Medalhas são mesmo prioridade?, por Guilherme Scalzilli

por Guilherme Scalzilli

Como em toda competição internacional, a turma do provincianismo vira-latas tentará desmoralizar os resultados da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio. Agora, por motivos óbvios, com fúria redobrada.

O ramerrão é previsível: contas descabidas forjando custos exorbitantes por medalha, fracasso de expectativas supervalorizadas, comparações absurdas com outros países.

Não defendo o ufanismo cego, nem reduzo toda crítica a ressentimento antipatriótico. Apenas cobro consistência argumentativa, a partir de duas premissas complementares.

Primeiro, uma base conceitual e estatística sólida. A referência a qualquer exemplo internacional demanda conhecer seus programas de apoio, suas legislações específicas, os valores aplicados em cada modalidade, etc.

Segundo, a adoção de um modelo coerente de investimento, sem esquizofrenias sobre o papel do Estado no incentivo ao setor. Queremos que o esporte de ponta ganhe prioridade no uso do dinheiro público? Ou medalhas são responsabilidade da TV Globo, da Adidas, do Bradesco, da Vale?

Também é necessário superar o mito da formação de atletas olímpicos como trabalho de base apenas sócio-educativa. Se alto rendimento esportivo dependesse da qualidade da educação e da saúde oferecidas aos cidadãos comuns, os melhores IDHs do mundo seriam campeões de medalhas olímpicas.

Não resta dúvida sobre a importância do esporte para a infância e a juventude, mas pódios exigem mais do que diletantismo e popularidade. Exigem instalações modernas, equipamentos de última geração, laboratórios avançados, especialistas, suporte incondicional da mídia. Em suma, um tratamento digno de estratégia geopolítica.

Eis o núcleo indigesto do debate sobre nosso rendimento olímpico. Antes de aderir a politizações oportunistas e achismos simplórios, a cobrança por medalhas precisa levar em conta o nível de sacrifício e comprometimento necessários para se construir o idílio esportivo.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2016/08/medalhas-sao-mesmo-prioridade.html

Redação

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  1. PATROCÍNIO PARA OS HERÓIS DA SUPERAÇÃO

    Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2016

    ONU: Direção
    PATROCÍNIO PARA OS HERÓIS DA SUPERAÇÃO 

    Caros amigos (as) que vergonha, onde estão os patrocinadores como o Bradesco, Coca Cola, Claro etc, que ganharam milhões em isenção fiscal e torram milhões em propaganda, que agora na hora de ajudar esses verdadeiros heróis da superação, não chegam junto? Por que não compram  cotas de ingressos e não fazem uma promoção com os seus clientes?  Tem muita gente, que não foi aos jogos, porque não tinha dinheiro e essa seria uma ótima oportunidade, para inúmeras  crianças e jovens. conhecerem esses guerreiros, eles merecem o nosso total apoio.  

    Atenciosamente:
    Cláudio José um amigo do povo, da paz, da ONU e um Beija-flor da floresta do Betinho.

     

    Rio-2016 rompe promessa e quer R$ 200 mi do governo para Paraolimpíada

    Tony Gentile/ReutersMario Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016, explica situação financeira para Jogos Paraolímpicosimagem: Tony Gentile/Reuters     24 

    Vinicius Konchinski

    Do UOL, no Rio de Janeiro

     

    O diretor de comunicação do Comitê Organizador da Rio-2016, Mario Andrada, admitiu nesta quinta-feira (18) que o órgão vai precisar de dinheiro público para poder realizar Jogos Paraolímpicos, que começam em 7 de setembro.

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    “O motivo que vamos aceitar dinheiro público é que a venda de ingresso e o patrocínio não foi o esperado. Vendemos cerca de 12% dos ingressos da Paraolimpíada”, disse Andrada. “O dinheiro vai principalmente para os serviços para os atletas, viagens, etc.”

    Andrada disse que, se a Paraolimpíada começasse hoje, seriam necessários cerca de R$ 200 milhões para atender às necessidades da Rio-2016. Disse que o comitê trabalha para que o valor da ajuda seja menor.

