A covardia do ministro da “justissa”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Notívago

O abuso de poder nos grampos da PF, a covardia de Cardozo, e o inútil ataque a Lula

Do Tijolaço

A escuta telefônica, legalmente autorizada, não abrange a violação da intimidade de terceiros, salvo estes estejam, nos contatos com aquele que foi “grampeado”, combinado ilícitos ou se referido a informações relativas à produçõ de provas.

Fora isso, é uma violação indevida e criminosa e é isso que a Polícia Federal está fazendo ao vazar para o Estadão que o ex-presidente  Lula teria conversado duas vezes com um dirigente da Odebrecht ao telefone.

Aliás, a própria data dos telefonemas, 15 de junho passado, mostra que, ainda que houvesse algo a ocultar nas conversas, ninguém seria imbecil de, a esta altura, sabendo da síndrome de Gestapo que se apossou de alguns policiais – sob a completa passividade do inservível Ministro da Justíça, José Eduardo Cardozo –  falar de assuntos capciosos ao telefone, se existissem e devessem ser tratados.

E do que falavam Lula e o empresário, segundo o relatório dos arapongas federais curitibanos? De um artigo de Delfim Netto, que você pode ler aqui, defendendo o BNDES e do elogio feito pelo velho Emílio Odebrecht a uma nota publicada três dias antes pelo Instituto Lula, rebatendo acusações feitas pela Veja sobre seus contratos para palestras.

Onde está o ilícito, a suspeita, a conexão com qualquer crime dos que estejam sendo apurados?

Falar de eventos e opiniões públicas e publicadas é indício de crime?

Desde quando qualquer pessoa é proibida ou suspeita por conversar com outra, igualmente livre e em pleno gozo de seus direitos?

Comentar o artigo de Delfim Netto, a nota publicada três dias antes, o desempenho do Corinthians ou qualquer outro assunto é totalmente legítimo e se, por acaso, foi testemunhado pelos grampeadores, não poderia ter sido sequer objeto de registro em relatórios que, adiante, serão tornados públicos,  como não poderiam ser quaisquer outros diálogos não relativos a fatos criminosos.

Isso é, apenas, o resultado de uma completa indisciplina na Polícia Federal: o delegado que vazou os tais “grampos”, Eduardo Mauat da Silva, já atacou o próprio Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, sem que houvesse providências.

Vazam-se investigações, escutas, agentes treinam tiro ao alvo em caricaturas da Presidente e não acontece nada.

Ou melhor. Acontece, sim: está evidente que não têm nada contra Lula, a não ser a vontade imensa de envolvê-lo, seja como for, em suspeitas e desmoralização.

Estamos diante de uma espécie de distorção  que gera uma Polícia de Estado sui-generis. Enquanto a Gestapo, a Statsi, a KGB, a Pide, a Dina chilena praticavam toda a sorte de abusos para “proteger” governantes, a nossa, aqui, faz o mesmo, só que para atacá-los.

E como o Ministro da Justiça não cumpre seu dever de fiador da disciplina e da legalidade da ação policial e o Dr. Sérgio Moro e o esquadrão de promotores do Paraná os açula e acoberta nestes absurdos, vamos chegando a este estado policial festejado pela mídia.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. frouxos covardes

    Notívago,

    Esta situação de calamidade institucional possivelmente nunca vista, a de uma PF que se vira sistematicamente contra o próprio governo, é o resultado do medo que assombra um ministro reconhecidamente incompetente, nada mais que o pau mandado de uma DR que confia na fidelidade do seu pupilo, ponto.

    Este medo também sempre esteve presente no grupo de políticos do PT, partido que demonstrou não ter a mais pálida idéia do que seja participar como partido majoritário no Congresso Nacional.

    Também com medo uma série de ministros, muitos dos medrosos não passando de praticamente anônimos, e outros que não se incomodaram de expor seus medos aos olhos de todos. Quem tem ao seu lado este numeroso time de medrosos, talvez todos eles ávidos prá “colocar a cara” no JN, não pode sequer imaginar resultados satisfatórios ao longo do tempo.

    Para justificar esta paralisia a partir do medo e da incompetência ( excesso de medo nunca combinou com competência), tiraram da cartola o termo abjeto “atitude republicana”, e a partir dele os frouxos covardes passaram a dormir sossegados. Quanto ao governo, bem, isto é assunto que não compete a nenhum deles, a responsanilidade cai sob as costas de quem os acoberta, e quem acoberta este tipo de pilantras não pode reclamar.

    Imaginar um grande país, entre os dez maiores do planeta, sendo governado por alguém que passa a mão na cabeça de um expressivo grupo de auxiliares que se borra de medo do JN, da LavaJato ou o que quer que apareça a partir do interesse direto da oposição/grande mídia, equivale a um espetacular e prolongado sonho de uma noite de verão. Só não acontece algo pior porque a oposição é um completo desastre. 

    O caso das facções da PF e do ministro frouxo é assunto para ser resolvido pelos mestres da psiquiatria.

  2. AGIR COM RIGOR , FIRMEZA

    ministro tem que mostrar quem manda cofirmeza sem ser autoritario. Rigor ,firmeza nas apuraçoes.o governo Funcionario da PF  tem que defender o governo. Cade a corregedoria da PF ?  Nem conheço , nem. sei se existe. Policial tem carater truculento, autoritario . Acho que por muitos voltava a ditadura, militarismo, totais anacronismos,naõ tem minima visao do fluxo do tempo e avanço da historia humana, são anacrônicos !!!   Agora  agentes da PF  treinarem tiro na imagem da presidente !?!?!?  .. TÁ  NA RUA  !!!  Num instante todos entram no respeito.  Que liberdade é essa que tão dando pra esses caras ? Estão armando complô e provavelmente ganhando muito com vazamento de informações .

  3. vitimas de chantagem

    Já escrevi sobre mas volto a bater na mesma tecla . No meu entendimento Dilma e seu ministro da justiça são vitimas de alguma chantagem de proporções desconhecidas. Meio conspiratório, verdade, entretanto, não vejo outra explicação para este cenário surreal. 

  4. Não pode ser

    Não pode ser verdade mas, às vezes, tenho a impressão de que Dilma é plenamente favorável à “atuação” do ministro, que ela nomeou para isso mesmo. Ela deve ter tido conhecimento da participação do ministro na CPI dos Correios, quando parecia mais um ferrenho oposicionista do que um petista. Convidou-o e o mantém por quê?

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