A inspeção veicular no Ministério Público

Do Estadão

Ministério Público reabre investigação de inspeção veicular

Processo ficou parado por seis meses, enquanto esteve nas mãos do atual secretário municipal de Serviços, Dráusio Barreto

Bruno Tavares – O Estado de S.Paulo

O Ministério Público Estadual (MPE) retomou a investigação sobre supostas irregularidades no contrato entre a Prefeitura e a Controlar, responsável pela inspeção ambiental na frota da capital. A decisão foi tomada pelo Conselho Superior do MPE depois de uma sessão tensa. É que o recurso da empresa contra o inquérito civil, que paralisou o caso, ficou nas mãos do procurador Dráusio Barreto por cerca de cinco meses.
Ele só se manifestou às vésperas de se licenciar para assumir o cargo de secretário municipal de Serviços, em substituição a Alexandre de Moraes.

EmvEm vez de tomar uma decisão definitiva, mandando retomar ou encerrar a apuração, Barreto fez dois requerimentos. Pediu ao promotor do caso que verificasse se a Promotoria do Meio Ambiente tem procedimentos sobre o assunto e que juntasse cópia de investigação sobre a não-realização da inspeção numa cidade no interior do Estado.A manifestação foi considerada “protelatória” por promotores ouvidos pelo Estado. O procurador Clilton dos Santos, integrante do Conselho, reagiu contra a saída de Barreto e outros dois promotores para ocupar cargos no Executivo. “Desde que o prefeito assumiu (…) colegas nossos foram convocados sistematicamente para integrar seu governo”, assinalou Santos na sessão realizada em 17 de junho. “Ora, o Ministério Público é encarregado, constitucional e legalmente, da fiscalização do Poder Público, não sendo concebido para integrá-lo.”

Barreto diz que pediu as diligências “para não parar e nem dar prosseguimento” às investigações. Destaca ainda que sua decisão “não afetou o futuro” do inquérito.

Na sessão seguinte à saída dele, o Conselho decidiu por unanimidade dar continuidade à apuração. Documentos obtidos pela Promotoria do Patrimônio Público e Social da capital evidenciam que o contrato, assinado em 1996 na gestão Paulo Maluf (PP) e com duração de dez anos, havia expirado antes do início das inspeções, em 2008. Além disso, foram encontrados indícios de falta de idoneidade financeira e técnica da Controlar.

Em nota, a empresa diz não ter sido notificada sobre a decisão do Conselho. 

Luis Nassif

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