Advogado quer descaracterizar tese de homicídio na morte de cinegrafista

O advogado Jonas Tadeu Nunes revelou hoje (10) a tese da defesa do manifestante Fábio Raposo, de 22 anos, investigado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos. O jornalista foi vítima de um explosivo durante a cobertura de uma manifestação na última semana e teve morte cerebral. Para defender o ativista, o advogado alegará lesão corporal gravíssima seguida de morte para se contrapor à acusação da Polícia Civil de homicídio qualificado.

“Para nós, houve uma lesão corporal gravíssima seguida de morte. Não há homicídio porque não existiu a vontade livre e consciente de acender isso [o rojão] para atingir o jornalista”, disse Jonas Tadeu. Para ele, Fábio e os demais envolvidos deveriam responder por dolo eventual. “Passar um rojão é bem diferente de uma arma de fogo, que com certeza pode lesionar”.

O advogado espera, com a tese de lesão corporal, reduzir a pena do acusado. “Existe aí a imprudência, a negligência, porque eles poderiam ter acendido e usado aquilo de outra maneira, não estou eximindo eles de culpa ou responsabilidade”, completou o advogado.


Jonas Tadeu falou à imprensa ao deixar a 17ª Delegacia de Polícia, na zona norte do Rio. Ele esteve no local para dar à polícia referências de um intermediário que pode identificar mais um dos suspeitos de participar do lançamento do artefato que atingiu o cinegrafista. O advogado tenta também usar a tese da delação premiada para reduzir os agravantes do crime.

Segundo ele, o delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano, ainda não aceitou a oferta, mas que as justificativas da Polícia Civil para recusar serão questionadas na Justiça.

O advogado também pediu ao suspeito indicado por Fábio que se entregue à polícia. “A defesa que fazemos aqui será a mesma para essa pessoa. Se ele for inteligente, ele se apresentará e colaborará com a polícia”, declarou. O advogado não chegou a conversar com o segundo suspeito, entrou em contato apenas com o intermediário indicado por Fábio, que se entregou no final de semana.

O cinegrafista da TV Bandeirantes teve morte cerebral declarada hoje, como resultado do acidente na última quinta-feira. Ele permanece ligado a aparelhos no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, aguardando a família, que determinará os procedimentos a partir de agora.

Redação

19 Comentários

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  1. Assassinos Sim !

                        Há cerca de um ano atrás ,mais de 200 jovens universitários morreram em consequência do manuseio inadequado de fogos pirotecnicos,outros tantos recuperam-se até hoje.Na partida de futebol disputada pelo Corinthians na Bolivia ,um menor foi morto por um artefato semelhante soltado na direçao da torcida adversaria como se fosse uma arma,

                      Que conversa dessa gente ,mataram um pai de familia e não querem asssumir a responsabilidade ?

  2. “Para nós, houve uma lesão

    “Para nós, houve uma lesão corporal gravíssima seguida de morte. Não há homicídio porque não existiu a vontade livre e consciente de acender isso [o rojão] para atingir o jornalista”:

    Gente, tem mais coisa aqui entao que nao esta cabendo no lugar.

    O Antonio nos enviou varios videos ontem, dois dos quais comparavam explosoes identicas em lugares e datas diferentes.  A tentativa de culpar a policia era clara mas a prova que foi realmente a policia que soltou o primeiro rojao numa manifestacao nao existe.  Mas alguem evidentemente o soltou.

    Derrubar a tese do advogado esta facil entao:  onde estavam e o que estavam fazendo os dois “manifestantes” na data do primeiro rojao?

  3. “O advogado tenta também usar

    “O advogado tenta também usar a tese da delação premiada para reduzir os agravantes do crime.”:

    O ADVOGADO disse “tese de delacao premiada” ou a redacao?!?!?!

    Nao eh TESE -so faltava mesmo!

    EH CONTRATO.

  4. Somente uma pegunta quem está

    Somente uma pegunta quem está pagando este advogado?? Ou ele está fazendo caridade?? Tem que endurecer para cima deste bobão…não tem essa que era bom menino…bom menino e já tem 3 passagens??? Se fosse negro e preto já estava crucificado  e exposto em praça pública.

     

     

     

     

  5. Esse advogado, agora, tentará

    Esse advogado, agora, tentará apresentar seu cliente como um idiota que não tinha a intenção de ferir  e não fazia noção de que um rojão é um artefato perigoso. 

    Caso ele consiga, seu cliente passa a ser inocentado e os idiotas passamos a ser nós.     

  6. Esses fogueteiros tem que

    Esses fogueteiros tem que aprender a lição. Ano passado um desses imbecis soltou um foguete em direção a uns torcedores que iam para o estádio aqui em BH e acabou acertando a orelha de um müsico que ficou surdo de um ouvido. 

  7. Lesão corporal grave seguida de morte

    Soube que uma vez a PF prendeu um pistoleiro no nordeste e o delegado perguntou pro cara.

    “Porque o sr. matou tanta gente?”

    Resposta: “Eu não matei ninguém não doutor, eu só puxo o gatilho, que mata é Deus”

    Isso também deveria ser lesão corporal grave seguida de morte. Ninguém mata ninguém, quem mata é Deus.

