Supremo absolve Gleisi de corrupção e lavagem, impondo derrota à Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques

Jornal GGN – Por volta das 22h desta terça (19), os ministros da segunda turma do Supremo Tribunal Federal já haviam esboçado uma derrota histórica para a Lava Jato absolvendo Gleisi Hoffmann e os demais réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Todos os 5 ministros votaram pela absolvição dos réus nas imputações por corrupção e lavagem. Apenas 2 magistrados – Edson Fachin (relator da ação) e Celso de Mello (revisor) – votaram por enquadrar Gleisi por receber dinheiro para a campanha de 2010 e não prestar contas à Justiça Eleitoral. Os outros 3 ministros – Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski – não concordaram com a minoria. Toffoli abriu a divergência e votou pela absolvição integral, sem caracterização de caixa 2.

Gilmar Mendes acompanhou Toffoli e destacou a falta de provas para a condenação. Segundo o ministro, a acusação se baseia em depoimentos cruzados de vários colaboradores, que se contradizem, e as demais provas são “raquíticas e inconclusivas”. “Não existe juízo condenatório por probabilidade”, afirmou o ministro, segundo relatos da assessoria do Supremo.

Ricardo Lewandowski também endossou a inexistência de “elementos externos de corroboração que confirmem, de forma independente e segura, as informações prestadas” pelos delatores. 

Nas alegações finais do processo contra Gleisi, o Ministério Público Federal apelou para que o STF aceitasse provas indiretas para condenar a senadora petista. As provas indiretas são usadas pelos procuradores para preencher as lacunas de uma teoria acusatória. Já a defesa de Gleisi havia destacado que a falta de provas era gritante e que o MPF usou delações para provar outras delações.

Gleisi, seu marido Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler foram acusados de receber R$ 1 milhão em operação comandada por Alberto Youssef, para a campanha da senadora, em 2010. Em troca, Gleisi teria beneficiado o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A denúncia foi feita com base na delação de Youssef e um amigo e sócio do doleiro, também colaborador da Lava Jato.

Com informações do STF

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. é aquela velha história da água cristalina…

    se o lago é de água suja ou lamacenta ninguém deve se garantir na profundidade para mergulhar

  2. Senadora Gleisi, candidato Lula, Moro e o TRF-4

    Se a Senadora Gleisi Helena Hoffmann, fosse candidata a presidenta do Brasil, pelo PT e fosse julgada por Moro e pelo TRF-4, e seus critérios, estaria condenada e fora da disputa eleitoral

  3. Penso que,  discutir um

    Penso que,  discutir um processo sério com provas materiais é uma coisa, mas  corrupção passiva  qdo Gleisi  nem cargo eletivo tinha,   ai é viajar na maionese,  beira o  rídículo  o absurdo!!!

  4. Dois votos pela condenação?

    No jargão juríco, a prova testemunhal é conhecida como a prostituta das provas. Como é possível dois Ministros do STF votarem pela condenação, ainda que por um crime eleitoral, baseados apenas e tão somente num testemunho de um deputado como Pedro Correia?

    Assim que publicado, vamos analisar o voto desses caras, juridicamente. 

    Do Celso não espero nada mesmo. Agora, o tal de Edsom deve estar devendo algo. Não é posível tamanha teratologia.

  5. #

    O pau mandado, capacho de patrão e lambe saco dos Saad, Fábio Pannunzio reclamou da decisão do STF.

    Quando o STF condena petista ele elogia, quando absolve ele reclama. Que merda de jornalista é esse? Deveria sair candidato a vereador no partido do Bolsonazi, o candidato preferido da Band.

     

  6. Das duas uma:
    1 – Gleisi é

    Das duas uma:

    1 – Gleisi é tão apagada politicamente que não faz diferença pra corja golpista; ou

    2 – Ainda vão incriminar ela por outro motivo no futuro.

    Não acredito em “atos de bondade” vindos dessa gente.

  7. Em tempos de indústria 4.0

    Em tempos de indústria 4.0, levar o Brasil a ocupar novamente a posição de colônia das corporações capitalistas internacionais é realmente coisa de juiz de paz da roça. Felizmente, a pressão difusa das ruas e da bolsa de valores está trazendo parte dos golpistas à razão. Que a senadora Gleisi continue lutando pela liberdade do presidente Lula e pela construção da democracia no Brasil. 

  8. O teste será a liberdade do

    O teste será a liberdade do Lula e suas chances de concorrer à presidente. Aí sim é que vamos ver. Não é como se Lula tivesse proposto o socialismo. Ele quer uma nação desenvolvida e respeitando as regras capitalistas. Em resumo, os endinheirados vão continuar lucrando horrores. Só não quer que o povo morra de fome no processo e que tenha oportunidades mínimas. É pedir muito? Aparentemente é. O imperialismo não deixaria isso acontecer, não é mesmo? Somos brasileiros ou outra coisa, senhores juízes? A serviço de que ou de quem suas ações que estão permitindo crimes (pois prender um inocente é um crime)? O momento histórico pede ações de grandeza. Não se apequenem neste momento e simplesmente sigam as leis e a Constituição do Brasil.

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