O dia em que Álvaro Dias descobriu os riscos do obscurantismo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“Mas na arena desse debate, há espaço para a irracionalidade, para a ignorância, para a vaidade, para o ódio, para a esquizofrenia política, distante do bom senso, do discernimento e da ponderação”, afirmou o senador tucano
 
 
Jornal GGN – O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) teve um surto de clareza política durante a Sabatina do indicado para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin. Enquanto o campo do debate foi dominado pelo macartismo e tentativas, a todo custo, de deixar de lado a aprovação quase unânime do mundo Jurídico para associá-lo à militância petista, coube a Álvaro Dias a responsabilidade de alertar seus pares para o óbvio: agora “não está em jogo o interesse partidário”.
 
“O professor Fachin afirmou que nós estamos vivendo um momento ímpar na vida nacional. Absolutamente verdadeiro. Vivemos um momento nervoso na atividade pública, com as instituições públicas brasileiras, os partidos políticos e os políticos de forma geral sob escombros da descrença popular. E certamente não fosse esse momento dramático da vida nacional, o indicado pela Presidência da República seria aclamado nesta reunião. Mas na arena desse debate, há espaço para a irracionalidade, para a ignorância, para a vaidade, para o ódio, para a esquizofrenia política, distante do bom senso, do discernimento e da ponderação”, introduziu a sua fala. 
 
“O que importa agora não é um confronto de oposição e governo. Certamente, nestas circunstâncias teremos governistas distantes do governo e oposicionistas distantes dos seus colegas de oposição. Porque não está em jogo o interesse partidário. Seria um oportunismo de natureza política incompreensível. Quando nós temos a opotunidade de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal alguém que certamente dignificará aquela Corte onde estão fincados alicerces essenciais do estado de direito democrático, não podemos colocar a frente do interesse público nacional um eventual interesse motivado pela paixão político partidária”, disse Alvaro Dias, saindo em defesa de Fachin.
 
Durante o discurso, os senadores da oposição, que então haviam se limitado a apontar simpatias pela candidatura de Dilma ROusseff nas eleições de 2010 ou questioná-lo sobre a dupla atividade profissional, de advogado e procurador, silenciaram. José Agripino Maia (DEM-RN), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e outros nitidamente mostraram-se desconfortáveis com a análise equilibrada e longe de preceitos oposição-situação de Alvaro Dias.
 
“Aqui há vida inteligente para um debate que valoriza o parlamento brasileiro de ideias, de teses, de conceitos jurídicos, diante de um mestre aclamado por todo o mundo jurídico nacional e com presença internacional de destaque que certamente honra o nosso país. Mas esse momento, com esse debate lá e cá, nos proporciona uma oportunidade também preciosa de exercitarmos a nossa capacidade de sermos humildes e de respeitarmos as opiniões divergentes das nossas. E, aliás, nos proporciona também a oportunidade de conhecermos e identificarmos aqueles que não sabem respeitar o direito à liberdade de pensar e de opinar. Estes existem”, criticou o senador tucano.
 
Ao mesmo tempo em  que mirou seus colegas de bancada com duras e certeiras observações, Alvaro Dias também aproveitou o espaço para clarear que os elogios ao candidato a ministro do STF não interferiam as ideias do partido. “É por essa razão que agradeço o meu partido de oposição que milito nesses treze anos no enfrentamento ao governo, aos seus desmandos, os seus equívocos, contrariando aqui em algumas oportunidades indicados da Presidência da República com justificadas razões”, disse. 
 
“Agradeço meu partido que me permite aqui nesta hora a liberdade de pensar, de opinar, de defender, uma candidatura ao Supremo que reputo da maior qualificação técnica profissional e ética, com notório saber jurídico e reputação ilibada, reconhecidos pelo mundo acadêmico, pelo mundo jurídico”, continuou.
 
Alvaro Dias tinha a seu favor mais tempo para expor suas ideias pois integrava a mesa de relatoria da indicação do advogado Luiz Fachin ao Supremo. Com isso, discorreu por mais de vinte minutos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em defesa do candidato.
 
Afirmou que Fachin promoveu a união do mundo político com o mundo jurídico paranaense, sendo consenso de orgulho do estado no sul do país. “Se o Paraná é província, é uma província unida em torno do nome do Prof. Fachin pelas suas qualidades. A propalada antropofagia paranaense foi derrotada porque se uniram todas as forças vivas da sociedade paranaense, no mundo da política, especialmente no mundo jurídico. Aqui estão três senadores. Ali estava há pouco o governador do Paraná. Somos três senadores que se opõem eleitoralmente e politicamente em muitas circunstâncias e que se somam aos 30 deputados federais de todos os partidos; aos 54 deputados estaduais de todos os partidos; aos 38 vereadores da capital de todos os partidos; às entidades, instituições, associações, de forma praticamente unânime no Estado; acadêmicos, mestres, como René Dotti e tantos outros”, disse.
 
