Foto: Divulgação
Jornal GGN – Batizada de Sothis II, a Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (23) a 50ª fase da Operação Lava Jato, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão para apurar o esquema de propina a agentes públicos e lavagem de dinheiro de contratos da Transpetro. O caso tomou posto de prioridade na Operação Lava Jato após o assassinato do empresário José Roberto Soares Vieira, que delatou o ex-gerente da Transpetro, José Antonio de Jesus, hoje a mira principal da etapa deflagrada.
O empresário narrou à força-tarefa da Lava Jato os pagamentos a José Antonio, desde que a 47ª fase da Operação, a Sothis, colocou o empresário na mira das investigações, sendo alvo de buscas e apreensõers, no dia 21 de novembro do ano passado.
Mas à PF, Soares Vieira contou que seu ex-sócio e agente público é quem recebia os pagamentos de empresas com contratos com subsidiárias da Petrobras, como a Transpetro, sem prestar nenhum serviço. Após as declarações, o Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a prisão temporária do ex-gerente, mas o juiz Sérgio Moro apenas permitiu o bloqueio dos bens do investigado.
Após a análise do bloqueio de bens e das buscas e apreensões, levantando indícios de outros possíveis crimes além do que resultou no encarceramento, Moro determinou a prisão preventiva de José Antonio de Jesus por tempo indeterminado, no dia 24 de novembro.
A suspeita era que o ex-gerente da subsidiária da Petrobras foi o operador do recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas por um das empresas investigadas, a NM Engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014. Vieira narrou que a empresa transferia os montantes para os parentes de José Antonio de Jesus.
De lá para cá, o MPF conseguiu rastrar R$ 2,3 milhões que teriam sido enviados, supostamente, ao ex-gerente da Transpetro. Outro empresário, Luiz Fernando Nave Maramaldo, chegou a entregarnotas fiscais dos pagamentos, comprovando os repasses da NM Engenharia à conta do agente público e de seus familiares.
Outras empresas estariam envolvidas no esquema: a JRA Transportes e a Sirius, ligadas a Antonio de Jesus, além da Meta Manutenção, prestadora de serviços que remetiam valores à JRA como forma de propina. Segundo ele, os pagamentos da Meta eram ainda maiores do que os da NM Engenharia.
Após levar todos os detalhes aos investigadores, o empresário José Roberto Soares Vieira foi assassinado no dia 18 de janeiro deste ano, na cidade de Candeias, na Bahia. O próprio juiz Sergio Moro admitiu a possibilidade de que o crime foi consequência das informações que o empresário prestou aos investigadores.
Por isso, hoje, além do próprio ex-gerente e seus familiares, como a sua esposa Ana Vilma Fonseca de Jesus, que foi alvo da atuação dos delegados da PF em mandados de busca e apreensão em Salvador. Também foram cumpridas as medidas nas cidades de Campinas e Paulínia, em São Paulo, para apurar as empresas, sobretudo a Meta Manutenção e a JRA Transportes.
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