    “A verba pública vai depender da venda de ingressos ainda. Estamos muito confiantes. Dependendo da venda de ingressos e do patrocínio, vamos ver o que vamos precisar”, explicou o diretor da Rio-2016.

    De qualquer forma, o diretor de comunicação valorizou o fato de os Jogos Olímpicos – sem contar a Paraolimpíada – terem sido organizados sem a necessidade de verba pública. “O fato de termos feito os Jogos Olímpicos sem verbas públicas, numa crise, já é um evento histórico. Agora é tentar fazer ótimos Jogos Paraolímpicos e aproveitar o evento para o legado na cidade”, explicou.

    Mario Andrada ainda rebateu crítica sobre a transparência das contas do Comitê Organizador, que é órgão privado, apesar de contar com o apoio público. Ele afirmou que todos os gastos do comitê estão disponíveis para consulta. “Todos os números estão no site da Rio-2016: as empresas que temos contrato, os balanços aprovados pelo comitê fiscal, tudo”, disse.

    O Comitê Rio-2016 ainda não deu detalhes de como será o aporte recebido. Ressaltou que o uso desses recursos será ainda mais transparente. “Há uma serie de exigência para que você possa aceitar verbas públicas. O nível de exigência é muito grande. Tem que ser transparente para que essas verbas sejam usadas de forma adequada”, declarou Andrada.

    “Nós fizemos esforços enormes para não precisar de verba pública. Se tivemos ido melhor na venda de ingressos e nos patrocínios, não precisaríamos. Não estamos lamentando, não estamos decepcionados em usar dinheiro público. O que precisamos é entregar Jogos Paraolímpicos fantásticos e ser muito cautelosos sobre o uso de verba pública”, complementou.  Comunicar erro

     

  2. Jogos 2016 notável

    Guilherme,

    Sobre estas argumentações a que você se refere, $$$/medalha etc…, elas apenas refletem a miopia do idiota e também da sociedade brasileira a respeito da importância do esporte para qualquer governo de qualquer país. Quando me agridem com a tal argumentação de 5ª, logo peço para me expilcar como Cuba, com cerca de 10 milhões de habitantes, sempre consegue um número de medalhas bem superior ao disto aqui, e medalhas em diversas modalidades esportivas.

    No município do RJ são mais de 600 mil alunos  até o ensino fundamental Basta criar uma rotina de prática esportiva na base de 2 x semana e, em dois ou tres anos, 1% deles, 6 mil, se identificará com o esporte de competição, enquanto os 99% terão aprendido tudo aquilo que o esporte oferece saúde, disciplina, responsabilidade, saber competir corretamente, etc…para poderem aplicar em suas vidas.

    Com muito menos material humano, a Gama Filho mandou diversos atletas para mais de uma Olimpíada, um deles o Robson Caetano, e o mesmo “milagre” também ocorreu com a equipe do Bingo Arpoador. 

    Em minha opinião, isto aqui só não tem um expressivo conjunto de atletas potencialmente vencedores porque a casagrande só gosta e só financia a turma dos seus esportes, vôlei, natação, hipismo, basquete, tênis, hipismo e fica por aí, porque boxe, ginástica olímpica e atletismo são práticas prá pobre e preto.

    Quanto aos Jogos 2016 está sendoum sucesso daqueles. Como não leio jornal e não assisto a Grobo, prefiro acreditar que não existiu nenhuma primeira página para comemorar o feito.

    Diversas personalidades estiveram no RJ em off, pois o mote da viagem era esporte, e esporte de altíssima qualidade não faltou. Somente no esporte olímpico não existe racismo e preconceito, esta é a regra, e como exemplo de verdadeiro espírito olímpico, o mais grandioso a que assisti foi o da jogadora egípcia de vôlei de praia, a que cobre os braços e a cabeça, quando na última partida da dupla, perdendo de 1set a zero e 19x9conseguiu fazer 19×10 e comemorou como se tivesse acabado de ganhar o ouro olímpico, inesquecível. 

