A história vai contar as manobras jurídicas contra Lula, diz Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O caso triplex foi recheado de manobras jurídicas para levar Lula, em velocidade recorde, à condenação em segunda instância e consequente prisão. O mérito do processo não foi julgado de maneira técnica, mas política. O mesmo deve se esperar do julgamento, hoje no Tribunal Superior Eleitoral, do registro de candidatura do petista. A história vai registrar e deixar claro como se deram esses episódios. É o que afirma Kennedy Alencar em artigo divulgado nesta sexta (31).

Ainda que Lula venha a ser inabilitado hoje, na visão do jornalista, o PT ainda poderá ver pelo lado positivo: isso leva ao uso obrigatório do “plano B”, ou seja, a colocar Fernando Haddad nas ruas como o presidenciável do partido.

Por Kennedy Alencar

TSE deve concluir processo de intervenção política para tirar Lula da eleição

Todo o processo jurídico que envolveu a condenação do ex-presidente Lula no caso do apartamento no Guarujá deixou o fator jurídico em segundo plano. Prevaleu o fator político a fim de que o Judiciário fizesse uma interferência política para tirar Lula da eleição presidencial.

No futuro, a História vai deixar isso claro.

A sessão extraordinária do Tribunal Superior Eleitoral prevista para as 14h30 de hoje deve ser entendida nesse contexto. Há possibilidade de que seja analisada a participação de Lula na propaganda do PT no rádio e na TV e, eventualmente, até o registro da candidatura.

Será importante ver os argumentos que os ministros do TSE apresentarão em resposta à decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que diz que o Brasil deveria permitir a candidatura de Lula até que tenham sido esgotados todos os recursos judiciais envolvendo a condenação do ex-presidente, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Além dos argumentos da defesa de Lula, foi entregue ao ministro Roberto Barroso, relator do caso do petista no TSE, uma carta de juristas e ex-ministros ressaltando a necessidade de respeito à decisão da ONU. Na carta, eles lembram que Barroso disse, em sabatina no Senado, que a jurisprudência do próprio STF entendia que tratados internacionais assinados pelo país tinham poder supralegal. Ou seja, a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU estaria acima de óbices da Lei da Ficha Limpa, de acordo com essa visão.

Mas, se a Justiça decidir tirar Lula do páreo ou impedir a participação dele na propaganda eleitoral, haverá benefício para a estratégia do PT. Razão: o partido terá de apressar o Plano B, o ex-prefeito Fernando Haddad. O ex-prefeito está pronto para assumir a cabeça de chapa assim que a Justiça concluir sua interferência no processo político-eleitoral afastando Lula da corrida presidencial.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Nada de história. É agora.

    Não caberá a história contar as manobras, elas já são de pleno conhecimento. O crime está sendo cometido e os bandidos já são conhecidos. Tudo registrado em cartório e em manchetes. Todos sabem de tudo. Aqui e no mundo todos sabem. Até notificação da ONU já tem.

    Espera-se somente quando será o julgamento.

    1. Momento ímpar.
      Não tem história, é o agora.

      O país está na encruzilhada da civilização, é mais que democracia, é apreciação de caráter, é moral. O autor quer parecer com o texto que preveu o futuro do que estará nos livros, não, falsa impressão, pois já é o que transparece, não é necessário os livros falarem o que já é evidente, não enquanto revelação, apenas por registro. É sim o valor moral que a comunidade internacional está observando sobre o Brasil e isso tem sim muito peso para muitos. Momento de firmar o compromisso.

      A imprensa mundo afora, diz alguns veículos, que não há provas concretas contra Lula, mas que há provas da inocência! Diz claramente isso. O golpe está morto.

      1. È o

        È o “jornalismo-pilatos”…….

         

        Lava as mãos, não analisa o que realmente interessa ao cidadão brasileiro,

        deixa para a História, qua qua qua, explicar depois……………..

  2. Jucá disse: “falei com alguns

    Jucá disse: “falei com alguns comandantes (exercito)  com ministros do supremo”. Tá aí. Não resta nenhuma dúvida. Instituições que deveriam zelar pelo bem do país, ajudaram a dar um golpe no PRÓPRIO PAÍS. 

