AGU apresentará novos argumentos na defesa de Dilma no Senado

Da Agência Brasil

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, foi hoje (26) ao Senado se encontrar com o senador Cristovam Buarque para apresentar detalhes da defesa da presidenta Dilma Rousseff no processo de impeachment, que será feita por ele.

Cardozo pretende apresentar os argumentos a outros senadores que estejam dispostos a recebê-lo. O ministro adiantou que a defesa a ser apresentada ao Senado trará argumentação adicional à da Câmara por novos fatos que surgiram após a sustentação feita por ele na Comissão Especial do Impeachment e no plenário da Casa.

Um dos pontos que será abordado pela AGU na nova defesa é o posicionamento dos partidos políticos, que obrigaram seus parlamentares a votar a favor da continuidade do processo, sob pena de sanções internas. Segundo Cardozo, o fato pode provocar a nulidade do processo que está no Senado.

 

“Tivemos ali fechamento de questões por partidos e há jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos que diz que isso não pode acontecer em julgamentos realizados no âmbito do Legislativo. Ou seja, quando uma pessoa avalia pela sua consciência, não pode haver uma posição partidária fechada, não pode haver orientação de partido.”

Outro argumento novo da defesa de Dilma diz respeito ao comportamento dos deputados durante a sessão da Câmara que autorizou o processamento da presidenta pelo Senado. Segundo Cardozo, o fato de os parlamentares justificarem seus votos com motivos diversos aos que estavam em análise para o impeachment também provoca a nulidade do processo. “Os parlamentares que pronunciaram os seus votos, ao declararem as suas razões, em nenhum momento apontaram os fatos que estavam sendo discutidos. Isso a nosso ver traz uma nulidade”, analisou.

“Um parlamentar não é obrigado a dizer a razão pela qual vota. Mas quando diz, fica vinculado a ela juridicamente. Isso é aquilo que se convencionou chamar Teoria dos Motivos Determinantes. Então, diante desse quadro, há nulidades claras também na sessão de julgamento. Isso não foi discutido com a Câmara porque no momento em que falei, nada disso havia ainda acontecido.”

Cunha

José Eduardo Cardozo voltou a atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a forma como o parlamentar autorizou e conduziu o processo na Casa. O ministro reiterou a argumentação do governo de que a abertura do impeachment foi motivada por vingança, o que caracterizaria desvio de função por parte do presidente da Câmara.

“Ele falava antes que não havia problema. Quando o PT não deu os votos para ele no Conselho [de Ética], ele passou a ver problema e no mesmo dia desencadeou o processo deimpeachment. A questão é clara. É incrível que nós tenhamos uma situação como essa, chegando ao ponto de ter o impeachment de uma presidente da República promovido por uma pessoa que, todos nós conhecemos, age por vingança e tem esse modus operandi permanente, para se salvar e para condenar aqueles que não se curvam à sua vontade”, criticou.

O ministro da AGU disse ainda que acha correto que a defesa da presidenta seja a última a falar no processo e que isso garante a ampla defesa. “Acho que depois do relatório é um momento que nós também temos que falar. A defesa sempre fala por último. Só na Câmara dos Deputados é que se entendeu que não. Na Câmara por alguma razão – possivelmente por orientação de seu presidente, que fazia de tudo pelo impeachment – a defesa falou bem antes do final. Defesa sempre fala por último e eu acho correto que seja assim.”

 

Redação

9 Comentários

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  1. O canastrão-mor da republica,

    O canastrão-mor da republica, com sua tese republicanista continua sua saga de autopromoção pessoal para se garantir em aulas de cursinhos e bancas privadas daqui a duas semanas, quando estiver sem cargo.

    Aliás, Nassif, me parece que o nome mais cotado para a AGU é o de Alexandre de Moraes, justamente o que voce se referiu outro dia e temia que ele fosse ter um cargo federal.

     

  2. Oi Cardoso, trabalhando bastante agora, não?

    Você conhece a fábula do lobo e do cordeiro? Aquela em que o lobo tem  todos os seus argumentos desmontados pelo pobre cordeiro?  Envie-me um endereço de entrega que eu lhe envio o livrinho. Vale a pena ler.

  3. Não vem ao caso

    Será a resposta do senador Cristovam Buarque.

    ou 

    “Não tenho provas contra a presidente Dilma mas o Promotor Moro me permite condená-la.”

     

     

  4. E a pergunta do milhão de dólares?

    O Cardoso deve perguntar formalmente ao STF sobre a existência ou não de crime de responsabilidade nos atos pelos quais Dilma é acusada. Pronto!

    É obvio que o senado votará como quiser, mas há uma enorme diferença: todos ficaremos sabendo na certa que é um golpe, e as consequências serão proporcionais.

    Me nego a ficar anos esperando para o STF inocentar Dilma e depois o povo cair a ficha….tarde demais.

  5. por coerência

    Se tivêssemos uma Dilma senadora, ela condenaria a Dilma presidente. Em 2011 o pig falava em mau feito e lá ia o ministro pra fora. A presidente me parece que sempre se informou pelo JN, veja, folha…

    Hoje a globo diz que pedalada é mau feito, qual a postura coerente da Dilma?

    Estou angustiado com a situação, mas a cobrança dos muitos erros desse governo chegou. 

  6. Por melhor que seja a defesa,

    Por melhor que seja a defesa, não acredito que os senadores irão mudar o voto. A única alternativa viável será o posicionamento do STF no sentido de negar o crime de responsabilidade que os golpistas tentam imputar à presidenta Dilma.

    1. Cafezá

      Para mim tb seria a  única alternativa, se tivéssemos um STF guardião da Constituição e não um repleto de interesses, como na câmara e no Senado.

      Mas esses só se mexem quando é para prender o Dulcídio, após uma armadilha montada pelo moro.

  7. Sem argumentos
    É. Impressionante a total ignorância desse povo contra o governo. A única coisa que eles fazem é criticar, xingar e sempre se opor, sem ter o mínimo de argumentação. Estão sempre agarrados em sua arrogância e orgulho. Calem-se! É menos ridículo para vocês!

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