    No espetacular Paque Olímpico puxei assunto com diversos turistas estrangeiros e só ouvi elogios. Quem dera que os daqui tivessem o mesmo modo de pensar. E os assaltos, o Estado Islâmico e sei lá o que mais ? E a Baía de Guanabara com todos a pular naquela água imunda ?  

    Quanto aos “defeitos”, todos são de responsabilidade do COI. 

    É isto.

     

     

     

     

  3. SINCERAMENTE…

    Penso que todos os atletas brasileiros que participam dessa olimpíada, abnegados atletas, àqueles que não tiveram algum patrocínio do estado: não dediquem suas conquistas ao Brasil, ente institucional que não os ajudou em nada. Agradeçam às suas famílias, aos treinadores e aos patrocinadores (se houver) privados. A nação precisa de heróis, mas não os ajuda a nascer. O povo necessita de exemplos heróicos para neles se mirar e amainar seus diários fracassos. Pobre instituição Brasil, que não ama seus filhos e os mantém na constante penúria. Por “instituição Brasil” leia-se: elite dominante.

    1. Seria desonesto não agradecer também ao investimento feito neles

      Todos (ou quase todos) os atletas receberam apoio financeiro de alguma instituição ligada ao governo: Bolsa Atleta (Ministério dos Esportes), Bolsa Pódio, Programa Segundo Tempo, o PAAR das Forças Armadas, patrocínio dos Correios, Furnas, Petrobrás… Seria desonesto não agradecer a eles também. Pois só garra náo traz vitória.

      Queria ver os bancos, as grandes seguradoras, as empresas de infraestrutura, etc., patrocinando atletas e ajudando a formar uma base para que isso continue e cresça. Mas pra variar, quem investe no Brasil é quase sempre só o governo…

    1. Sim.

      Todas as obras de infraestrutura realizadas no Rio de Janeiro nos últimos 7 anos (VLT, Transoeste, Transcarioca, Transolímpica, Transbrasil, Linha 4 do Metrô, Túnel Rio 450, Túnel Marcello Alencar, entre outros) só foram possíveis com a realização dos Jogos Olímpicos. A Transbrasil e o VLT ainda não estão completos, mas o resto já traz impactos positivos na população, em termos de mobilidade urbana.

      Vários dos equipamentos usados nos Jogos serão reaproveitados. Três arenas serão desmontadas e serão transformadas em escolas, em outros lugares do município. Outra será uma escola ali mesmo, em Jacarepaguá (falam que é Barra da Tijuca, mas foi tudo feito em cima do que era o Autódromo de Jacarepaguá). O parque aquático será remontado na Zona Oeste da cidade. Muitos equipamentos foram reaproveitados do Pan para os Jogos.

      Então sim, os Jogos Olímpicos foram uma prioridade que trouxe mais qualidade de vida ao carioca. Sobre o esporte, saúde e educação, eu já falei num comentário em cima, então não vou me repetir.

      E hoje eu fui no Boulevard Olímpico. A Orla Conde ficou LINDA. Eu já andei no Queen’s Walk, em Londres, entre a London Bridge e a London Tower Bridge. Honestamente, a nossa ficou mais bonita e mais longa (3 km). E muito mais movimentada e barulhenta, porque afinal das contas, somos nós, brasileiros.

      PS: Uma homenagem justa ao prefeito (e arquiteto) Luis Paulo Conde, que foi o primeiro a propor o emprego do modelo de Barcelona (Espanha), por ocasião dos Jogos Olímpicos de 1992. Eles seguiram a mesma ideia que os espanhóis empregaram na região portuária de Barcelona, revitalizando o local. Ficou espetacular.

  4. AS UNIVERSIDADES E O ESPORTE

    Brasil cria status de “desportista-artista” apenas a uns poucos, que correm pelo banco, pela empresa patrocinadora, deixando a enorme maioria da população apenas na arquibancada e na telinha da TV.