  3. Tô começando a achar que o

    Tô começando a achar que o Rui Pimenta está certo. Este lance do Haddad como plano b pode ser uma grande furada. Nõa pelo Haddad, mas pelo fato de, ao colocar o Haddad, o Pt está mais uma vez legitimando o arbítrio, pois aprova de maneira subentendida o que está fazendo com o Lula. Como aprovou todas as barbaridades contra as autoridades do partido quando, mesmo sabendo que a defesa não iria ser considerada em nenhum processo manteve-a em todos os casos de perseguiçao arbitrária, incusive os processos do LUla. Acho que é Lula ou nada mesmo.

  4. Convicção da Inocência

    Ainda não está clara para mim qual a estratégia do PT. 

    Parece um suicídio político esta insistência do PT com a candidatura do Lula. Se esta estratégia for levada ao extremo, com os todos os recursos que podem ser colocados nos tribunais superiores, pode ocorrer do Lula aparecer na urna eletrônica ainda como candidato aguardando determinação judicial, ou, sub judice.  Neste caso, uma decisão final, posterior a eleição, desfavorável à candidatura, invalidaria todos os votos recebidos pelo Lula. E o segundo colocado, retirando todos estes votos invalidados, poderia vencer no primeiro turno!  O comentarista Reinaldo Azevedo ontem, na Band, disse que se isto acontecesse seria uma enorme porra-louquice do PT.

    Por outro lado, pode ser que haja, por parte dos estrategistas, a convicção da inocência no caso do triplex.  

    A vida dos adversários teria sido muito facilitada se o Lula tivesse, por exemplo, pedido asilo numa embaixada companheira.  O ex-governador Claudio Lembo disse que “um líder não se entrega. Fizeram uma enorme injustiça com” o Lula e ele deveria ter ido para uma embaixada. Os adversários estariam agora mais tranquilos.  Passada a eleição, os tribunais superiores revertiam a condenação e tudo voltava ao normal.

    Porém, imagine o cenário em que a candidatura sub judice do Lula receba 35 a 40% no primeiro turno.  E que o segundo colocado, seja lá quem for, receba menos 20%.  Mais ou menos o que apontam as últimas pesquisa, divulgadas agora a pouco mais de um mês antes nas eleições.

    Me parece que os convictos da inocência estão vendo as seguintes possibilidades de desdobramento deste cenário:

    (a) O TSE rejeita a candidatura do Lula, para seis meses ou um ano depois, o STF ou outro tribunal superior reverter a condenação da segunda instância, derretendo toda a legitimidade do presidente empossado; ou

    (b) O TSE rejeita e os Tribunais superiores confirmam a condenação.  Neste caso o Lula vira o Mandela sulamericano, com uma consequente enorme pressão internacional e aos poucos, talves, nacional. 

    Ou seja, para o convicto da inocência, em qualquer desdobramento que passe pela rejeição da candidatura do Lula após a eleição, o Poder Judiário ficará sujeito a um desgaste enorme.

    Por isto acho que vamos assistir uma corrida maluca para não deixar o Lula participar da Eleição.  Editorial recente do O Globo foi só incentivo aos corredores. E me parece que aos poucos, o Poder Judiciário, tão repleto de iluminados, vai derretendo.

  5. O PT deve denunciar nas
    O PT deve denunciar nas cortes internacionais todos os agentes públicos envolvidos nos sucessivos crimes cometidos contra os direitos de Lula, mas sobretudo contra os direitos de qualquer cidadão brasileiro.É repugnante o que está acontecendo com a justiça desse país por causa de grupos anti Lula. Se a população já desconfiava da justiça, sobram provas e certeza de que o judiciário é apenas uma casta que luta por poder e fazer prevalecer seus interesses.

  6. É uma situação

    É uma situação interessante.

    Foi um golpe judicial-midiático, patrocinado com dinheiro ianque. Uma coisa que me chama atenção é que o golpe já começou a melar feio e a tendência é piorar vertiginosamente quando o próximo idiota (seja quem for) tomar a presidência. Lá fora Lula já é o novo Mandela e o Brasil é notoriamente um país sem justiça.

    Considerando que a maioria da população de hoje é urbana (diferente de 1964), com objetivos claramente burgueses (viajar, ter carro, ter ensino superior) e a situação econômica terrível do país… Que a Globo perdeu quase toda sua credibilidade… E somando isso ao fato de estarmos na era digital, onde a informação corre como fogo em palha…

    Se eu tivesse que chutar, acho que até no máximo 2020 a sociedade brasileira explode. Não é possível tapar o Sol com a peneira pra sempre.

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