     

    1. Essa já é  a terceira ou

      Essa já é  a terceira ou quarta passagem desse ótimo “rapaz” pela polícia má. 

      Parece que tem por hobby destruir patrimônio público ou privado, mas numa boa, sem intenção, entende?

      Umas agressõeszinhas recreativas contra uns otários, em franca maioria claro, uns quebras, uns incêndios, só uma diversão saudável dessa gente fina.

      Deve ser uma flor de pessoa, capaz de ser integrante de uma “torcida organizada” ou de algum grupo de ataque para nos livrar de mendigos ou minorias que incomodam, que não tem finesse. 

      Ele não quis matar ninguém,  só jogou um rojão em direção a outras pessoas, era só pra fazer “pum”, uma brincadeira pra dar um sustinho, fazer umas queimadurazinhas, deixem de ser maldosos.

      Quem o teria solto das outras vezes, algum plantonista de preto?

      A culpa é da polícia, claro, não é?

       

       

  8.  
    O espírito da máfia de

     

    O espírito da máfia de branco bem remunerada, corporativa, mercenária e contra medidas que permitam melhorar as condições de saúde da população brasileira é o mesmo do espírito da máfia de preto, mercenária, corporativa e chicaneira, a serviço da impunidade bem remunerada.

    Interessado em deixar tudo como sempre esteve, desde Cabral, o Pedro.

    É o espírito da casagrande, do feitor de sesmarias, do capataz  da iniquidade.

    Do lugar de maior desigualdade, onde alguns podem tudo, outros, a maioria, nada ou pouco.

    E quem reclama é taxado de intolerante…

     

    http://4.bp.blogspot.com/-zhd450253pA/UvYdGkQI2gI/AAAAAAAAcs0/QU68QFamGaU/s1600/Andr%C3%A9+Dahmer-intolerancia.jpg

  9. Houve intenção de matar e consciência do risco

    Quem fez isso(atirar a bomba)tinha sim a intenção de matar alguém, tanto que o cara que atirou o artefato fez um gesto de um criminoso que abandona o local do crime após sua “obra”, não é lesão corporal e nem homicidio culposo, é dolo sim

  10. carga explosiva aumentada?

    Ao assistir o video deste me pareceu que que a explosão me pareceu muito mais destruidora que  as usuais deste tipo de artefato. A polícia técnica precisa avaliar o quanto o artefato foi modificado para aumentar seu poder explosivo.

  11. SERÁ QUE CONSEGUE?

    Existe algo em nosso Código Penal ( Parágrafo 1º, do art. 13) chamado de superveniência de causa independente, que pode descaracterizar homicídio para lesão corporal seguida de morte.

    Para melhor entendimento dos não versados em matéria penal, vou dar o seguinte exemplo: uma pessoa desfere um tiro na perna de outra, que cai, bate a cabeça numa pedra e vem a óbito pela lesão na cabeça.

    O autor do tiro responde pelo crime de lesão corporal seguida de morte, porque a causa da morte (lesão no crânio) ocorreu por um fato posterior ao tiro e não por causa do tiro, portanto superveniência de causa independente.

    Este não é o caso da morte do cinegrafista, senão vejamos: o black bloc mascarado ateia fogo no pavio de uma bomba que vai estourar na cabeça do cinegrafista, causando-lhe fratura no crânio que o levou a óbito.

    Como se vê, a superveniência de causa (estouro da bomba) não é independente da ação do mascarado, uma vez que houve um desencadeamento natural a partir do fogo no pavio da bomba até seu estouro na cabeça da vítima.

    Portanto, entendo que a pretensão do advogado não vai colar, pois seu cliente é coautor da morte do cinegrafista, respondendo pelo mesmo crime que o autor do fogo no pavio da bomba.

     

    Também não se aplica a regra do Parágrafo 3º, do art. 129, do Código Penal, mesmo que o autor não quisesse o resultado (morte) assumiu o risco de produzi-lo, pois uma pessoa de mediana inteligência sabe que se uma bomba potente atingir órgão vital de qualquer animal pode levá-lo à morte.

    Os blacks blocs arruaceiros, vândalos, malfeitores dançaram nesta.

  12. Homicídio culposo

    Qualquer estudante de direito sabe que houve crime sim. Mas sabe também que os autores obraram com culpa e não com dolo. As imagens são reveladoras. Os dois rapazes acendem o rojão e o colocam no chão, ao lado de uma árvore. Não atiram contra ninguém. Aliás, pelo que sei, esses rojões são vendidos livremente e são comuns nessas manifestações!  A imprensa queria um bode expiatório para a repulsa que vem sofrendo em manifestações e agora achou dois. Jogaram dois garotos na cova dos leões. A população ensandecida quer deixá-los nas nossas ótimas prisões pelo resto de suas vidas. Francamente! Vamos botar razão na cabeça e deixar a emoção para os familiares da vítima que fazia seu trabalho mas sabia que ali corria riscos.

    1. VOLMIR

      Volmir, você já ouviu falar em dolo eventual? Então vamos lá: uma pessoa que solta rojões potentes no meio de uma multidão, mesmo que não queira matar ninguém, assume este risco. Isto é dolo eventual, Volmir: o autor não deseja o resultado morte, mas assume o risco de produzi-lo.

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