Advogados pedem para tirar Marisa Letícia do banco de réus da Lava Jato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Assim como comunicado na data de morte cerebral de dona Marisa Letícia, no dia 3 de fevereiro, as ações da Operação Lava Jato que a mantém no banco de réus devem ser extintas. Entretanto, conforme revelou o GGN, a Justiça Federal do Paraná mantém o nome da ex-primeira-dama no banco de réus.
 
Em nota oficial, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de dona Marisa ressaltaram que enviaram um pedido de absolvição sumária da esposa falecida de Lula. 
 
Na última semana, o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, chegou a intimar as testemunhas de Marisa Letícia, para as audiências que começaram no dia 9 de fevereiro, uma semana após a sua morte e data que coincidia com a missa de sétimo dia. 
 
Os advogados de Lula pediram, ainda, que Moro adiasse as audiências, considerando que o ex-presidente não conseguia se reunir com a defesa, tendo em vista os trâmites com a morte de sua esposa e “motivos pessoais relevantes”.
 
O magistrado do Paraná negou a solicitação e deu início às audiências. Ainda, o nome de Marisa Letícia permaneceu no sistema da Justiça Federal do Paraná como réu do processo e, além disso, chegou a intimar dona Marisa Letícia, já falecida, para as audiências.
 
“O falecimento é causa de extinção da punibilidade na forma do artigo 107, do Código Penal. O artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal, por seu turno, impõe ao juiz (“deverá”) a absolvição sumária quando extinta a punibilidade”, explicou a defesa em nota oficial.
 
Segundo o artigo e incisos mencionados do Código Penal, o juiz deve “absolver sumariamente o acusado quando verificar extinta a punibilidade do agente”. 
 
“D. Marisa foi denunciada pelo Ministério Público Federal nessa ação penal apenas porque comprou uma cota de um empreendimento da cooperativa habitacional Bancoop. Embora a denúncia seja desprovida de qualquer materialidade, ela foi recebida pelo juízo da 13ª Vara de Curitiba, em 20/08”, lembraram os advogados Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Martins e Roberto Teixeira.
 
A defesa recordou, também, que a ex-primeira-dama teve, em março do último ano, “a sua casa invadida e vasculhada por um exército de policiais, que levaram seus celulares e pertences pessoais, até hoje não restituídos, a despeito dos requerimentos já apresentados para essa finalidade”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. Fico vendo o bando do PMDB, do PSDB e Dem tranquilos, continuando o saque que sempre praticaram no Estado. Tem deputado e senador que tem grandes fazendas, barcos (mas não é barco de lata, como o barco do amor no Lago Paranoa), hilicopteros, avião, nunca precisariam entrar numa firma de cooperados para comprar um apartamento na praia. Todos têm suas casas de praia, campo, fazendas (não sitio emprestado), e dona Marisa ré na Lava Jato. Eh tanta a injustiça que Dona Marisa, muito angustiada, não suportou tanta humilhação. Eh claro que a morte dela vai pra conta do leviano Sergio Moro a da força-tarefa. E a historia ainda vai registrar isso tudo.

    1. E eu fico imaginando a dor de uma mãe.

      Imaginem que além disto tudo, o que é uma mãe ver seus filhos serem perseguidos,  terem seus amigos criminalizados, terem seus sonhos profissionais destruídos, terem sua casa e sua intimidade violada. Imaginem o que é uma vó ver utilizarem até uma falsa festa  de aniversário, em resumo uma perseguição implacável, destrutiva simplesmente porque um operário ousou ser o melhor presidente que tivemos.

      E para terminar sofrer um processo surreal, sem nenhuma base fática ,  em cima de um triplex que não possui,  ser acusada com o marido de furtar coisas de um palácio do planalto, e tudo isto apenas para , midiaticamente,  reforçar o imaginário sórdido daqueles que que sairam para as ruas brandindo ódio e  querendo que  os tempos de Casa Grande e Senzala volte.

       

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