    Dinheiro de patrocínio – às vezes público – jogado no imediatismo e em pessoas específicas não melhora o nível esportivo e, por tanto, a imagem do Brasil. Se o atleta perde, é dinheiro fora. Se ganha, também é jogado o dinheiro fora, pois o sucesso é passado à comunidade nacional como um assunto individual, de quem quer surgir sozinho na vida correndo ou lutando e, espera-se, no máximo, que surja mais um eventual talento individual, a cada geração.

    O sucesso esportivo de determinadas nações se explica principalmente pelo planejamento e a visão nacional e coletiva do assunto e não na aposta em determinados “cavalinhos” ou pela luta imediatista de poucas medalhas para hoje e nenhuma para amanhã. O esporte-show, alavancado pela mídia, é baseado em ídolos individuais e milhões de fãs anônimos, estáticos, sentados frente à TV bebendo cerveja. O esporte amador e coletivo não apenas é executado por muita gente, mas também praticado massivamente em colégios e escolas.

    Se o mesmo dinheiro hoje gasto pelo poder público em patrocínios individuais da Caixa, Petrobrás e do BB, entre outros, fosse canalizado para as universidades federais, poderiam ser construídos centros esportivos, com estádios, piscinas, quadras, etc., campeonatos universitários – em nível nacional – amadores, em dezenas de atividades “olímpicas”, caça de talentos pelas próprias universidades nos colégios e escolas da região, incentivos e becas de estudo aos bons esportistas da comunidade, associando esporte, nação e educação numa única equação.

    As universidades federais teriam que contar com Departamento de Esportes, além da carreira de Educação Física, para administrar e desenvolver atividades esportivas (campeonatos mirins regionais, com finais nacionais) nos colégios e escolas da região, assim como a formação de monitores esportivos.

    Acredito que um campeonato feminino de futebol universitário, e de outros esportes, geraria a base e o interesse das gerações em determinados modalidades, para aí sim, passarem ao “profissional” se o ambiente profissional o permitir ou desejar. Vejam, no caso atual, como a geração da Marta desaparece gradativamente sem ter conseguido levar esta modalidade para sua prática ao longo do país.

    Esportes amadores sem FIFA nem CBF, sem cartolas, mas com juventude sadia. Com as universidades chegando a todas as escolas e colégios da sua respectiva área de ação, até a raiz do inicio da formação cívica e física de cada pequeno brasileiro que nasce a cada dia.  Deste modo o Estado atua como indutor e trabalha no aspecto amador do esporte, que tantas satisfações têm dado a muitos países, inclusive nos EUA, onde o ambiente universitário dá cobertura a todos estes esportes.

    1. Trabalho de base

      Quando era estudante, de todos os anos em que eu pratiquei Educação Física, somente no ensino médio eu me exercitei e gostava do que fazia. Eu pratiquei atletismo. O resto era sempre um tormento: Todo mundo queria futebol, e eu odiava chutar a bola. No basquete, por ser alto (1,95m), era sempre o mais explorado. No vôlei, eu ainda ensaiei alguns passos, mas mais por mérito do meu pai, um fanático pelo esporte do que pela escola. E tive como professor o atual presidente da FARJ, Carlos Alberto Lancetta. Ou seja, em mim nunca foi incutido o prazer pelo esporte. Tá, eu sou nerd, então ser o último a ser escolhido ao tirar os times não ajuda também…

      Mas ainda assim nadei, lutei judô e fiz musculação (mais para correção postural). Hoje em dia eu nado 2 vezes por semana e depois dos Jogos Olímpicos, ando pensando em ir praticar badminton (já joguei com meu finado avô quando era criança, e gostei).

      A questão é: Tem que se formar atletas desde a base. Professores de Educação Física que fazem nada pelo seu corpo discente (incluo o professor supracitado) não ajudam, só atrapalham. E por aí vai, desde o investimento em educação que é bem aquém do desejado (sou professor), passando por um monte de iniciativas necessárias.