“Seríamos indignos do apreço popular se, de forma oportunista, nos colocássemos contra Fachin apenas para alvejar a presidente da República no momento da grave impopularidade que ostenta”, resumiu o senador. 
 
Em um segundo momento, o senador do PSDB do Paraná leu questões enviadas por internautas em sua página nas redes sociais, contrapondo, em diversos momentos, as perguntas sugeridas. “Evidentemente respeito aqueles que, não o conhecendo, procuram ostentar no campo da oposição, procuram questioná-lo, inquiri-lo. Não fosse esse ambiente político no País, certamente, não teríamos essa contestação virulenta e desarrazoada”, afirmou, chamando de “contorcionismo jurídico” as críticas contra o indicado.
 
Em contraste nítido de discurso ao excesso de perguntas dos parlamentares forçando um elo de ligação partidária de Fachin com o PT, o senador de oposição afirmou que classificá-lo como militante político era um erro. 
 
Recordou diversos episódios em que Luiz Edson Fachin, se por um lado, mostrou algum tipo de posicionamento, em seguida mostrava outro, em suas decisões ou defesas. “[Aqueles que afirmam que Fachin é militante petista] não dizem que em diversos momentos históricos esteve em posição oposta ao PT. A trajetória politica de Fachin é de independência”, concluiu Alvaro Dias.
 
Assista, abaixo, o discurso do senador na Comissão de Constituição e Justiça nesta terça-feira (12):
 
https://www.youtube.com/watch?v=CR9VAAY4luk&feature=youtu.be width:700 height:394
 
Leia mais: Sabatina de Fachin é marcada por tentativas de associação ao PT
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

29 Comentários

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  1. Assisti a tudo e não me

    Assisti a tudo e não me admirei da posição firme e dura de Álvaro Dias em favor de Fachin. em outra reunião de parlamentares, na ausência do indicado ao STF, quem começou a tentar desqualificar Fachin foi Ferraço, que logo recebeu as contestações do tucano. Sabia que ele voltaria com ua metralhadora, porque estava mesmo dedicado a interferir em favor do sabatinado. Foi realmente brilhante, como nunca imaginei. Parabenizo-o por ao menos uma vez ter tido essa capacidade de ser isento numa situação até constrangedora por parte dos seus colegas de partido.

  2. O Fachin me pareceu boa

    O Fachin me pareceu boa pessoa, com ar bonachão. Mas fico com o pé atrás, justamente por causa desses apoios e também da falta de fala firme dele em relação a suas posições. Não sei não. Se não for mais um tiro no pé da Dilma está ótimo.

    1. Que apoio, Daniel?O advogado

      Que apoio, Daniel?O advogado Fachin tem um arco de apoio que vai de A a Z em todas as áreas, em especial a Jurídica. 

      1. Meu caro Costa, me pareceu

        Meu caro Costa, me pareceu extremamente ávido para ter o cargo , visitou 81 senadores acompanhado da esposa, uma coisa de fuinha, quer porque quer de qualquer maneira ser Ministro do Supremo, já sonha há anos com isso, não lhe parece um tanto “over”? Acho mais elegante o cargo ser uma escolha natural, por consenso, como foi Barroso.

        Quanto ao apoio de Alvaro Ditas e Beto Richa, é típico do bairrismo acendrado dos paranaenses.

        1. O apoio da Globo formou o

          O apoio da Globo formou o “consenso” no congresso de que precisava Barroso. Já no caso de Fachini que não dispunha desse apoio teve que fazer o trabalho de formiguinha, desconstruindo calunias.

      2. Justamente apoios de muitas

        Justamente apoios de muitas áreas políticas, ta parecendo o Fux.

        Não conheço ele, tomara que seja aprovado e vá bem no STF.

        Também não vejo problem em ele fazer campanha, acho que isso faz parte.

  3. A pergunta intrigante : POR

    A pergunta intrigante : POR QUE esse súbito bom senso em Alvaro Dias ?

    Lembrando ainda que Beto Richa foi pessoalmente apoiar Fachin. Estranho, né ?

