Entre as medidas tomadas em seu primeiro mandato, o republicano mudou a embaixada norte-americana para Jerusalém, apoiou a legalidade dos assentamentos na Cisjordânia e a possibilidade de soberania de 30% desse território, além de sair do acordo com o Irã ao qual Israel se opôs e interrompeu os pagamentos à agência da ONU que ajuda os palestinos.
Embora não se saiba ao certo qual seria o papel de Trump em seu segundo mandato, os israelenses lembram as promessas de paz feitas pelo norte-americano, destacando em seu discurso de vitória que o país deseja “um exército forte e poderoso” e que, em tempos ideais, não seja necessário usá-lo.
Diante de uma eventual relutância com envolvimento militar norte-americano, os israelenses não sabem ao certo se o segundo mandato de Trump será favorável para Israel.
Segundo a publicação, espera-se que o político pressione Israel a acabar com as guerras contra o Hezbollah e em Gaza, ao mesmo tempo em que apoia metas de cessar-fogo que sejam favoráveis a Israel, enquanto a democrata Kamala Harris teria insistido entre o cessar-fogo e a criação de dois estados, além da volta da Autoridade Palestina a Gaza, o que Trump provavelmente se opõe.
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