      O Ministério dos Esportes tem tentado fazer algo a respeito, como o Programa Segundo Tempo. É assim que se começa. Espero ver depois do dia 21 de agosto o início de um círculo virtuoso: As pessoas se interessam mais por esportes que não é apenas o futebol. Com isto, a mídia se interessa em apresentar mais esses esportes. Com isto, mas empresas interessam-se em patrocinar atletas desses esportes. Com isso, mais gente se interessa em ser atleta desses esportes. E com isto, a coisa cresce.

      Pegar o modelo estadunidense é fácil: Eles tem um campeonato universitário de futebol americano e basquete muito fortes, mas não surgiu do nada. Isto existe há tempos, e para chegar lá, levou muito mais tempo. Até chegarmos lá, vai demorar e gastar muito dinheiro. Coisa que o empresariado não quer fazer. Afinal, investir em fontes de lucro certo é mais fácil.

      Já temos a melhor campanha do Brasil em Jogos Olímpicos. Resta saber se iremos continuar a ter ou ainda melhorar em Tóquio 2020. Só que até lá, temos a forte possibilidade do desmantelamento do Ministério dos Esportes após os Jogos. Como eu sou segundo muitos, um idiota por ter fé na campanha do #voltaquerida… Veremos.

      1. As coisas não são incompatíveis

        Toda a juventude praticar esporte

        Selecionar talentos

        O setor privado patrocinar “atletas”

        Não desejo apenas 200 milhões de espectadores pela TV, mas desejo também milhões de praticantes do esporte. 

        Mens sana in corpore sano

        1. Isso seria sensacional.

          Eu apoio. Tanto que estou pensando em procurar uma quadra de badminton para rebater umas petecas de vez em quando… Além da natação.

  5. Enquanto uns vaiam, outros arrogam para si o mérito das medalhas

    Nunca dantes na história desse país, obtivemos tantas medalhas nos Jogos Olímpicos. Estamos no momento com 15 medalhas, sendo 5 de ouro. A meta de ultrapassarmos as 10 medalhas ficou para trás. Mérito do Governo Federal, com iniciativas como a Bolsa Atleta (que completou 10 anos), e também das Forças Armadas, por conta do seu Programa de Atletas de Alto Rendimento.

    Mas ainda assim, temos duas posições opostas e profundamente imbecis. Nas redes sociais (algumas das quais tenho orgulho de não participar), criaturas pouco mais inteligentes do que um micróbio falam que devia investir em “saúde e educação”, ao invés de ter uma edição dos Jogos Olímpicos no nosso país. Pegam cada manifestação de má vontade da imprensa estrangeira e transformam isto numa campanha digna de rede social: Um revoltado de sofá. Nesse obtuso pensamento, eles não perceberam ainda que esporte é saúde e educação. A prática esportiva leva a disciplina, a socialização, a responsabilidade, tudo que será útil para a vida do eventual esportista. E alguns deles poderão destacar-se em algumas modalidades esportivas. Não sei se alguns serão medalhistas em Jogos Olímpicos no futuro distante, mas com certeza serão brasileiros mais saudáveis e melhores como cidadãos. Além, somente com a vinda dos Jogos Olímpicos ao Rio, foi possível realizar inúmeras obras de infraestrutura que são muito necessárias para a minha amada Cidade Maravilhosa: o bonde (VLT é nome de grã-fino, eu chamo de bonde mesmo), a Transolímpica, a Linha 4 do metrô, extensão da Transoeste, Transbrasil, os túneis Rio 450 e Marcelo Allencar, e por aí vai. Honestamente, nem há a necessidade de Freud explicar esse sentimento de alguns. É dor-de-cotovelo mesmo.

    Ninguém disse que seria tudo uma maravilha: Problemas ocorreram, desde gastos a mais em obras até os transtornos gerados pelas próprias obras. Mas como tem gente que reclama nesse mundo… Eu ouvi gente que choraminga horrores por causa de pedágio em via dentro da cidade (mas a empresa que construiu a via, tem que ter lucro com a mesma, não é?); pessoas que só reclamam de engarrafamento próximo aos locais de competição (deixem o carro em casa); os chatos que questionam a existência dos feriados municipais (se não tem feriado, a cidade dará um nó); a previsão do aumento dos assaltos nas regiões onde não há nada relacionado aos Jogos (e aí, aumentou?); e finalmente, o choro e ranger de dentes daqueles que não se planejaram e agora reclamam que os ingressos estão caros… E como ouvi isto tudo recentemente. Eta bando de insuportáveis chorões.