    1. O Paranismo

      O jogo político no PR é extremamente intrincado. Há divisões de partidárias, pessoais e principalmente geográfica. Desse conceito explica-se pelo fato de, embora instituciolamente dependente da capital, o interior jamais engolir a assertividade exacerbada de Curitiba. Jaime Lerner é considerado pelos da capital o melhor governador do estado. Perguntem, no entanto para qualquer cidadão de de Jacarezinho, de Pato Branco, de Londrina, Cascavel ou de Umuarama, ou seja do interior, verão uma outra resposta.

      No entanto, quando se tem oportunidade de debater e se afirmar em temas nacionais, o que se configura é uma certa confluência de engajamento. Disso, busca-se fortalecer o sentido PARANISTA de ser.  Foi o que ocorreu com a defesa unânime do Mercosul na década de 1990 e foi o que se demonstrou com essa sabatina do jurista Fachin. Provincianismo? Não creio. Trata-se de uma forma de sair do eclipse ao qual, historicamente, o estado paranaense sempre fora submetido em relação ao estado de SP e, em menor medida, a força gaúcha. 

       

       

      1. Jaime Lerner

        Como a muito tempo morando em Curitiba, considero o Jaime Lerner o pior governador do estado (vide o caso do Banestado o melhor banco de sua entrada como governador) e seria candidato a presidência se não fosse aprovada a  releição (já tinha se capitalizado pra isto), daí para acabar com o Paraná, ele foi reeleito. Mas foi um ótimo prefeito de Curitiba.

  4. O que ele quer de fato é ter

    O que ele quer de fato é ter um ministro paranaense no STF. Se Fachin fosse amazonense Alvaro Dias estaria ajudando seus colegas de partido a linchar o indicado de Dilma.

    1. Também acho,

      mas também pode haver outro(s) fator(es). Já circulam, muito devagar na net e nada no PIG, notícias de que o estridente e sumido… Àlvaro Dias finalmente estaria sendo investigado pela PF na vaza-jato, por ter comprado um imóvel por três milhões e vendido à Petrobrás, pouco tempo depois, por quarenta milhões. Portanto, pode estar havendo o chamado “fogo amigo” da máfia tucana contra ele, no mínimo abandonaram-no, para ferrar só o PT e desviar a atenção do Aécioporto e do vendilhão da pátria FHC…

       

       

       

       

       

       

       

       

  5. Posicionamento de Álvaro Dias.

    Sei não!…Se esse senador está defendendo a indicação de Fachini é porque nesse mato tem cachorro. Prefiro aguardar as intervenções do juiz no Supremo para comemorar ou, quem sabe, lamentar a indicação. Sabe como é, depois da tragédia que foi Joaquim Barbosa, gato escaldado…

    1. Não faz nenhum sentido a

      Não faz nenhum sentido a comparação de Fachini com JB, este nunca exerceu a função de juiz em sua vida profissional antes de assumir a função de ministro do STF.

  6. O Nassif, explique aí porque

    O Nassif, explique aí porque vc defendeu o candidato paranaense do paranaense Alvaro Dias e chama de suspeito o candidato fluminense do fluminense eduardo cunha?

    Explique porque seu artigo ficou meio que sem sentido!

    Principalmente depois que o seu candidato paulista e do paulista Geraldo, não foi indicado.

     

    Da para explicar a lógica da rejeição?

      1. O Fluminense era o Salomão.O

        O Fluminense era o Salomão.

        O Seu eu não me recordo do nome. Não era o presidente da OAB, aquele paulista que tinha o apôio do Serra, …por ser paulista?

  7. Inteligentíssimo e convincente

    Para mim é uma questão de deixá-lo abrir a boca e expor suas ideias, propostas e a própria vida, feito isso o Professor Fachin, cataliza o ambiente a seu favor e deixa a quem se propunha linchá-lo sem ação. Os sete votos contrários tem nome são os mesmos da questão de ordem para não sabatiná-lo pela questão da dupla atividade como advogado e Procurador do Estado, mas deve ter sido uma vergonha particular para cada um deles, porém o doutor Fachin é legalista e doa a quem doer vai aplicar as regras do jogo.

     

  8. Conversa fiada.

    Duvido que o Alvaro Dias dissesse isso fosse o Fachin do Rio ou da Bahia.

    Por trás deste “surto” há apenas um bairrismo provinciano, embalado em bonitas palavras insinceras.

    Conversa fiada de politico indecente, mais um deles. Alvaro Dias não tem estatura suficiente para reconhecer tal coisa de maneira isenta. É feito do mesmo material que os outros do partido dele.

  9. Temos que parar com esse

    Temos que parar com esse confronto irracional, portanto inócuo, estéril e desgastante. Vige no país um patrulhamento que mataria de inveja os saudosos da guerra-fria. 

    Do meu lado, só santos e santidades; do outro, só o diabo e suas diabrites. Ninguém ousa sair das trincheiras fincadas, 

    Ai daqueles ou daquelas que ousem sair do quadrado: o pau canta. Elogiar um adversário? Nem morto. 

    A vida é tão curtinha para que a desgastemos com essas miudezas. 

  10. Esperar…

     Se eu fosse um cara desconfiado (ainda bem que não sou) ficaria meio “cabreiro”, “bolado” como se diz aqui no Rio,  destes arroubos de espírito público, de grandeza, de temperança e bom senso. Apoio de Álvaro Dias, que sempre faz discursos moralizantes de mão única, do governador Richa, que acabou de sufocar com violência desnecessária manifestação pública de professores (que parece que têm esse direito segundo uma suposta Constituição Brasileira, diz a lenda) contra um projeto de lei estadual. Assim como minha autocrítica me diz quando olho no espelho, agora também repito…humm…não sei não…vamos esperar para ver se o tempo é mesmo senhor da razão.

  11. Estranho, muito estranho,

    Estranho, muito estranho, vindo de quem veio. Apoio ao candidato da província? Se contrapôs a algum adversários das muitas divisões que existem no PR?

    Vai saber. O discurso que ele fez seria o discurso de um petista, defendendo a indicação da presidenta.

  12. Autocrítica e desculpas
    Se esse discurso fosse acompanhado de uma auto-crítica com pedidos de desculpa, poderia até ser passível de aceitação. Sem isso é apenas “um oportunismo de natureza política” beeeeemm compreensível.

    []’s

  13. Álvaro Dias

    É só bairrismo, o PR, quer emplacar um ministro no STF… Os políticos de lá vão aparecer na tv dizendo que “conseguiram” garantir a indicação para o estado, mais tarde vão cobrar o preço, gente degenerada que aplaude Moro, JB,  se deixar por conta vão querer roubar outro pedaço de território de SC de novo, como já tentaram há 100 anos atrás, dai precisam aparelhar o judiciário, depois vão tentar emplacar o Moro numa eventual chegada diereitista ao poder.  Se eu ver Álvaro Dias ressuscitar um defunto, tenho a certeza que têm um motivo mesquinho por trás.Nada nesta criatura é sincero ou honesto.

    Colocando-me sempre à disposição, desde já, agradeço;

    João Teodoro.

    1. Também acho que foi

      Também acho que foi bairrismo. Se não tomar cuidado vai acabar sendo expulso do PSDB, já foi uma vez, mas depois ele volta.

  14. Álvaro Dias

    Outra coisa a ser analisada:

      Se por um motivo de seu interesse o senador Álvaro Dias consegue ser democrático, racional, lógico, magnânimo, imparcial, socialitário, e ainda compreende questões e conceitos jurídicos, então piora ainda mais minha análise de suas outras atuações. Sempre soube o mal que faz à sociedade em que vivemos, então é anti-democrático, irracional, ilógico, mesquinho, parcial, anti-social, incapaz de compreender questões e conceitos jurídicos, por pura e simples vilania, por querer mesmo, maldade pura e simples. Um perfeito crápula.

    Colocando-me sempre à disposição, desde já, agradeço;

    João Teodoro.

  15. Quimeras

    Mas sera que Alvaro pensa que caso chegue algum dia a ser indiciado, o Fachin vai aliviar pro lado dele assim como Gilrmar alivia para todos os seus correligionarios do PSDB? Em que pese minha grande ma-vontade, sim, a postura do senador Alvaro Dias foi correta durante a Sabatina de Fachin. Quisera fosse assim sempre.

  16. A Situação na verdade é simples

    O Paraná é um estado extremamente autofágico, no sentido político, esportivo, social, etc. Esse é um entendimento praticamente unânime entre os paranaenses.

    Quando uma indicação ao STF consegue, finalmente, alcançar algo próximo ao apoio unânime da sociedade paranaense, a possibilidade do A.D. rejeitá-la seria um tiro político no pé semelhante à atuação da PM no dia 29/4.

    Seria equivalente a uma confissão:”dane-se meu estado, o que importa é ferrar o PT”. 

    Essa “confissão” pegaria muito mal entre os paranaenses, que afinal de contas são os que elegem o referido Senador.

  17. Eu sempre me reporto as

    Eu sempre me reporto as frases do Brizola e sua sensibilidade política.

    “O INIMIGO DE HOJE É O ALIADO DE AMANHÔ

    É claro que Álvaro Dias não é nenhum aliado e sua aceitação por Fachin tem muito haver com a origem paranaense do jurista, ainda assim é um aliado de ocasião, o que dá ainda mais valor a frase do caudilho.

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