    Voltando, e indo agora para o outro extremo. No outro extremo, temos a valorização exacerbada dos programas de valorização de atletas, em específico os programas das Forças Armadas. É notório saber que um deputado federal (ao qual recuso a dizer o nome, tal abjeta é a criatura) coloca todo o mérito dos medalhistas à ação dos militares, por meio do PAAR. Como disse o técnico de um medalhista de prata, “Eu é quem dou treino pro meu atleta, não são os militares“. Mas dessa criatura anteriormente citada, ele falou tudo o que era esperado dele. Afinal, ele é um bajulador, um puxa-sacos dos militares, uma criatura vil e covarde. Aí vem o meu questionamento: Se as Forças Armadas fazem isso tudo, pra que serve o Ministério do Esporte? E os programas como o Bolsa Atleta, Plano Brasil Medalhas, o Programa Segundo Tempo, etc., servem de nada, certo? São inócuos, pela observação desse idiota. Por favor, alguém explique à desequilibrada criatura que a bolsa oferecida pelos militares aos atletas que são 3o sargento é substancial mas insuficiente. Muito útil é, mas R$ 3 mil por mês é pouco. Um atleta de tiro esportivo gasta R$ 15 a 20 mil em equipamento, fora munição para sua arma. E tem que atirar diariamente, treinar constantemente, investir tempo e dinheiro, viajar para competir no exterior, e por aí vai. Além disso, é bom lembrar que as Forças Armadas são parte integrante do Governo. E a ação toda náo iniciou quando os golpistas tomaram o poder em maio último. A formação de um atleta leva anos de treino, sacrifício pessoal, muita luta. E investimento. Então, “dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus”. É mérito do Governo Federal, que governou o Brasil desde 2003 até aqui, e resolveu investir até R$ 1 bilhão na formação de atletas. Não foi nos últimos 3 meses que o resultado “brotou” do solo, como um cogumelo na madeira podre. Mas aquele ser nojento, como bom “encantador de burros” que é, vomita suas bravatas e vários relincham de prazer com suas afirmações nas redes sociais.

    Finalmente, gostaria de dizer que assisti cinco modalidades diferentes de esportes olímpicos, em quatro locais de prova diferentes. E senti-me orgulhoso, como brasileiro, de fazer parte de um evento tão organizado, tão bem planejado, e tão cheio. Todas as modalidades olímpicas em que fui, ocorreram na primeira semana. Justamente porque a segunda semana não tinha mais ingressos para quase nada. Como não comprei antecipado, deixei para adquirir mais perto, e a minha surpresa foi que eu teria que assistir tudo pela televisão mesmo. Tudo esgotado, mesmo os esportes menos populares. Exceto, claro, os ingressos mais caros de todos. Mesmo os esportes menos cotados, estão todos lotados. A cidade está cheia de turistas, os Boulevard Olímpicos parecem formigueiros de tanta gente, e todo mundo está lucrando, das pessoas aos turistas, do comécio ao governo, da sociedade como um todo. Os Jogos Olímpicos são um sucesso, e eu espero firmemente que o Brasil, após o dia 21 de agosto de 2016, torne-se não o “país do futebol”, mas o país do badminton, do tiro esportivo, do hóquei sobre a grama, do judô, do vôlei, da canoagem, do iatismo… Que tenhamos o surgimento de um círculo virtuoso. Mas é claro, isto só será possível se o Ministério dos Esportes continuar de pé, o que os golpistas que usurparam a cadeira presidencial náo pretendem manter, apenas por uma briga interna do seu repugnante partido.

    Viva os Jogos Olímpicos! E viva o Brasil.

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